20070521

Defensor da anexação do Norte de Portugal pela Galiza desce à terra

«Significa isso que devemos propugnar uma integração "imediata" entre o Norte e a Galiza? Pese à História, e à pré-História, que evidenciam uma identificação etno-cultural entre as duas regiões, a mesma História também nos mostra que existe uma separação "de facto" entre as citadas regiões, uma separação política que persiste há mais de oito séculos, e que, tendo sido incorporadas cada uma delas num "país" diferente, provocou "fracturas" que têm que ser tomadas em consideração. Enquanto o Norte permanece "integrado" em Portugal, administrativamente e politicamente dependente do governo instalado em Lisboa, culturalmente sujeito a um colonialismo omnipresente em todos os meios de comunicação (principalmente na rádio e televisão), a Galiza está há anos com governo autonómico próprio, o que lhe permitiu ir progressivamente criando os seus quadros técnicos, instalar meios de informação galegos (jornais, rádios e televisões), organizações políticas, sindicatos e universidades não-dependentes de Madrid, etc, etc. Propor uma "integração" Galiza-Norte, não corresponderia a um sinoceismo, mas sim a uma absorção de um Norte autonomicamente inexperiente, economicamente desiquilibrado, totalmente dependente do bom ou mau humor do Terreiro do Paço, por uma Galiza pujante e decidida, antes de mais, a obter um novo mercado para os seus produtos, sejam eles industriais, comerciais ou culturais. Consideramos que, pelo menos na actualidade, e num futuro a médio prazo, é absolutamente imprudente (pelo menos) sugerir semelhante solução.

4 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de toda a história comum - o norte e o sul da Galiza estiveram sempre administrativamente em regiões separadas (lugo vs. bracara; tuy vs. bracara; santiago vs. bracara...).

Ou seja, apesar da união face a inimigos comuns e unidade política, o norte de Portugal e o sul da Galiza também sempre se viram como etnograficamente distintos (embora semelhantes)

Anónimo disse...

podem ter vivido administrativamente separados mas sao o mesmo povo, tem muito mais semelhanças culturais do que sul da galiza e lusitania e algarve.
etnicamente entao nem se fala, se galegos do norte e do sul sao o mesmo povo, as diferenças e o absurdo esta é na ligaçao galiza sul com o resto de portugal.

eu penso que o proprio nome diz, norte da galiza e sul da galiza, logo deveriam ficar reunificados como antigamente.


e aqui até podemos tirar uma conclusao. Apesar da Galécia ter sido muito mais antiga que Portugal administrativamente estava muito melhor e mais evoluida que este Portugal atrasado. Já tinham regionalização ao passo que este pobre e decadente país, ainda nem isso tem.
Como sempre somos dos ultimos a entrar em tudo, na regionalização tambem tinhamos de ser.

Anónimo disse...

2 - Galego e galaico não são a mesma coisa, galegos são os habitantes da Galicia espanhola, galaicos é um termo mais amplo, ancestral e que engloba, quer lhe agrade quer não, o actual norte de Portugal.

3 - A Galicia nem sequer é um estado independente, ou seja, quer a Galiza quer o "norte de Portugal" estão dependentes de Madrid e de Lisboa respectivamente, sendo que o nosso caso é particularmente mais grave em todos os aspectos (menos o linguistico).

4 - O José Silva parece querer transformar as relações da Galiza com o "norte" numas relações da Galicia com o Portugal "inteiro", e, eu não vejo qual a vantagem disso para o "norte.

5 - A area metropolitana do Porto é claramente, e por larga margem, a maior metropole do noroeste peninsular.

6 - Fala em competição interna galaica, mas competição interna é algo que existe sempre, mesmo dentro da mesma cidade duas freguesias podem competir uma com a outra para a instalação dum equipamento, isso não é argumento.
No entanto, gostava de exemplos concretos de empresas que tivessem fechado no Porto para abrir em Vigo, claro que empresas daqui que instalam a sua sede em Lisboa nem preciso de lhe dar exemplos, são tantas e tantas...
Não tarda está a acusar os galegos de gastarem tambem os nossos fundos comunitarios, mas olhe que não é lá que eles são gastos.

"Já agora, quantos galegos são contra a OTA "

Mas então se os "nortenhos" não querem saber disso, se os nortenhos são contra a regionalização, se os nortenhos como o José Silva sentem maiores afinidades com o Algarve ou com Lisboa, sendo assim porque razão devem os galegos de se meter em assuntos decididos em Lisboa? Com que autoridade? Eu não tenho duvidas que à Galiza interesse uma regionalização em Portugal, mas se esta não acontence a culpa não é certamente dos espanhois.

"O mais grave de tudo isto não é a legítima ambição dos galegos expandirem mercados e zelarem pelos seus interesses."

Isto é uma visão redutora, não são SÓ os galegos a querer espandir mercados, NÓS, os tais "galaicos" também o queremos fazer, e nem é só para a GAliza, porque não também para Castela Leão. Sim, porque desiluda-se José Silva, como disse Belmiro de Azevedo, o tal estado do Minho ao Algarve, se tiver que decidir decide sempre por Lisboa, as palavras são dele, não são minhas.

Quanto ao JN só tenho a dizer que esse jornal tem feito um BOM trabalho pelo "norte".

" O Norte deixou-se enganar em 1998 com a Regionalização"

Isso são desculpas de muito mau pagador. O Norte não se deixou enganar, o "NORTE" foi contra, e acredito que poderá ser novamente contra no futuro, muito por causa da mentalidade que "somos um povo igual do minho ao algarve" e os "espanhois são todos o nosso inimigo numero um", "somos muito pequeninos", etc,etc,etc. Mas prefere atacar aqueles que defendem a nossa identidade é consigo, é uma opção sua.

"O Norte será o principal prejudicado com a OTA, mas quem protesta é a margem sul e os Lisboetas"
"Cavaco Silva teve a maior parte dos seus votos no Norte"


Só me está a dar razão.

"tal como um colonizado faz perante colonizador."

Não diga isso, olhe que essas suas palavras são dignas dum "galaico" radical.

"Efectivamente, isto revela a total falta de auto-estima, ambição, norte, estratégia, orientação, compreensão dos interesses em jogo por parte dos residentes a Norte. Revela muita fragilidade. Assim se percebe como é que detectando-se a dupla ética de «colonizador» que Lisboa usa sobre o desenvolvimento a Norte e Centro, nós não aprendemos, e estamos dispostos a dar a gestão do nosso futuro a galegos."

Mas quem é que está disposto a dar a nossa gestão aos galegos? O José Silva confunde o facto de sermos etnicamente galaico-durienses com a entrega do norte numa bandeja a algum espanholista de Compostela. Ninguem quer contratar um galego para dirigir o norte, quando se calhar o proprio José Silva hesitava na escolha entre um Galego e um algarvio de Boliqueime...

"assim se compreende porque é que o Norte acredita no sebastianismo galaico."

O "norte" não acredita em sebastianismo galaico nenhum, acredita é na sua "lusitanidade" que não passa duma lisboetização encapotada.
Apenas uma pequena elite conhece a nossa identidade, elite essa que não está minimamente interessada em explora-la.

Associa baixa auto-estima à defesa da independencia do norte alegadamente por parte de Rui Moreira, ora não me leve a mal, mas escrevendo o José Silva o que escreve, vendo tantos e tantos ataques seus ao centralismo, não se entende o porque da sua agressividade. Alias, sendo coerente, e atendendo àquilo que o José Silva escreve, o proprio José Silva é que deveria defender a independencia do norte, em vez de a associar à baixa auto-estima. A sua atitude é estranha, será que o José Silva tem medo?


"Nada tenho contra o natural desenvolvimento das relações entre o Norte de Portugal e Galiza a todos os níveis excepto a alteração dos Estados. Aliás ele tem crescido e continuará a crescer quer em cooperação quer em competição, como acontece sempre entre vizinhos."

Ainda bem, mas olhe que não é isso que o José Silva dá a entender.

SUEVO

Anónimo disse...

Por lapso não coloquei a totalidade do texto na ultima mensagem.
Por isso vou repetir a mensagem na integra, se quiserem apagar a mensagem anterior estão à vontade.

"Tem a sorte de terem vizinhos ignorantes, atrasados e facilmente manipuláveis."

Esses ignorantes, atrasados e facilmente manipulaveis são certamente aqueles que têm uma vassalagem fanatica a Lisboa, apesar de alguns deles se dizerem regionalistas, o que tendo em conta a realidade já nem é mau de todo.
Certamente não são os que defendem que a povo galego é O nosso irmão, até porque isso exige algum conhecimento, por pequeno que seja.

Claro que o José Silva é livre de defender as teses que quiser, principalmente quando estas são politicamente correctas e defendem a manutenção do actual equilibrio de poderes na peninsula, na qual o "norte" é nitidamente prejudicado.

No entanto, a sua tese tem pés de barro.

Repare no seguinte:

1 - O "norte" de Portugal tem quase tanta população como a Galiza e as Asturias juntas.

2 - Galego e galaico não são a mesma coisa, galegos são os habitantes da Galicia espanhola, galaicos é um termo mais amplo, ancestral e que engloba, quer lhe agrade quer não, o actual norte de Portugal.

3 - A Galicia nem sequer é um estado independente, ou seja, quer a Galiza quer o "norte de Portugal" estão dependentes de Madrid e de Lisboa respectivamente, sendo que o nosso caso é particularmente mais grave em todos os aspectos (menos o linguistico).

4 - O José Silva parece querer transformar as relações da Galiza com o "norte" numas relações da Galicia com o Portugal "inteiro", e, eu não vejo qual a vantagem disso para o "norte.

5 - A area metropolitana do Porto é claramente, e por larga margem, a maior metropole do noroeste peninsular.

6 - Fala em competição interna galaica, mas competição interna é algo que existe sempre, mesmo dentro da mesma cidade duas freguesias podem competir uma com a outra para a instalação dum equipamento, isso não é argumento.
No entanto, gostava de exemplos concretos de empresas que tivessem fechado no Porto para abrir em Vigo, claro que empresas daqui que instalam a sua sede em Lisboa nem preciso de lhe dar exemplos, são tantas e tantas...
Não tarda está a acusar os galegos de gastarem tambem os nossos fundos comunitarios, mas olhe que não é lá que eles são gastos.

"Já agora, quantos galegos são contra a OTA "

Mas então se os "nortenhos" não querem saber disso, se os nortenhos são contra a regionalização, se os nortenhos como o José Silva sentem maiores afinidades com o Algarve ou com Lisboa, sendo assim porque razão devem os galegos de se meter em assuntos decididos em Lisboa? Com que autoridade? Eu não tenho duvidas que à Galiza interesse uma regionalização em Portugal, mas se esta não acontence a culpa não é certamente dos espanhois.

"O mais grave de tudo isto não é a legítima ambição dos galegos expandirem mercados e zelarem pelos seus interesses."

Isto é uma visão redutora, não são SÓ os galegos a querer espandir mercados, NÓS, os tais "galaicos" também o queremos fazer, e nem é só para a GAliza, porque não também para Castela Leão. Sim, porque desiluda-se José Silva, como disse Belmiro de Azevedo, o tal estado do Minho ao Algarve, se tiver que decidir decide sempre por Lisboa, as palavras são dele, não são minhas.

Quanto ao JN só tenho a dizer que esse jornal tem feito um BOM trabalho pelo "norte".

" O Norte deixou-se enganar em 1998 com a Regionalização"

Isso são desculpas de muito mau pagador. O Norte não se deixou enganar, o "NORTE" foi contra, e acredito que poderá ser novamente contra no futuro, muito por causa da mentalidade que "somos um povo igual do minho ao algarve" e os "espanhois são todos o nosso inimigo numero um", "somos muito pequeninos", etc,etc,etc. Mas prefere atacar aqueles que defendem a nossa identidade é consigo, é uma opção sua.

"O Norte será o principal prejudicado com a OTA, mas quem protesta é a margem sul e os Lisboetas"
"Cavaco Silva teve a maior parte dos seus votos no Norte"


Só me está a dar razão.

"tal como um colonizado faz perante colonizador."

Não diga isso, olhe que essas suas palavras são dignas dum "galaico" radical.

"Efectivamente, isto revela a total falta de auto-estima, ambição, norte, estratégia, orientação, compreensão dos interesses em jogo por parte dos residentes a Norte. Revela muita fragilidade. Assim se percebe como é que detectando-se a dupla ética de «colonizador» que Lisboa usa sobre o desenvolvimento a Norte e Centro, nós não aprendemos, e estamos dispostos a dar a gestão do nosso futuro a galegos."

Mas quem é que está disposto a dar a nossa gestão aos galegos? O José Silva confunde o facto de sermos etnicamente galaico-durienses com a entrega do norte numa bandeja a algum espanholista de Compostela. Ninguem quer contratar um galego para dirigir o norte, quando se calhar o proprio José Silva hesitava na escolha entre um Galego e um algarvio de Boliqueime...

"assim se compreende porque é que o Norte acredita no sebastianismo galaico."

O "norte" não acredita em sebastianismo galaico nenhum, acredita é na sua "lusitanidade" que não passa duma lisboetização encapotada.
Apenas uma pequena elite conhece a nossa identidade, elite essa que não está minimamente interessada em explora-la.

Associa baixa auto-estima à defesa da independencia do norte alegadamente por parte de Rui Moreira, ora não me leve a mal, mas escrevendo o José Silva o que escreve, vendo tantos e tantos ataques seus ao centralismo, não se entende o porque da sua agressividade. Alias, sendo coerente, e atendendo àquilo que o José Silva escreve, o proprio José Silva é que deveria defender a independencia do norte, em vez de a associar à baixa auto-estima. A sua atitude é estranha, será que o José Silva tem medo?


"Nada tenho contra o natural desenvolvimento das relações entre o Norte de Portugal e Galiza a todos os níveis excepto a alteração dos Estados. Aliás ele tem crescido e continuará a crescer quer em cooperação quer em competição, como acontece sempre entre vizinhos."

Ainda bem, mas olhe que não é isso que o José Silva dá a entender.

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