São tempos interessantes para os liberais a Norte: Portugal Contemporaneo (Porto), Blasfemias (Porto e Braga), a Destreza das Dúvidas(Braga). Aguardo a vossa argumentação a isto: «COME BACK Karl Marx, all is forgiven. Just when everyone thought that the German philosopher's critique of capitalism had been buried with the Soviet Union, suddenly capitalism reverts to type. It has laid a colossal, global egg and plunged the world economy into precisely the kind of crisis he forecast. The irony, though, is that this time it isn't the working classes who are demanding that the state should take over, but the banks. The capitalists are throwing themselves on the mercy of government, demanding subsidies and protection from the capitalist market - it's socialism for the banks. Hedge fund managers of the world unite, you have nothing to lose but your bonuses».
20080326
Tempos interessantes para os liberais a Norte
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6 comentários:
Tendo em conta que a crise deriva da actuação desastrada do FED desde 2001, e que os liberais são contra a intervenção do Estado (e note-se que o FED faz parte do Estado, embora relativamente independente do Governo), os liberais dirão:
1 - foi a intervenção do estado que provocou a bolha e respectiva crise
2 - os liberais são contra a intervenção do estado para salvar os bancos falidos
3 - os banqueiros até podem ser capitalistas, mas não são liberais
4 - a actuação do FED, ao baixar as taxas de juro, pretende impedir a bolha de rebentar, mas faz isso enchendo-a ainda mais, pelo que teremos uma crise pior daqui a uns anos.
E eu concordo com os pontos 1,3 e 4. Não concordo com o 2, pois existe uma expectativa legítima e prévia de que o Estado interviria em caso de crise no sistema financeiro. Pelo que se trata apenas de uma obrigação que o Estado assumiu perante os cidadãos.
Mas digo também que se o comunismo morreu em 1989, o liberalismo puro morreu em 1929. Em 1929 a crise não resultou da actuação do Estado, mas da falta de regulação. Hoje, a crise resulta de uma política de taxas de juro irresponsável e que, pretendendo minorar a crise de 2001, adiou-a até 2007, possívelmente com consequencias muito mais graves.
De resto, parece-me nonsense que sempre que há uma crise alguém diz que o capitalismo está morto e o comunismo renasceu. Os ciclos económicos não são exclusivos do sistema capitalista. São um fenómeno normal em qualquer sociedade pós-agrícola com desenvolvimento baseado na inovação.
P.S. Não sou liberal. Não me consigo identificar com os liberais. Penso que o Estado pode ter um papel relevante para assegurar igualdade de oportunidades e atenuar a desigualdade. Mas não posso deixar de concordar que o Estado hoje é excessivamente omnipresente.
P.S.2: Existe uma razão para a crise na UE ser relativamente reduzida: o Banco Central está menos dependente dos Governos (logo, dos ciclos eleitorais), e tem tido uma política de muito maior estabilidade nas taxas de juro.
Isto lembra-me o Henrique Granadeiro, que dizia que era liberal, mas não era parvo.
Parvo não será, mas liberal seguramente não é.
Assim se vê a força das convicções dos homens... ser liberal só porque nos convém é a ideologia pessoal mais repugnante que há.
Pedro:
1. A FED é privada. Tem como accionistas os principais bancos dos EUA;
2. O meu comentário tem a ver com os mitos sobre a economia americana que vagueiam nas mentes dos nossos liberais. Excluir o Pedro Arroja e o CN do Causa Liberal.
3. O que se passa é que os EUA tiveram um crescimento baseado no endividamento. E isto tem limite. Caricato é o crash na auto-confiança. Personagens que lá ou cá estavam cheias de certezas há 1 ano atrás, comportam-se hoje como trabalhadores em processo de resstruturação à apelar à intervenção estatal, tal como os comunistas o fazem. É irónico. Assim como é irónico criticar a China por causa dos conflitos no Tibete e nada referir sobre os milhares de iraquianos mortos numa guerra assente em falsos pretextos. O futuro que se aproxima será bastante estranho.
4. Para alem de um certo prazer que me dá em confrontar as baratas tontas liberais, a única ideologia que me interessa é a social democracia. Não confundir com PSD.
De acordo: se idolatram os EUA acríticamente (aliás, os EUA seguiram nos últimos 7 anos uma política de total esvaziamento do Estado excepto na componente de controlo dos cidadãos e intervenção externa), deverão responder a essas questões.
É o que dá suportar ideologias com análises de curto prazo.
Volta Marx. Estás perdoado! O problema é apenas um: já não há classe operária para tomar o poder.
Caro José, escrevo para lhe dizer que a minha não resposta a este desafio e pergunta que coloca não é qualquer tipo de desprezo ou má educação.
Pura e simplesmente nada de relevante tenho a dizer sobre um assunto destes que não é a minha especialidade. Já agora, permito-me perguntar-lhe, onde foi buscar a ideia de que eu era um especialista em economia financeira, particularmente, em economia bancária internacional?
Abraço,
LA-C
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