20081114

Estatismo Regional ? Onde ?

Caro Tiago,

1. « Defender o aparecimento de um partido regional significa defender uma Administração Pública regional muito interventiva»

Errado. Um partido ou candidatos independentes regionalista, isto é sem filiações a hierarquias nacionais ou ambições a governar na capital, poderiam ficar apenas pela candidatura a governo local e parlamento. Poderiam ter políticas mais ou menos liberais, isto é, mais ou menos interventivas na economia. Poderiam ainda defender medidas como por exemplo a Fusão de Autarquias como alternativa à instituição de regiões administrativas, e portanto defender o aumento/consolidação de poder regional sem aumento do peso económico da administração pública. Para o Porto ou AMPorto, um presidente de câmara que não ambicionasse ir para Lisboa ou um deputado na Assembleia da Républica que votasse contra Alcochetes e afins provocariam um substancial aumento do PIB regional...

2. « nem toda a gente no Norte pensa da mesma maneira relativamente ao papel da Administração Pública». Verdade. Os mais liberais nada tem a temer de um partido ou candidatos regionalistas desde que estes defendam, por exemplo, a implementação de uma administração pública regional à custa da eliminação de administração pública central.

3. «que convergência é que um partido regional conseguiria além de reivindicar uma maior descentralização das funções do Estado ?» A mais importante razão para justificar um partido regional seria, fora de Lisboa, reivindicar destribuição territorialmente mais justa do desenvolvimento, investimentos e serviços públicos.

4. « Um único partido regional teria de se basear na defesa de um Governo local poderoso». Vício de raciocínio já explicado no ponto 1.

Resumindo: Tiago, existem corolários precepitados na sua argumentação. É possível, diria, imprescindível, que o Regionallismo seja responsável. Aliás, no meio da indigência, a aposta na responsabilidade no uso dos impostos, será uma forma do Regionalismo vencer.

2 comentários:

Vitor Silva disse...

jose silva

tirou-me as palavras da boca.
só acrescentava mais uma coisa no ponto "3. «que convergência é que um partido regional conseguiria»"
=> praticar na sua região aquilo que acusa o governo central nomeadamente aplicar o principio da subsidariedade e outras praticas descentralizadoras

mario carvalho disse...

Linha do Tua: Silvano quer 50 ME para desenvolver estratégia capaz de fazer cair a barragem
15 de Novembro de 2008, 19:45

Mirandela, 15 Nov (Lusa) - O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, anunciou hoje que vai propor ao Governo a criação de um fundo de 50 milhões de euros para uma estratégia de desenvolvimento a partir da linha do Tua capaz de fazer "cair" a barragem que ameaça a via férrea.

O autarca acredita que a manutenção do vale do Tua, principal atractivo turístico das viagens de comboio, e a reactivação da linha até Bragança, com ligação a Espanha, "será uma mais valia muito maior para o desenvolvimento da região do que a barragem" projectada para a foz do Tua.

Silvano diz que estão já em curso estudos que demonstrarão esta teoria e quer que o Governo crie um fundo de 50 milhões de euros para permitir aos agentes locais privados e públicos avançarem com os primeiros projectos e acções necessárias.

A proposta foi apresentada hoje num debate, em Mirandela, sobre a linha e a barragem promovido pelas câmara e assembleia municipais locais, onde não esteve presente nenhuma entidade responsável pela linha.

Na sessão ficou também já decidido organizar um outro debate, mas em Lisboa, em finais de Janeiro, onde pretendem apresentar os estudos e propostas.

Segundo disse à Lusa, o debate terá lugar na gare de Santa Apolónia.

"Lá conseguiremos sensibilizar mais facilmente, já que não conseguimos que venham cá (os responsáveis nacionais)", disse.

De acordo com o autarca, os estudos que vão sustentar a estratégia proposta estão a ser elaborados, um pelos cinco municípios servidos pela linha, e outro no âmbito do Agrupamento Europeu que reúne municípios portugueses e espanhóis de Bragança, Mirandela, Zamora e Salamanca.

"Os estudos que estamos a elaborar demonstrarão que traz muito mais valia a manutenção da linha e o seu prolongamento até Espanha, em termos turísticos e económicos, do que a construção da barragem".

No debate de hoje em Mirandela, um representante da EDP, a concessionária da futura barragem apresentou como alternativa para o troço da linha que ficará submerso, e serão pelo menos 14 quilómetros, independentemente da cota que vier a ser adoptada.

A EDP propõe a construção de um sistema hidráulico tipo elevador para fazer a ligação da estação do Tua, onde é feita a ligação à linha do Douro, à barragem e um percurso de barco na zona inundada.

O autarca de Mirandela rejeita as soluções propostas e continua a defender "intransigentemente" a manutenção da linha do Tua.

A maior parte dos cerca de 60 quilómetros da última via férrea do Nordeste Transmontano continua encerrada desde o acidente de 22 de Agosto que provocou um morto e mais de 40 feridos.

O relatório ao acidente aponta "defeitos grosseiros" na linha e a desadequação das automotoras do Metro de Mirandela que fazem a ligação.

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vitorino, reconheceu sexta-feira, na Assembleia da República "falha humana" neste processo e anunciou que a linha permanecerá encerrada até Março.

Neste período deverão ser executados os investimentos e medidas necessários para repor a segurança na linha do Tua, onde num ano e meio ocorreram quatro acidentes com o mesmo número de mortos.

O presidente da Câmara e do Metro de Mirandela, José Silvano, disse que já esperava que a linha permanecesse encerrada durante algum tempo e entende que nunca deve abrir sem ter todas as condições de segurança.

HFI.

Lusa/fim

Estatismo Regional onde?

Parabéns Mirandela.. Força
Dr Silvano

mario

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