Samuel Silva: O Minho sobre carris enferrujados
No início de Janeiro, um movimento de utentes da linha de caminho-de-ferro de Braga deu voz à exigência de uma ligação mais rápida entre a cidade e o Porto. (...)
Outro caso gritante do mau serviço que a CP presta à região é o da linha de Guimarães, com ligações igualmente lentas, pensadas antes para servirem as cidades-satélite do Porto. (...)
Se a isto juntarmos o panorama da restante linha do Minho percebemos como a região tem mais do que suficientes razões de queixa da CP. A ligação até Valença está votada ao abandono, perfeitamente inoperante no que à estratégica ligação internacional à Galiza diz respeito. E Barcelos paga mais para chegar ao Porto do que qualquer outra cidade do chamado “quadrilátero”.
E é por isso que defendo que as linhas do Minho deviam ser geridas por uma empresa própria. O que não é uma solução tão inovadora que possa oferecer dúvidas na altura da decisão.
A linha da Póvoa de Varzim foi desafectada da CP e passou para a égide da Metro do Porto há poucos anos. O mesmo vai acontecer com a linha da Lousã, inserida no Metro de Coimbra. E é isso que o Minho deve exigir, especialmente quando, a médio prazo, a linha-férrea entre Guimarães e Braga for uma realidade. (...)
Só assim o Minho pode escapar à asfixia da CP, uma empresa pública que mata, ano após ano, o serviço público de transportes nos caminhos-de-ferro. No fundo é uma metáfora do próprio país: demasiado centrado nas áreas metropolitanas, limitando-se a cumprir serviços mínimos e a servir de “bazar de serviços” dos favores do Estado. (...)
Porto-Minho-Vigo impulsiona linha entre Braga-Guimarães
O transporte de alta velocidade vai ligar Porto-Vigo em 2013. O projecto já assumido pelos governos de Portugal e Espanha deverá acelerar o desenvolvimento da ligação ferroviária de Guimarães a Braga.
O Presidente da Câmara mostra-se satisfeito com o facto de existir um projecto organizado, com uma comissão de acompanhamento capaz de zelar pela sua concretização.
De acordo com António Magalhães, o investimento nesta obra poderá ser um motor de desenvolvimento para a região, inclusive, para Guimarães. O Edil vimaranense admitiu que agora será possível começar “a pensar a sério na ligação a Braga”. Com efeito, a Edilidade vimaranense já dispõe de um ante-projecto para a construção do prolongamento da ligação ferroviária.
O documento aponta para a extensão da linha existente em direcção a Braga, com passagem pelo campus da Universidade do Minho, Fermentões, Ponte e Taipas. O traçado prevê a construção de um túnel em Azurém e uma nova ponte sobre o Rio Ave.
Comissão de Clientes da Linha Braga-Porto: Tomada de posição pública face à alteração dos horários dos comboios Braga-Porto
A Comissão de Clientes da Linha Braga-Porto reuniu no passado dia 13 de Março de 2008 com os representantes da CP, com o intuito de analisar a alteração dos horários dos comboios da linha Braga-Porto que a empresa pretende implementar antes do início do mês de Abril. (...)
A Comissão de Clientes congratula-se com facto de o número de comboios que fará diariamente a viagem entre Braga e Famalicão ter sido reforçado.
Em contrapartida, a Comissão de Clientes ficou manifestamente desiludida com o facto de a CP ter reduzido o tempo de viagem entre Braga e S. Bento em apenas um comboio em cada sentido à hora de ponta. Por outro lado, esta redução fixará o tempo de viagem dos comboios mais rápidos em cerca de 50 minutos, ainda muito longe do objectivo inicial dos 40 minutos. Outro aspecto negativo da alteração agora proposta, é o facto de a maior parte dos comboios continuar a demorar cerca de uma hora e um quarto a fazer um percurso com menos de 60 km. (...)
A Comissão está consciente dos constrangimentos que a linha ferroviária tem na zona da Trofa (aqui as obras já arrancaram e estarão concluídas até ao final de 2009) e entre Ermesinde e Contumil. (...)
Em conclusão, a Comissão de Clientes reconhece o esforço feito pela CP, mas lamenta que os horários propostos em Março de 2008 apenas venham assemelhar-se aos horários em vigor até Abril de 2007, antes da última alteração de horários, que tinha prejudicado gravemente os milhões de utentes que todos os anos recorrem a este transporte público. (...)
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