20070522

Norte:O poder de compra e as exportações

Em 25 concelhos do país, que representam apenas 6% do território português, está concentrado 50% do seu poder de compra.
Isto, de acordo com um estudo apresentado pela Marktest que revela grandes assimetrias – pois dos 278 concelhos apresentados, 25 centralizam 45% da população, 47% das empresas, 70% da facturação empresarial, 73% dos impostos do Estado e 78% do crédito bancário.
Neste grupo de 25 concelhos contam-se Lisboa, Porto, Sintra, Oeiras, Vila Nova de Gaia, Cascais, Loures, Almada, Coimbra, Matosinhos, Braga, Amadora, Seixal, Setúbal, Guimarães, Leiria, Gondomar, Santa Maria da Feira, Maia, Loulé, Vila Franca de Xira, Odivelas, V. N. de Famalicão, Viseu e Aveiro.Destes, 11 concelhos situam-se na área da Grande Lisboa (até Setúbal), 7 na região do Grande Porto e 1 no Algarve.
A lista dos concelhos com maior índice de poder de compra regional é encabeçada por Lisboa, responsável por 11,3% do poder de compra do Continente. O Porto concentra 3,9% deste índice e Sintra 3,3%. Oeiras e Vila Nova de Gaia estão "empatados", com um índice de 2,3%, um pouco acima dos 2,1% de Cascais.
Agora vejamos este pormenor interessante:
O Norte continua a ser, de longe, a região mais exportadora: sozinha, vende ao estrangeiro mais do dobro do que a segunda maior, Lisboa. Apesar da forte concorrência chinesa, tanto o vestuário e têxtil quanto o calçado continuam a ser excedentários (nestes sectores, o país exporta mais do que importa), mas talvez por causa dessa mesma concorrência a importância da região para o conjunto das exportações portuguesas tem vindo a diminuir. Em 2000, quase metade (47%) das vendas ao exterior partiam do Norte. No final do ano passado, já só representava 41% (uma quebra explicável pelas descidas verificadas nas indústrias tradicionais). Trata-se de uma quebra relativa, ou seja, face ao comportamento do país no seu conjunto, uma vez que, em 2006, as exportações recuperaram fortemente e o Norte acompanhou essa melhoria. Refira-se ainda que o Norte exporta quase tanto quanto importa. É Lisboa quem mais contribui para desequilibrar a balança comercial portuguesa.
Se é Lisboa quem mais contribui para desiquilibrar a balança comercial Portuguesa, porque será em Lisboa que mais se investe ? Qual o verdadeiro retorno desse investimento?

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