Justificar o TGV Lisboa-Madrid com o transporte de mercadorias para Europa é disparate.
Lisboa nada exporta. Pelo contrário tem deficit comercial.
Na actual conjuntura, facilitar as importações piora ainda mais o deficit externo.
Portugal não precisa de facilitar importações.
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8 comentários:
Justificar TGV com mercadorias é um puro disparate, ponto final. Independentemente de onde fôr. Tanto ao que tenho conhecimento, as linhas de TGV não permitem a mesma tonelagem por eixo, daí não serem vantajosas para o tranporte de mercadorias.
Exactamente, sguna. Vim aqui para comentar o mesmo: por muito que eu procure, ainda não consegui encontrar qualquer referência que signifique que é possível transportar mercadorias por TGV. O problema, aliás, é sempre o mesmo que refere o comentador anterior: a tonelagem por eixo.
O TGV, pura e simplesmente, não foi PENSADO para mercadorias.
No Público de 17 de Agosto de 2008 os artigos:
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"Secretária de Estado mudou de opinião" ("Ana Paula Vitorino, actual secretária de Estado dos Transportes, manifestou-se contra a utilização das linhas de alta velocidade para tráfego de mercadorias num debate organizado há quatro anos pela Adfer (Associação para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário).
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Na altura, a governante defendeu que, a este nível, na alta velocidade só deveria seguir-se o modelo do sector áereo, isto é, transporte de pequenos volumes e mercadorias urgentes ou de alto valor acrescentado.
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Contudo, uma vez no Governo, acabaria por defender uma linha mista entre Lisboa e Madrid, a reboque, aliás, dos decisores espanhóis, que já optaram por esta solução entre Madrid e Badajoz."); e
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"Técnico do sector diz que as mercadorias não precisam de alta velocidade" (assinado por Carlos Cipriano)
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"Iñaki Barrón, director do Departamento de Alta Velocidade da UIC (União Internacional dos Caminhos- -de-Ferro), diz que tem as maiores dúvidas sobre as linhas de TGV para tráfego misto - nas quais inclui a ligação Lisboa-Madrid - por ninguém saber como vai ser feita a sua exploração.
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Em declarações ao PÚBLICO, aquele responsável disse que os custos de manutenção de uma linha de alta velocidade preparada para mercadorias oscila entre 70 mil a 80 mil euros por quilómetro e por ano, além de que o próprio custo de construção também é mais caro, porque as pendentes terão de ser mais suaves devido ao peso dos comboios de carga.
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Como explorar a linha?
"Mas o que é mais grave é o não se saber como se vai explorar essa linha", diz Iñaki Barrón.
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"Faz-se a infra-estrutura mista entre Lisboa e Madrid, mas depois o que se faz com as mercadorias quando elas chegam a Madrid?", questiona. É que a bitola (distância entre carris) da linha do TGV é europeia e em toda a península a carga circula nas linhas convencionais em bitola ibérica. Para onde iriam então os comboios com contentores? Quais os custos das novas linhas de bitola europeia em torno de Madrid e de Lisboa para escoar as mercadorias?"
No Público de 19 de Agosto de 2007 podia ler-se:
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"Há três anos, em declarações à revista espanhola Via Libré, Emílio Fernandez, presidente da Transfesa - operador pan-europeu de mercadorias -, dizia que "os comboios de mercadorias não precisam de ir a mais de 100 km/hora, mas a velocidade ideal é 60 km/hora", porque, acima disso, as especificações técnicas do material circulante e as exigências de manutenção e revisão cíclicas têm custos muito maiores sem que tal se traduza num aumento da qualidade do serviço."
Portanto, isto de falar em TGV para mercadorias é ignorância ou mentira deliberada.
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Tudo treta!!!!
Meus caros, o governo & lobbies SA precisam de arranjar argumentos (nem que disparatados) para justificar o injustificavel. Ha sempre alguem que acredite. Isto denota algum desespero.
Neste ponto em particular o que conta nas mercadorias via caminhos de ferro, é a quantidade de material circulante e não a respectiva velocidade.
Gostei muito do post (conteúdo e estilo).
Onde está a oposição, onde estão os jornalistas e comentadeiros, onde estão as associações a questionar o governo? Sinceramente, não percebo como é tão fácil ser-se incompetente (Linos, Pinos e comp.) nesta república!
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