«O NAL, novo aeroporto de Lisboa, é o tema do livro ‘O Erro da Ota e o Futuro de Portugal’. Depois de o ler, reforcei a opção ‘Portela+1’. Não gosto de destruir boas infra-estruturas, nem o país pode com isso. Prefiro conservá-las bem. Fecha-se a Portela e destrói-se o que lá está, mas porquê? Bane-se a hipótese do ‘+1’, mas porquê? Ergue-se, de raiz, o mais caro de todos, mas porquê? Subalterniza-se o efeito dos voos «low cost», e o do TGV, e o do preço final ao cliente, mas porquê? Não há uma ‘análise custos-benefícios’, completa e independente, do NAL e suas alternativas, mas porquê?»«Que diabo, Portugal não é um país rico. A solução Ota, mais seus acessos, mais obras intercalares da Portela e, depois, a integral delapidação (sim, claro, pronto que esteja o NAL), mais imprevistos do costume, tudo poderá rondar os 5 a 6 mil milhões de euros só de investimento. Uma enormidade! Uma péssima consignação de recursos.»
Miguel Cadilhe levanta inúmeros "porquês" sobre o novo aeroporto da Ota, fazendo-nos até duvidar sobre a seriedade e os motivos que levam Sócrates e os seus ministros a defender com unhas e dentes esta solução para os «graves problemas aéreos» que impendem sobre o nosso rectângulo.Nesta diatribe, Cadilhe esquece, infelizmente, o supremo porquê: o brio e a persistência do grande estadista, a honra da obra magnificente, a distinção pelo feito histórico e a medalha pelo trabalho de excepção.
Sócrates quer repetir na Ota o que conseguiu com os Estádios do Euro 2004, desta vez numa escala muito maior. António José Seguro lembrou em 2005: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates".E, embora a imprensa tenha procurado desvalorizar o impacto positivo dos Estádios do Euro: "Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas», a que se somou o ataque sórdido do Tribunal de Contas: "As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos", o certo é que os vindouros não deixarão de enaltecer a visão, a largueza de vistas e a genialidade de um homem que tão boa nota teve na prova de «inglês técnico».
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