A propósito desta boa análise de António Maria, comecei por escreve um comentário que se transformou neste artigo.
Caro António,
O nosso deficit da BTC de facto já vem de longe, como dizia ontem no Expresso da Meia Noite o portuense Joaquim Aguiar. Imitamos o comportamentos da maioria das economias ocidentais, sendo um pais pobre... Já agora o deficit comercial é sobretudo da região de Lisboa, sabia ? O Norte, Centro e Algarve, praticamente não geram deficit da BTC... Portanto, não os portugueses que vivem acima das possibilidades, são sim os lisboetas... Há a socialização das perdas e privatização dos lucros, mas também há a portuguização das críticas e lisboatização das virtudes...
Quanto ao futuro, cada vez mais acho que a solução passa pela correcta interpretação das críticas que os economistas das correntes de pensamento económico não dominante (marxistas, austriacos) fazem ao capitalismo e ao pensamento económico dominante (keynesianismo e monetarismo). E nesse sentido o rigor financeiro ou a não utopia devem prevalecer. Obviamente que critica bem a «ditadura financeira» que não era mais do que as práticas neoliberais de financiarização da economia ou de privatizações/PPP que não são mais do que entregar a traficantes de influencias (já agora, residentes na sua maioria em Lisboa) sectores públicos abrigados da concorrencia internacional (o tal sector dos bens e serviços não transaccionáveis).
A história do capitalismo demonstra que em cada crise é inventado um novo esquema desvirtuador para manter o status quo dos dominantes. Francamente acho que é o que vai acontecer. Daqui um mês Obama terá no terreno um gigantesco programa de investimento em infra-estruturas/PPP financiado pela entrega da sua propriedade/concessão aos poupadores mundiais, China, OPEC, etc. Depois da bolha do imobiliário teremos a bolha das infra-estreuturas e PPP. E a bolsa começará a subir. Obviamente que quem se vai tramar são as gerações futuras.
Estas ideias de PPP já estão a ser implementadas por G.Brown e brevemente se difundirão pelo mundo ocidental. Não sei se será a solução para Portugal. É que já andamos nesse negócio das PPP há uns anos: Brisas, hospitais, AdP, Alcochete, já estão em PPP. Ao contrário dos EUA, não sei se ainda temos espaço de manobra para mais actividade económica de B&S não transaccionáveis executadas por privados, com alto patrocínio do Estado Central «mafioso» e lisboeta, custeado pelos pobres dos contribuintes e pelas gerações futuras. A minha tese é que não temos condições para isso. O caminho certo para Portugal é seguir o exemplo do desenvolvimento industrial alemão, japonês e chinês, e não o modelo americano ou inglês.
Portanto na minha opinião, já há luz no fundo do túnel. Não significa necessariamente que o pior já tenha passado nem que depois do túnel a paisagem seja a melhor.
Caro António,
O nosso deficit da BTC de facto já vem de longe, como dizia ontem no Expresso da Meia Noite o portuense Joaquim Aguiar. Imitamos o comportamentos da maioria das economias ocidentais, sendo um pais pobre... Já agora o deficit comercial é sobretudo da região de Lisboa, sabia ? O Norte, Centro e Algarve, praticamente não geram deficit da BTC... Portanto, não os portugueses que vivem acima das possibilidades, são sim os lisboetas... Há a socialização das perdas e privatização dos lucros, mas também há a portuguização das críticas e lisboatização das virtudes...
Quanto ao futuro, cada vez mais acho que a solução passa pela correcta interpretação das críticas que os economistas das correntes de pensamento económico não dominante (marxistas, austriacos) fazem ao capitalismo e ao pensamento económico dominante (keynesianismo e monetarismo). E nesse sentido o rigor financeiro ou a não utopia devem prevalecer. Obviamente que critica bem a «ditadura financeira» que não era mais do que as práticas neoliberais de financiarização da economia ou de privatizações/PPP que não são mais do que entregar a traficantes de influencias (já agora, residentes na sua maioria em Lisboa) sectores públicos abrigados da concorrencia internacional (o tal sector dos bens e serviços não transaccionáveis).
A história do capitalismo demonstra que em cada crise é inventado um novo esquema desvirtuador para manter o status quo dos dominantes. Francamente acho que é o que vai acontecer. Daqui um mês Obama terá no terreno um gigantesco programa de investimento em infra-estruturas/PPP financiado pela entrega da sua propriedade/concessão aos poupadores mundiais, China, OPEC, etc. Depois da bolha do imobiliário teremos a bolha das infra-estreuturas e PPP. E a bolsa começará a subir. Obviamente que quem se vai tramar são as gerações futuras.
Estas ideias de PPP já estão a ser implementadas por G.Brown e brevemente se difundirão pelo mundo ocidental. Não sei se será a solução para Portugal. É que já andamos nesse negócio das PPP há uns anos: Brisas, hospitais, AdP, Alcochete, já estão em PPP. Ao contrário dos EUA, não sei se ainda temos espaço de manobra para mais actividade económica de B&S não transaccionáveis executadas por privados, com alto patrocínio do Estado Central «mafioso» e lisboeta, custeado pelos pobres dos contribuintes e pelas gerações futuras. A minha tese é que não temos condições para isso. O caminho certo para Portugal é seguir o exemplo do desenvolvimento industrial alemão, japonês e chinês, e não o modelo americano ou inglês.
Portanto na minha opinião, já há luz no fundo do túnel. Não significa necessariamente que o pior já tenha passado nem que depois do túnel a paisagem seja a melhor.
6 comentários:
"não os portugueses que vivem acima das possibilidades, são sim os lisboetas..."
Gostava de saber como isto pode ser verdade se, por exemplo, Lisboa tem as piores filas de espera para operações do país? Tem o menor numero de creches , cobre apenas 22% dos menores de Lisboa, do país?
Parece-me que se alguém vive a cima das possibilidades, não é Lisboa...
Caro MSN,
Falo de rendimento disponível e não em qualidade vida.
O que conta é o rendimento disponível. A prova disso é o crescimento demográfico da região de Lisboa no último meio século, à custa do menor crescimento no resto de Portugal.
As pessoas movem-se por salários e não por filas de espera.
Caro José Silva,
Acho que a sua análise devia incluir os vícios das câmaras, que no que diz respeito a máfias não passam de "mini-Lisboas". E podiam fazer muito mais para defender os interesses dos munícipes, em vez de interesses egoístas, partidários e dos "amigos".
sguna,
Facto: As autarquias apenas gerem 10% da despesa pública. O Estado central é responsável por 90% das mafiosidades.
Basicamente, é o Minho, Aveiro, o Oeste/Leiria e o Algarve que aguentam este país.
Pedro, esses são os excedentários em termos de balança comercial. Acredito que o Norte em geral não seja deficitário em BTC. Não esquecer que as remessas de emigrantes são maioritariamente de nortenhos.
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