20090125

A multiplicação da Madeira e a regionalização


Um comentário a um post abaixo, sobre a Quimonda, inspirou-me a postar sobre a regionalização, agora que o tema parece voltar à agenda política.

Primeiro. Esclareça-se que não é por acaso que a regionalização volta à agenda. Qualquer calendário razoável da dita, com referendo etc., partindo do princípio que venceria, já não afectará a gestão das verbas comunitárias. Dito de outra maneira, os lobis que nos governam agora já não se incomodam com a regionalização.

Segundo. Sou a favor da regionalização porque é a única via que vislumbro para dar uma machadada decisiva nesta nossa forma de fazer política, que permite que alguns se governem enquanto muitos são desgovernados. Exemplos não faltam.

A regionalização, mesmo se só servisse para isso, ao criar caciques de maior dimensão iria naturalmente diminuir o peso e a influência das famílias e das empresas que nos governam a partir do Terreiro do Paço. Só isso, já valeria a regionalização. Evidentemente, estou convicto que a regionalização teria muitas outras vantagens, sobretudo vantagens de proximidade. Mas teria ainda uma vantagem que não deve ser menosprezada: a de introduzir concorrência na gestão política do País. Pela minha parte não duvido que o escrutínio das obras públicas, sobretudo as de regime tipo novo aeroporto de Lisboa, seria muito superior se o País estivesse regionalizado.

Terceiro. Aqui chegados, explico o título. A multiplicação da Madeira seria um bem incalculável para o País. O problema da eternização de Alberto João, poderia resolver-se por lei. O resto, seriam grandes vantagens. Não só pelas soluções locais que permite, mas sobretudo porque se fossem 7 os Albertos Joões, controlar-se-iam uns aos outros. Nunca a Madeira teria explorado as fraquezas do Terreiro do Paço como fez, se tivesse ao seu lado outras cinco regiões (ou mais), igualmente dispostas a explorá-las.

Convém não sermos anginhos com os argumentos que os defensores do Terreiro do Paço nos propõem. Por isso, caro Luís Bonifácio, é que este post é para si. E para todos os que consigo se deixam levar pelos argumentos do Terreiro do Paço.

É possível um Portugal melhor. Basta querer!

3 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

Cuidado, a mesma tem que estar devidamente "madura" bem discutida, fundamentada.Um referendo negativo seria desastroso...nunca chegariamos á terceira. Trabalhemos para ela mas com muito fundamento e muito trabalho.

Anónimo disse...

Porque não começar a lutar por um regime federal? A Austria/Suiça são exemplos de federalismo que funciona bem em estados pequenos.

República Federal Portuguesa Já

Ventanias disse...

Há quem defenda que Portugal, no que respeita à Madeira e aos Açores, já é uma federação (em matéria de competências); ouvi-o ao vivo do próprio Alberto João Jardim...

Abraços

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