20070527

Investimentos (des)necessários

A decisão política de fazer avançar o Metro até à Trofa não é de agora. Mas o silêncio dos decisores políticos do Norte face ao anúncio da sua concretização denuncia o excessivo centralismo do Porto em relação à região que, ao que tudo indica e em claro prejuízo do Minho, há-de, nos próximos anos, nascer administrativamente.

O Norte está refém do Grande Porto quer em termos de monopólio dos grandes investimentos quer no que respeita ao lobbying. Os opinion makers do Porto não quiseram saber do encerramento das Maternidades de Barcelos ou de Santo Tirso, nem da urgência de ligar Braga e Guimarães por comboio, nem da necessidade do Comboio de Alta Velocidade parar no Minho, nem dos encerramentos repetidos de indústrias do Vale do Ave, nem da miséria que se vive no Gerês profundo, nem de tantos outros dramas que afecta o Minho.

Eles querem a Regionalização para poderem fazer ao Norte exactamente o mesmo que Lisboa lhes tem feito. Mas nada isto me causa admiração. O que é estranho é que haja entre nós quem lhes apare o jogo.

Versão completa no Avenida Central

8 comentários:

Anónimo disse...

Há quem ande desinformado sobre muita coisa. Estre elas as questões dos comboios. Não vai haver qualquer "comboio de alta velocidade entre o Porto e Vigo".

PMS disse...

Pedro Morgado,

acho que seria interessante revisitares alguns dos posts que tinhas feito sobre a linha do minho (particularmente o IV)

Pedro Morgado disse...

Caro Pedro,

Não sei em que é o post Transportes no Minho IV colide com as ideias aqui apresentadas.

Pedro Morgado disse...

Caro António,

A Ligação que será construída entre Porto e Vigo tem sido referida como "comboio de alta velocidade". A que se refere?

Anónimo disse...

Erradamente referida como comboio de alta velocidade. Será quando muito de "velocidade elevada" - isto é, nada mais do que o actual alfapendular que já vai a Braga. O Trajecto será o mesmo do Porto a Braga (espero que corrijam ao menos algumas curvas) complementado com um novo troço de Braga a Valença. Acredite que até o material circulante será aquele que já conhece.

Lá porque leu num blog um portuense opinar sobre a insensatez dum comboio de alta velocidade parar no Minho não a generalize a todos os portuenses porque está a cometer um enorme erro. Esse portuense lavora no mesmo erro que vocemecê: também ele julga que existirá um comboio de alta velocidade entre o Porto e Vigo. Se fosse esse o caso ele teria toda a razão em manifestar-se contra, pois seria inconcebível um comboio que circula a uma velocidade de ponta de 300 km/h parar 50 km depois de ter partido. Aliás, um comboio desse género para cobrir os 150 km que separam Porto de Vigo seria um completo absurdo. O preço das infraestruturas, material circulante e consumos de energia faria com que o custo dos bilhetes fosse uma pequena fortuna. Julgo que suficiente para ficar mais barato alugar uma limusine para nos deslocarmos entre as duas cidades do que andar de comboio.

Anónimo disse...

António,

1. Sinifica que o Porto-Braga-Vigo será com os AP com bitola 1,495 ?
2. Dado que usará o actual percurso Porto-Braga, as travessas serão de dupla fixação para permitir a circulação dos CPPorto ou estes passarão para bitola 1,495 ?
3. Os CPPorto Porto-Braga ficarão mais rápidos ?
4. De qualquer modo chagará a Vigo numa hora ? E o preço será tipo AP ?
Cump
Jsilva

Anónimo disse...

Não me expressei bem. o que eu queria dizer com "revisitar" é que seria importante trazer para o norteamos as reflexões e propostas que já tinhas anteriormente feito.

Cumps

Anónimo disse...

JSilva,

Não, inicialmente será com a actual bitola de via larga como, aliás, está a ser feito na Galiza. Os troços renovados e novos serão equipados com travessas de dupla furação para mais tarde ser possível a migração para a bitola europeia.
Esta - a bitola europeia - é que a verdadeira questão que o caminho de ferro português tem que enfrentar. TGV´s são baboseiras de políticos. Os TGV´s não nos ligam à Europa. Para lá de Madrid os aviões serão sempre mais competitivos. O que nos ligará à Europa será a bitola, tensão de alimentação das catenárias e sistemas de sinalização uniformizados.

Os comboios da CP Porto ficarão apenas ligeiramente mais rápidos. A sua velocidade máxima é de 140 km/h e a via actualmente comtempla velocidades que vão dos 80 km/m aos 140 km/h, sendo a maioria entre 110/120 km/m. Não há grande margem de melhoria para os CPPorto até pelo serviço que fazem: comboio urbano com paragens frequentes.

Sim, os preços serão semelhantes aos actuais AlfaPendular. O tempo de 1 hora de percurso é coisa fácil para comboios que atingem os 220 km/h com facilidade. Espera-se é que a via seja feita de modo a suportar essas velocidades e não como a anterior e ainda recente renovação da Linha do Mino e Ramal de Braga onde não existiu qualquer ganho de velocidade.

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