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20090903

O romantismo a caminho de Sanábria não salvará o Tua

A minha tese é que a desnaturalização da paisagem via construção de barragens e desertificação humana do interior Norte é uma conspiração lisboeta para lá construir uma central nuclear .
Independentemente da minha opinião, perante a constatação dos factos, ilustres bloggers e movimentos de cidadãos insistem na linha do Tua até Sanábria como solução contra a barragem de foz Tua. Ver artigos de:
Pura fantasia.
Há que contextualizar a questão do Tua e reconhecer as variáveis e o poder do «adeversário» em jogo:
A estratégia de combate à barragem tem que ser diferente, mais realista e não pode contra-argumentar com a linha férra até Sanabria.
As ferrovias em Portugal e no interior Norte foram construidas numa altura que não havia concorrência de outros modos de transporte e havia maior procura porque havia mais polupação residente. Eram portanto economicamente viáveis. Hoje há concorrencia do avião, rodovia e fluvial. Há menos população do que há 100 anos atrás. Na minha opinião, hoje o investimento em ferrovias no interior Norte deve ser circunscrito a turismo e logística. Para além disso haverá concerteza outros projectos em Trás-os-Montes e Alto-Douro mais uteis. Comparemos, por exemplo, o cenário de reabilitação da linha do Tua até Bragança mais o novo troço até Sanábria face à reabilitação da Linha do Douro. A utilização, lobby ibérico, potencial turístico/logístico e investimentos já previstos da/para da linha do Douro são muito superiores aos da linha do Tua. Além do mais, pessoas e mercadorias partindo da foz do Tua e chegando a Sanábria, onde se dirigiriam ? Só pode ser à Galiza, Salamanca/Madrid ou Medina del Campo/nordeste de Espanha. Ora quem está na foz do Tua se quer algum desses destinos, vai directamente para lá sem precisar de passar por Bragança: Pela linha do Douro rumo ao Porto e depois à Galiza ou pela linha do Douro reabilitada até Salamanca e daí para norte ou Madrid.
É preciso realismo mesmo nas organizações informais para se ter credibilidade. A argumentação anti-barragem da foz do Tua tem que ser baseada em critérios mais fortes e menos utópicos. Caso contrário, nem mesmo vitorias morais se alcançarão. E o realismo que peço é apresentar soluções alternativas as barragens em causa:
  • Mini-hidrícas;
  • Barragem no Águeda ou Alto Coa;
Ou mesmo eventualmente aceitar a barragem negociando fortes contrapartidas para a região:
  • Reabilitação/upgrade de outras linhas, nomeadamente do Sabor e Douro;
  • Regionalização piloto no Interior Norte;
  • Garantia de não ser instalada central nuclaer no Douro;
  • Mais receitas dos proprietários das barragens para a região;
  • Ryanair em Bragança;
  • IRC a 15%, como promete o PSD;
  • Etc.
Decisão a tomar por quem está depois do Marão e a debater em futuros posts.

PS: Este post foi escrito ontem de manhã. Durante a tarde tive conhecimento das declarações do candidato do PS pelo distrito de Bragança que afirma que foz Tua-Sanabria não é rentável e que portanto se deve construir rodovia. Concordo com o diagnóstico, mas discordo, obviamente, da conclusão.

20090512

Braga é a Lisboa do Norte e o «Portocentrismo» é um bode expiatório

O populismo regionalista do Pedro Morgado, benéfico para as pedradas no charco que Braga necessita, mas simultaneamente pouco sério e fundamentado para com o Porto (portocentrismo), há muito que me obrigava a produzir esta reflexão. Despersonalizando, mas simultaneamente contribuindo para a entrevista de hoje de Vitor Silva, fica então aqui a minha tese e o respectivo apelo à reflexão por parte da elite bracarense que Pedro Morgado personifica: Braga é a Lisboa do Norte e o «Portocentrismo» é um bode expiatório.

Na minha opinião, a raiz do problema está no perfil económico da cidade e eventualmente no efeito castrador da Igreja Católica de Braga. Vou-me centrar na 1ª questão.
Ao contrário do Porto, Barcelos ou Guimarães, Braga é uma especie de mini-Lisboa, bastante dependente do sector dos bens e serviços não transacionáveis: serviços públicos típicos de capital de distrito (universidade, tribunais, hospitais, etc) e um peso enorme da construção civil e afins.
A industria de origem local é reduzida. Alguns exemplos:
  • Por exemplo, Guimarães e o Alto Ave tem um PIB per capita superior ao do Cávado, são exportadores e tiveram que lutar pela existência de um polo da UMinho;
  • Os dois casos de maior sucesso empresarial e tecnologia de Braga (Primavera Software e 3B/Uminho) são lideradas por pessoas que passaram importante parte da vida profissional no Porto…
  • Nos rankings universitários a UMinho está muito atrás da Uporto;
  • A UP e a UA foram pioneiras na passagem para fundação, enquanto a Uminho e a maioria das lisboetas mantiveram o estatuto público.
O peso excessivo do sector da construção leva a que haja mais pressão para a realização de negócios que preencham as carteiras de encomendas dos operadores do sector, nada mais nada menos do que se suspeita a nível nacional com TGVs, TTTs, NALs, etc. A corrupção inerente é retratada pelo próprio Pedro Morgado e como podemos ler aqui, que o PS Braga é o 2º financiador do PS nacional:
«"Muita gente em Braga sabe das associações perigosas entre empreiteiros e Mesquita Machado, sempre visando o patrocínio do Partido Socialista. Há alguns anos quando levei estas denúncias ao Largo do Rato, ouvi de um dos históricos do PS, a seguinte ” lição de moral”: ” O que havemos de fazer a um tipo que converteu todas as juntas de freguesia do Concelho de Braga ao socialismo e que, quando puxamos a parte financeira nos aparece como o segundo maior patrocinador do nosso Partido? Achas que campanhas políticas fazem-se à custa de feijões?”.»
Perante isto qual é a reacção da sociedade bracarense ?
Quando se pronuncia, Braga atrasa as tendências nacionais e do Norte, como foi a votação contra a Regionalização, ao contrário do Porto, Gondomar, e Matosinhos em 1998. O Porto, há 8 anos não gostou do regresso atabalhoado de Fernando Gomes nem do despesismo de Nuno Cardoso e colocou lá o «sério» ou pelo menos aprarentemente «sério» Rui Rio. Braga vive com Mesquita à mais de 30 anos e os bracarenses precisam de ajuda externa para se verem livres dele...

A culpa é dos bracarenses como se comenta na Avenida Central:
Estes senhores que comentam em blogs a situação do urbanismo de Braga levam-me a pensar o quanto as pessoas em Braga são acomodadas. É novidade a forma catastrófica como Braga está a crescer? O homenzinho que está na câmara está lá a fazer vigarices desde ontem? Não, está há 30 (trinta) anos. É novidade para alguém que Braga é uma faroeste com o polvo instalado entre câmara e os trolhas? Julgo não ser novidade nenhuma. Porque as coisas continuam assim? Única e simplesmente por culpa dos bracarrenses! De todos, sem excepção. Culpa dos que são ignorantes e/ou fazem parte do polvo e votam no homenzinho e dos outros que são acomodados.
Porque só aparece gente a comentar em blogs e na vida real nada fazem??? Porque sempre que se tentou organizar conversas/debates sobre a cidade de Braga quase ninguém aparecia? Porque não se denunciam situações que dia-a-dia estão á vista de todos?
Não se queixem dos media portugueses, logicamente que eles não vão dar destaque a Braga de livre iniciativa. Portugal é Lisboa e alguns dias, também, o Porto. Caso se pretendam colocar nos media os inúmeros escândalos que se vivem em Braga, a iniciativa terá que ser dos bracarenses. Durante 30 (trinta) anos todos conviveram com esta situação e ninguém nada fez de verdade para inverter isto. Criar blogs e comentar em blogs é fácil e confortável mas de nada adianta.A culpa é dos bracarenses! Sou de Braga mas tenho a perfeita consciência que Braga é um caso perdido. Não me revejo em Braga e tenho vergonha da fama que Braga tem: cidade de trolhas novos ricos, que andam em bons carros mas nem sabem falar nem comer à mesa.
MAs será que a única claustrofobia de Braga só vem (e vem) da Câmara ? E a clasutrofobia que vem da igreja, como o mostra os sucessivos casos do colégio D. Diogo de Sousa, um monumento do reaccionarismo local que usa o dinheiro dos seus alunos para perseguir, processar, despedir e expulsar, antes o silêncio cumplice do triste e incapaz arcebispo de Braga?

Perante a falta de coragem em mudar, Braga prefere encontrar um bode expiatório, o Portocentrismo:
«Que o Porto é centralizador como Lisboa isso toda a gente sabe. Que o resto do país é paisagem, mas que precisa de investimento, isso também toda gente sabe. Só não percebo, seguindo o raciocínio de certos intervenientes, como é que as zonas exteriores a estas cidades/AM beneficiaram de um maior centralismo! Não pensem que o Porto é um santo distribuir. Olhem para o resto do distrito do Porto sem ser da AM do Porto! Pois é, está igual ou pior que as populações do Minho. Sejam claros! Se querem uma grande cidade/metrópole, neste caso Porto, em que 90% da população do Norte viva ai, em que qualquer investimento realizado beneficie quase todos, todas as populações tem as mesmas oportunidades, digam. Se defendem este modelo das populações viverem na cidade, porque é que andam com rodeios. Deixem de tagarelice. As actuais orientações são claras, desenvolver a AM do Porto para que possa absorver o Norte nela. Será que é assim tão difícil de perceber. Todos esses projectos de novas linhas, trams e lá o que seja fora da AMP, por este andar, estão mortos à nascença. As linhas de Braga e Guimarães só foram renovadas por causa do EURO2004 porque senão nem cheta. Já agora gostava de ver as reacções das populações de Ponte de Lima se soubessem que foram os do Porto que foram buscar a IKEA para Paços de Ferreira, porque na realidade queriam era em Matosinhos ao lado da nova loja, mas a IKEA não quis! Gostaria também de ver as reacções das populações do vale do Ave, principalmente as desempregadas, se soubessem da pretensão de certas empresas de ai instalar unidades fabris mas, do "nada", construíram na Maia. Por acaso conheço as reacções das populações do Douro vinhateiro, indignadas com a propaganda portuense em relação ao turismo vinhateiro. Dizem que é para desenvolver a região, quando o turismo é durmam no Porto, visitam as caves em Gaia num dia, e noutro vão de cruzeiro pelo Douro acima e descem pelo mesmo no mesmo dia.
Obviamente que o Porto não tem qualquer poder público formal sobre Braga, porque não há governo regional. Quando muito os privados da Invicta usam legitimamenete os seus contactos para desviar negócios de Braga para o Porto. Ou os políticos do Porto berram mais para com Lisboa e conseguem gastar dinheiro mal gasto na expansão do metro portuense para a Trofa em vez de o investirem em Braga. Mas são apenas os privados ou políticos a berrar na comunicação social ou a egoisticamente sacar do PIDDAC para o seu concelho e não qualquer poder administrativo do Porto sobre a região Norte !

Até que ponto não será Braga, pelo seu peso demográfico, um centro do conservadorismo a Norte que impede o desenvolvimento deste ?
Tal como Lisboa, será Braga uma cidade que ambiciona mais do que as capacidades que tem, dedicando-se a prejudicar os vizinhos minhotos para alimentar o seu ego, à semelhança do que Lisboa faz a nível nacional ?
Será apenas uma capital distrital, aprendiz da lógica lisboeta, sem dinâmica económica e social suficiente para o lugar que tem ?

Não pretendo ser exaustivo e admito que falhem aspectos no meu raciocínio. De qualquer modo ficam aqui as falhas de raciocínio que encontro nos defensores da tese do «Portocentrismo».

20090425

Qualquer iniciativa de desenvolvimento para o interior Norte passa por reconhecer esta realidade

Por Pedro Arroja do Portugal Contemporâneo.
Quando recentemente visitei Trancoso fiquei a fazer contas acerca de quanto custaria cada trancosense ao erário público. Uma pequena fortuna, concluí. A cidade de Trancoso tem três mil e quinhentos habitantes, e o concelho dez mil.
Não existe indústria em Trancoo e muita da agricultura pareceu-me de subsistência. Os empregos parecem ser essencialmente nos serviços e, entre eles, sobressaem os do Estado. Existe a Câmara Municipal, os Correios, a Segurança Social, a Caixa Geral de Depósitos e depois existe o pequeno comércio. Aqui, destaque para o restaurante Área Benta, considerado recentemente um dos melhores restaurantes do país.
Os monumentos da cidade, de que se destaca o castelo, anterior à nacionalidade, estão bem conservados. A cidade apresenta um aspecto limpo e bem cuidado, graças aos serviços públicos. A qualidade de vida, para quem aprecia a pessoalidade, a comida, a tranquilidade, o ambiente, a paz de espírito e a paisagem é extraordinária. O ponto importante é que se não fosse o Estado, Trancoso seria hoje uma cidade fantasma.
Trancoso é tipicamente uma cidade à espera de pessoas e de iniciativa. Enquanto os trancosenses emigraram à procura de melhores oportunidades de vida, o Estado ficou lá a suportar a cidade.

20090404

Diferenças entre portuenses e bracarenses

Em 2001, os portuenses não gostaram do regresso de Fernando Gomes, nem do PS, nem da gestão de Nuno Cardoso. Para o bem e para o mal, votaram em Rui Rio.
Braga, necessita de intervenção externa para se livrar de Mesquita Machado. Sozinhos não iriam lá.

20090310

É desta que transmitem via internet ?

PUBLICO.PT: A VI edição do ciclo Olhares Cruzados sobre o Porto, uma iniciativa do PÚBLICO e do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, vai debater em quatro sessões a decorrer este mês e em Abril alguns dos desafios com os quais se confronta o futuro da cidade e da região. Mantendo o modelo que contempla uma apresentação por uma personalidade com pensamento reflectido sobre um tema e o seu debate através de dois oradores.
A primeira conferência tem como propósito a discussão sobre As dinâmicas da sociedade civil no Porto. A apresentação será do jornalista Germano Silva e o debate será animado por
D. Manuel Clemente, bispo do Porto, e por João Teixeira Lopes, dirigente do BE. Esta sessão está marcada para as 21h30 do próximo dia 16, na Universidade Católica, e será moderada pelo professor universitário Américo Carvalho Mendes.
O Porto e o Mundo é o lema da segunda sessão, a decorrer no dia 25 de Março. A apresentação estará a cargo de Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, e o debate será feito por Diogo Vasconcelos, director internacional da multinacional Cisco, e por João Fernandes, director artístico da Fundação de Serralves. A moderação será feita por Manuel Carvalho, director adjunto do PÚBLICO.
A 16 de Abril, serão discutidos os papéis e as dinâmicas das Novas elites nortenhas. A apresentação será feita por Gaspar Martins Pereira, catedrático de História Contemporânea da UP, e o debate caberá a Carlos Abreu Amorim e Francisco Assis. A sessão será moderada por Ferreira da Silva, administrador do BPI.
A última sessão desta edição dos Olhares Cruzados vai debater o tema da regionalização. O tema será apresentado por António Figueiredo. Nogueira Leite e Luís Valente de Oliveira serão os oradores. Ao contrário das anteriores, esta sessão ocorrerá no Palácio da Bolsa, a 23 de Abril.

Já várias vezes sugeri. Espero que seja desta que os organizadores usem o Ustream.tv ou o mogulus.com.


20090304

Será isto «portocentrismo», caros bracarenses ?

Jornal de Negócios Online
O grupo bracarense DST vai investir 80 milhões de euros na criação de uma rede de fibra óptica na cidade do Porto. Com uma extensão superior a mil quilómetros, abrangendo mais de 360 mil utilizadores, o investimento deverá ficar concluído dentro de cinco anos.

Na minha opinião, não. Trata-se apenas de agentes privados e locais. Braga poderá fazer o mesmo.


20090217

Braga cada vez mais parecida com Lisboa

Braga cada vez mais parecida com Lisboa:
O que salva é a Blogosfera:
Braga tem muito trabalho de casa por fazer antes de pegar no tema do Portocentrismo.

20081022

Sobre o debate regional

As pessoas são muito emotivas quanto aos temas regionais. Compreendo porquê. Resulta da paixão que sentem pelas suas origens ou pelo local onde vivem. Isso é absolutamente normal.

Tem é a desvantagem de resultar normalmente em discussões acaloradas, tanto mais acaloradas quanto maior é a dificuldade em nos colocarmos "nos sapatos" do outro e tentarmos compreender o seu ponto de vista. Não significa isto que tenhamos de concordar com o ponto de vista do outro. Podemos continuar a discordar. Mas se não tentarmos compreender porque é que o outro pensa como pensa, nunca seremos capazes de produzir argumentos capazes de derrubar os preconceitos (vem de "pré-conceitos"). E, quem sabe, poderemos mesmo vir a descobrir que afinal os únicos preconceitos eram os nossos. De alguma forma, e perdoem-me a frase feita, "é no meio que está a virtude".

Às vezes não é uma questão de concordar com o ponto de vista do outro. Normalmente é muito menos. É estarmos sensíveis para aquilo que o incomoda, e é também sermos tolerantes para com as suas falhas.

Quando assim não é... quando deixamos que as emoções (e os nossos pré-conceitos) falem por nós, quando falta sensibilidade, bom senso, tolerância e moderação... não chegamos a lado nenhum. Apenas contribuimos para solidificar os muros que queremos tanto derrubar.

Gostaria apenas de clarificar que não pretendo "atingir" ninguém em particular com isto, mas apenas contribuir para a reflexão de todos. E faço notar que essa reflexão se tanto se aplica a intra-norte como a intra-Portugal.

Aproveito ainda para enviar um abraço sincero ao Pedro Morgado, que abandona o Norteamos, mas não o Norte. Sei que estaremos em breve juntos para as lutas verdadeiramente importantes. Até porque, cada vez mais, a blogosfera está a sair da Net.

20071114

Debate Intra-Norte: Rui Rio contra o Portocentrismo

Notícia do Primeiro de Janeiro:
"No final da reunião de ontem (26.10.2007) da JMP, Rui Rio adiantou ainda que irá enviar uma carta ao secretário de Estado do Turismo, a propor que haja uma solução diferente da encontrada para o Porto, no âmbito da proposta de lei das Regiões de Turismo.
(...)
O Presidente da JMP avalia a redução como positiva, mas considera que o Porto 'fica com a sua capacidade reduzida'. No entender de Rui rio, o Porto tem 'especificidades que podem tornar difícil a gestão do Norte', pelo que 'tem de ser encontrada uma solução em que o destino Porto tenha posição de destaque dentro da região Norte'.

O responsável acredita que poderá haver várias possibilidades de resolver o problema, admitindo nomeadamente que a região (do Porto) seja definida como Região de Turismo e que o Norte fique com o Douro para ter mais força. Rui Rio sublinha que mesmo que não reja atribuído o estatuto de Região de Turismo ao Porto e que em forma de compensação a cidade fique com a sede da região, o que irá suceder é que 'irá correr-se o risco de o Porto, pela sua importância, poder secar tudo à sua volta'."


PMS: Portanto, Rui Rio rejeita a possibilidade de uma Região de Turismo do Norte com o Porto como sede. Onde está então o tão falado Portocentrismo? Pelos vistos, quando o Porto tem a possibilidade, ao contrário do afirmado, recusa o neo-centralismo.

Nota: Mais uma vez, insisto na solução para este problema: é mais importanto olhar para o produto turístico do que olhar para as divisões administrativas existentes. Tal não é fácil: o norte (e Aveiro) está numa encruzilhada entre o Aeroporto Sá Carneiro e a Galiza. A nível de promoção externa, a região tem de ser una. Ao nível da implementação e gestão do produto turístico, a intervenção é local / multimunicipal, mas com implicações regionais.

20071105

Duas contribuições para o debate intra-norte

1. "PIDDAC - O Minho - O Desastre" - por Cristina Santos

«Por sua vez, Albino Carneiro, presidente da Câmara de Vieira do Minho, é peremptório em afirmar que o PIDDAC é um "desastre" e um "atentado" para o concelho, já que não viu projectos da autarquia contemplados no Orçamento de Estado para 2008. "No mínimo, esperava a aprovação do projecto da Variante a Cerdeirinhas (EN 103)", disse.» (JN)

Os municípios do Norte passam o tempo a olhar uns para os outros, em vez de olharem todos no mesmo sentido. Enquanto assim se for, não é possível diminuir as assimetrias e criar um Região dinâmica e sustentável. É necessário estabelecer parcerias que permitam uma Regionalização forte, o Minho Nortenho tem-se deixado embalar num coro decrépito de hinos ao «orgulhosamente só», conseguindo com êxito a injustiça regional e o prejuízo para o desenvolvimento desta região do país. O Porto enquanto catalizador do maior investimento sai profundamente lesado com a apatia e falta de desenvoltura Minhota, com uma Região assim mais vale estabelecer parcerias com o Alentejo.

-Resumo: PIDDAC para o distrito de Braga e outros

(via Baixa do Porto)


2. Com Regiões, seria assim? - Por Vítor Vieira Alves

"
Região Norte ainda mais longe do rendimento médio nacional" - Público 4-11-2007 [Local Porto]

A notícia de onde é extraído este título refere-se a um estudo que abarca o período de 1999 e 2003 [Governo PS], que concluí que "a Região Norte apresentava um Rendimento Disponível das Famílias per capita 17 por cento inferior ao da média do país", em 2003.

Não errarei se inferir que a extrapolação para o período seguinte não alterou a tendência, bem pelo contrário. O desmantelamento da estrutura industrial a que temos assistido e a alteração do modelo industrial, com consequências ao nível do desemprego, seguramente agravou este cenário.

Do ponto de vista político este período corresponde à "provinciação" do panorama político. Depois de Fernando Gomes, com uma perspectiva cosmopolita e assertiva relativamente ao papel da região, os autarcas preocupam-se mais com as fronteiras da "paróquia" e a realização do seu imaginário infantil, do que verdadeiramente com a defesa dos interesses regionais.


(via Baixa do Porto)

Haverá alguma vantagem para o país em ter uma região crescentemente mais pobre?

20071031

Paroquialismo bacoco: o maior aliado do centralismo

Ainda o Portocentrismo

JPM, comentando este post, escreveu o seguinte:

«Se a construção do hospital fosse da responsabilidade directa do Município de Braga já estaria aberto há muito ao público. Ou tem dúvidas?»

Concordo. É exactamente por isso que me custa ver avançar uma Regionalização em que o Porto vai acabar por fazer ao Norte o que Lisboa tem feito ao país...

O post acima, publicado no Avenida Central por Pedro Morgado, é o exemplo paradigmático do pior provincianismo que campeia por este norte fora. Sem qualquer fundamentação, porque a construção de um hospital em Braga não tem rigorosamente nada a ver com o Porto, nem esta cidade, município, ou área metropolitana tem qualquer poder para decidir sobre o assunto, Pedro Morgado, num exercício da mais completa desonestidade intelectual, fruto dum estranho ressabiamento ou complexo de inferioridade - porque nele estas atitudes são recorrentes -, conseguiu tirar a ilação de que caso a Regionalização avançasse o "Porto vai acabar por fazer ao Norte aquilo que Lisboa tem feito ao país". Não disse porquê nem como, mas isso, obviamente, são pormenores que em nada põem em causa a elevadíssima lógica do seu pensamento.

Enfim, cada vez mais me convenço que o futuro dificilmente passará por este tipo de discussões. A minha única esperança é que um dia o povo chamado a decidir seja capaz de distinguir entre o que verdadeiramente interessa; saiba distinguir o trigo do joio e atire para o caixote do lixo da história este tipo de cassandras que não passam de instrumentos nas mãos do mais obscuros poderes interessados em perpetuar o actual estado de coisas.

Defendem estes "regionalistas" que a Norte deverão ser criadas duas regiões - Grande Porto separado do resto do Norte. Não haverá melhor forma de beneficiar o putativo centralismo do Porto que esta solução. A escassa inteligência destas mentes (ou inconfessáveis interesses) impede-as de dizer que o Grande Porto é responsável por 42% do PIB da região, congrega 34% da população e concentra no seu território as principais infra-estruturas vectores da internacionalização da economia. Se sem qualquer capacidade política e orçamental autónoma é capaz destes resultados, maiores e melhores alcançaria se dessas prerrogativas já usufruísse há muito. Porque se tal cenário um dia vier a materializar-se, a área metropolitana do Porto com certeza que se alargaria ainda mais, como aliás já é evidente com a adesão de muitos dos mais dinâmicos municípios do norte do distrito de Aveiro à chamada Grande Área Metropolitana do Porto da já morta reforma Relvas. Estou em crer que nesse caso ela se alargaria mesmo a outros concelhos a norte como, por exemplo, Vizela e Famalicão. Tal concentração demográfica e capacidade produtiva autonomizada do resto do Norte será a condenação ad eternum do restante território nortenho ao subdesenvolvimento.

Se é esta espécie de Singapura que pretendem que se crie a norte - tal como Lisboa se prepara para fazer a sul - força, para a frente com isso!! Conheço no Porto quem rejubilará perante tal cenário. E, nesse caso, o Porto fará mesmo ao Norte -porque a dinâmica assim criada o tornará inevitável - o que Lisboa faz ao resto do país.

Já alguém disse a esta gente que o milhão de minhotos terá um poder eleitoral imensamente superior numa Região Norte integrada do que tem actualmente perante o sistema centralista e poderá de facto condicionar os governos regionais fazendo valer os seus legítimos interesses como nunca foi capaz até hoje? Ou será que o que eles pretendem é impor-se desequilibradamente aos escassos 400 mil trasmontanos e durienses?

PS - A Grande Área Metropolitana do Porto agrupa 14 concelhos que no censo de 2001 totalizavam 1 759 958 habitantes em cerca de 1573 km^2 (densidade populacional próxima 1119 hab/km^2). Esses concelhos são:

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Porto

Póvoa de Varzim

Sta. Maria da Feira

Santo Tirso

S. João da Madeira

Trofa

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia.

Os concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, actuais membros da Grande Área Metropolitana de Aveiro irão (ou iriam), a curto prazo, pedir a transferência para a Grande Área Metropolitana do Porto, por forma a que todo o Entre Douro e Vouga permaneça coeso. Deste modo, a Grande Área Metropolitana do Porto irá abranger mais dois concelhos e verá a sua população aumentada em cerca de 100.000 habitantes. A anexação destes dois municípios fará com que a densidade populacional da Grande Área Metropolitana do Porto se situe próximo dos 1.000 hab/km^2. (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_metropolitana_do_Porto)
Leituras recomendadas