20080911

Mensagem à Associação de Cidadãos do Porto

Os tempos que correm são bastante agitados e surpreendentes. Breve diagnóstico:

  • Peak Oil. Estamos numa transição para energias mais caras e poluentes. As implicações são imediatas, desde a redução da actividade turística, do trafego aéreo e respectiva necessidade mega-aeroportos, até ao retrocesso na sub-urbanização ou o retrocesso na deslocalização da actividade industrial para a China, que será favorável ao Norte ainda industrial.
  • Recessão. Estamos numa recessão no mundo ocidental, incidindo sobretudo nos sectores FIRE (Financials, Insurance, Real-Estate). No fim de semana passado o governo dos EUA nacionalizou bancos pré-falidos. Por estes dias o 4º maior banco de investimento americano, o Lehman Brothers, está também a falir... O presidente do banco central do Reino Unido diz que este país pode ter a pior recessão dos últimos 60 anos. Soros afirma que o sistema financeiro mundial está "à beira da ruptura"... Rogers dize que “tivemos a pior bolha no crédito da história mundial”, que não se consegue resolver “num, dois ou três anos”.
  • Separatismos. Reaparecimento de separatismos e independências unilaterais, para além do Kosovo e Ossétia do Sul: O Daily Mail do fim de semana dizia que a Belgica enfrenta uma histórica divisão e questiona se o Reino Unido se seguirá com as sondagens a mostrar uma maioria de escoceses a votarem pela independência. Já referi a nossa Macaronésia e há muitos outros casos listados no wikipedia, genuínos ou meros instrumentos das grandes potências. Nem mesmo os EUA escapam, como prova esta reportagem do Pravda sobre os independentistas do ex-russo Alaska.
  • Guerra Fria e EUA. Estamos numa nova Guerra Fria: Sistema anti-míssil na Polónia e república Checa, navios da Nato no mar Negro e navios russos na Venezuela e brevemente em Cuba, Síria e Irão. É inevital a redução de influência dos EUA nos assuntos mundiais e respectiva ascendência de outras potencias como seja o Brasil, Rússia, India e China (BRIC): US waves goodbye to prosperity and democracy. Emmanuel Todd já o tinha escrito, e também tinha antecipado nos anos 70 a implosão da União Soviética.
  • Bloco Central(ista). Em Portugal temos um Bloco ideologicamente Central e territorialmente Centralista em constituição, como já tinha antecipado. É dominado por Cavaco, Sócrates e MFLeite de forma a que os interesses de sempre subsistam. A economia dos Bens e Serviços Não Transaccionáveis sediada em Lisboa e protegida pelo Estado Central prepara-se para continuar o «business as usual» por mais 4 anos. Isto é, a impor as suas margens monopolistas e elevadas sobre as PMEs e famílias do resto do território nacional.
  • Drenagem. A última sabotagem na linha do Tua premite conhecer melhor o que são a maioria dos transmontanos e antecipar o futuro. A probabilidade da barragem não avançar só é sentida em TMAD. Em Lisboa, na sede do MOPTC, da EDP ou do consórcio financiador, o movimento de defesa da linha do Tua não faz estragos nem ameaça. Efectivamente a sabotagem verificada foi executada por quem sente ameaçado os seus interesses nas indemenizações devidas pela construção da barragem. Foram certos transmontanos que sabotaram a linha no último acidente. Esta traição não é nada de novo. Aliás, infelizmente a maioria dos transmontanos emigram ou votam a favor de Lisboa, como se viu no referendo da Regionalização. Como recompensa, os transmontanos podem contar com uma central nuclear no Douro dentro de alguns anos, como afirma o oligarca Patrick Monteiro de Barros. TMAD dá uma antevisão em cerca de 50 anos da Drenagem que acontecerá ao Norte litoral.
  • Desnorte. O Norte estrategicamente à deriva gerou e continua a gerar imbróglios como o do ASC: Há 10 anos a Soares da Costa precisava de facturar. As elites portuenses cúmplices com o Centralismo lá conseguiram sacar do Orçamento de Estado uma modernização megalomana do aeroporto. Agora a gestão da gare não é economicamente viável. A Ryanair já não vem para cá com a sua base. Rui Moreira, Belmiro de Azevedo, Luis Filipe (porque não te calas) Menezes ou Rui Rio bem podem celebrar em Novembro próximo os 10 anos do não à Regionalização.
  • Emigração. No meu círculo de contactos (familiares, colegas, ex-colegas, inclinos), no último ano, 5 pessoas emigraram. Nem todos se dão bem. O portuense «Fomos» começa a detectar problemas no seu trabalho qualificado na Irlanda. Curiosamente em 2008 a Irlanda termina um ciclo de crescimento elevado que se tinha iniciados há mais de 20 anos... A Emigração não é panaceia para o desenvolivmento a Norte. O mundo ocidental, onde estão a maior partes dos nossos emigrantes está em recessão e as remessas já estão a cair.
  • Regionalização. Alguem acredita que em 2009, com a crise actual e protagonistas actuais, a Regionalização entre na agenda eleitoral ? Com muita sorte o PS lançará em 2010 a Regionalização piloto apenas no Algarve, a região mais rica de Portugal a seguir a Lisboa. O Norte pode esperar até 2013 ... Entretanto planos equivalentes à OTA para as regiões adjacentes de Lisboa vão aparecendo... A dupla ética habitual...

Neste contexto foi com agrado que tomei conhecimento da iniciativa de Alexandre Ferreira/Associação de Cidadãos do Porto em organizar um evento, que em princípio participarei. Eis a minha opinião sobre o que pode ou deve fazer este movimento/associação:

  • Participar em eleições. Há vários caminhos:

· Apoiar candidaturas independentes às autarquias;

· Criar um novo partido político cuja ideologia/prática/programa se adeque as preocupação dos associados/simpatizantes, por exemplo, o Partido da Emigração e Regiões;

· Aderir massivamente a um dos pequenos partidos (de formação recente ou não) e enxertar neles as nossas preocupações/soluções. Entre estes saliento o Movimento Esperança Portugal, o Movimento Mérito e Sociedade ou Partido Democrático do Atlantico (saliento a candidatura em 2005 de um cidadão do Vila Real nas listas dete partido, para defender os interesses da sua região). Estes (proto-) partidos tem ainda uma dimensão reduzida e uma infusão significativa de militantes seria suficiente para influenciar decisivamente oo seus programas.

· Ficar apenas pelo «lobby» informal, mas com capacidade de influenciar significativamente a comunicação social e demais partidos existentes e respectivos programas eleitorais;

A «infiltração» nos partidos tradicionais de poder (PS ou PSD) como tenta e defende TAF, não resulta, na minha opinião. Serão sempre nacionais e não regionais. Os políticos de fora de Lisboa que chegam ao poder serão sempre condicionados a terem uma política de defesa da capital e nunca do restante território. Serão quase sempre comedores de migalhas e trocarão a defesa dos seus eleitores pelo seu próprio bem estar. Por exemplo o PSD Porto não apoiou o regionalista PSLoles e preferiu PPCoelho (que renegou posteriormente esse mesmo apoio), por causa de uma questão de lugares de deputado.

  • Adoptar uma ideologia apropriada aos valores a Norte. Este assunto é complexo e demorado. Porém, proponho simplesmente que adopte a nossa cultura individualista que coexiste com a solidariedade social, nomeadamente das IPSS e acção social da Igreja. Portanto um Liberalismo Clássico com Social Democracia apenas para os 10% ou 20% verdadeiramente pobres.
  • Moralizar a vida pública. Não pode haver social democracia para as carteiras de encomendas do sector das obras públicas/project finance/gestão de PPP, para a SoaresdaCosta, Mota-engil, parceiros do Rio ou do Mesquita Machado nas várias PPP que vão criando, ou para os fornecedores privados que querem captar clientes com a actual e conspirativa destabilização da Saude e Educação pública. Há uns meses um representante de negócios português num pais do norte de África, dizia-me que neste momento a corrupção em Portugal é maior do que a que existe nesse continente. É preciso acabar com a lógica da privatização dos lucros e socialização dos riscos ou prejuizos.
  • Focalização nas questão materiais. Concentração nas questões económicas e não nas identitárias, sem as descurar, no entanto. Abandonar as preocupações com o FCP e com o futebol em geral.
  • Não apelar a separatismo ou afins. Oponho-me a uma estratégia de independência do Norte. O sentimento é de facto nascente, mas é utópico. Só serve para auto-iludir os seus defensores. Perante situações difícies ou «ambição de subir na vida» o povo a Norte emigra, vende-se a Lisboa ou aliena-se com FCP, compras em shoppings, idas à praia ou romarias. A execepção são os que me lêem, uma imensa minoria. Acreditar no Pai Natal ou na adesão massiva a um hipotéctico separatismo é o mesmo. É muito mais realista e adulto apostar em evitar mais oportunidades perdidas como a derrota de FNogueira em 1995, o não à Regionalização em 1998, erros na concepção da rede do Metro do Porto ou dimensão das obras no ASC a partir de 2000, a vitoria de Sócrates em 2005, vitória de MFLeite em Maio de 2008, etc.
  • Defender projectos viáveis. Apostar em ideias/projectos públicos exequíveis e que respeitam o contribuinte:

· Simultaneamente implementar a fusão de autarquias e Regionalização, adoptando integralmente o modelo dinamarques (para os mais atentos, informo que alterei leigeiramente a minha opinião sobre o assunto). Pragmaticamente, usar os recursos libertados pelas autarquias fundidas (verbas do OGE, funcionários, pessoal político, instalações) para implementar a Regionalização, calando assim os que a acusam de despesista.

· Repensar o urbanismo e a mobilidade atendento ao fim do transporte barato:

o Antecipar metros no Vouga e Braga;

o Expansão «lowcost» do metro do Porto;

o Recuperação turística/mercadorias da linha do Douro;

o Ligação do CVE Porto-Minho-Vigo aos ASC;

o Criação/recuperação de uma linha de comboio entre Viana-Barcelos-Braga-Guimarães-Felgueiras-Amarante-Marco de Canavezes, aproveitando a linha do Minho e o ramal de Amarante;

o Manter a linha do Tua;

o Avançar com maior empenho na criação de uma rede de ciclovias na AMPorto;

o Antecipar as plataformas logísticas.

· Desconcentrar a administração pública, reivindicando de Lisboa sedes/departamentos de organismos públicos como em tempos foi a API, o INE e o Centro Português de Fotografia ou como ainda subsistem no Porto as Direcções de Recursos Humanos do Exercito Português.

· Aproveitar as oportunidades para retomar o «lobby» contra as obras megalomanas de Lisboa e arredores.

o O maior grupo nacional especializado em PPP/SCUTS, a Brisa, «Crise obriga a cortar investimentos»;

o A portuense mas com modelo de negócio à Lisboeta «Mota-Engil, regista queda de 82,5% nos lucros do primeiro semestre»; A Teixiera Durate está pior;

o Madrid trava TGV: O Governo português não consegue obter resposta definitiva de Madrid para o avanço da rede ferroviária que inclui a ligação Madrid-Badajóz

Todas estes projectos estão a sofrer com a recessão actual que é essencialmente o rebentar de uma bolha de crédito barato. O patrocínio estatal e este tipo de negócios está a falhar em todo mundo. Já o tinha referido aqui. Literalmente os «FIRE on fire» dificilmente conseguirão candidatar-se a estes projectos porque provavelmente irão falir... É a oportunidade para o Norte desferir ataques finais em Alcochetes, novas auto-estradas, TTT, TGV, Expo2 (recuperação da frente ribeirinha do tejo), Plano Oeste, etc;

  • Atenção às infiltrações, escutas e oportunismos. Qualquer associação/lobby/partido de natureza política sofrerá de escutas do CIS, oportunismos e infiltrações
  • Aproveitar a Internet. A Internet veio revolucionar a forma de fazer política. Sugiro que os organizadores do evento façam a transmissão em directo audio e video via Operator11 ou Mogulus. Disponibilizo desde já o Norteamos para o «paste» do sinal video. Provavelmente o Tiago também disponibilizará a Baixa do Porto.

Apelos finais:

  • Caros leitores do Norteamos e Baixa do Porto: Aderir a estas causas, ser simpatizante, divulgar estas preocupações, não tem custos e tem vantagens próprias para o futuro económico que se avizinha;
  • Caros Rui Moreira e Pedro Baptista: Equacionem abandonar os vossos partidos e juntarem-se a esta nova associação/partido/lobby;
  • Caro Manuel Carrelo, considere esta reflexão;
  • Caros responsáveis dos partidos MEP, MMS: Alarguem a vossa base eleitural subscrevendo as preocupações que citei;
  • Caro Manuel Monteiro e a direita em reorganização: Considerem os interesses do Norte;
  • Caro Alexandre Ferreira, considere este contributo para o evento que organiza.
PS: 20080912 10:23: À frente dos acontecimentos: Concorrentes às novas estradas pedem adiamentos - A Mota-Engil, Soares da Costa e Somague pediram à Estradas de Portugal para adiar o prazo final das negociações da Auto-estrada Transmontana e Douro Interior. As empresas invocam dificuldade de financiamento e pedem que o Estado facilite a relação com os bancos. Estes estão a rever em baixa as previsões de tráfego.

13 comentários:

Tuga Em Dublin disse...

Essas ferias foi sempre a dar-lhe, estou a ver... Quanto 'a questao de este blog ser lido por uma minoria, nao tenho tanta certeza disso. Acho que tem um numero de leitores bem razoavel, se bem que agora como e' actualizado menos frequentemente, isso possa levar a q as pessoas passem a visita-lo menos assiduamente... A proposito das remessas acho que a tendencia e' mesmo para diminuir... Eu nao ponho o dinheiro que ganho aqui num banco portugues, pelo simples facto de aqui render mais... E alem disso vou mandar o dinheiro para Portugal para que? Eu nao vivo la'... Muita gente que emigrou de Portugal trouxe a familia com eles, nao faz sentido estar a enviar dinheiro para la... A "nova emigracao" assume mais um caracter de "ir viver" para outro pais, do que propriamente "ir para fora juntar umas coroas" e mais tarde voltar...
Quanto a' questao da independencia:
- neste momento o Norte so' paga impostos, nao ve retorno nenhum desses impostos pois nao ha' investimento e esse dinheiro evapora-se la' em Al-Lisbunah (nao resisti) nos meandros da corrupcao (deve ser do calor).
- Portugal recebeu muitos fundos comunitarios para ser empregue nas regioes pobres (o Porto e' a cidade mais pobre da peninsula iberica segundo um artugo do JN). Pois esse dinheiro desapareceu la' por Lisboa e consta-se que a junta metropolitana do Porto ameacou o governo de apresentar uma queixa no tribunal europeu... Claro que nao vao fazer nada... Mas enfim...
- O Norte e' bem mais densamente povoado que o Sul (vive perto de 40% da populacao Portuguesa)
- Os sectores que exportam para o exterior encontram-se grande parte no Norte...
Posto isto, precisamos de Lisboa para que?
Ate' as nossas raizes sao bastante diferentes das deles... Eles sao Lusitanos, nos somos Galaicos (ou Callaicos)..
Como a caixa de Pandora foi aberta com o kosovo, isso vai ser um rastilho que vai incendiar os animos e mesmo ao lado de Portugal esta' um "pais" chamado Espanha que e' muito sensivel nestas questoes. Se fossem a referendo a federacao espanhola ficaria reduzida a metade... E a Galicia seria uma das que saia do barco... E isso a acontecer influenciaria muita coisa por ca'...
Nunca se sabe se os dias da Monarquia do Porto ocorrida ha' menos de 100 anos se repetirao (ou algo similar)... E' uma questao do descontentamento atingir o ponto certo...

PS: Ja' tinha saudades de um post assim no Norteamos

Diogo disse...

O ciclo do petróleo por Jon Stewart

Jon Stewart do Daily Show explica-nos, de forma concisa e com extraordinário sentido de humor, o ciclo do petróleo. Uma alfinetada de mestre no capitalismo de mercado:

«O Congresso americano deu às indústrias petrolíferas 500 milhões de dólares para pesquisa. E deu 2.7 biliões de dólares em perdões fiscais. Embora uma empresa como a Exxon Mobil tenha 7.6 biliões de puro lucro apenas no último trimestre, ou seja três meses!

Poderão achar a ideia do governo usar biliões de dólares dos contribuintes para subsidiar estas indústrias como a antítese do capitalismo de mercado livre e privado. Estão enganados!

Há uma explicação muito simples para as companhias de petróleo já tão obscenamente ricas, receberem dinheiro do governo. Chama-se o “ciclo do petróleo”.

Começamos com a família americana. Gente trabalhadora que adquiriu uma inclinação para motores poderosos e televisões plasma. Através de um processo natural chamado “pagamento de impostos”. Os vencimentos destas pessoas são desintegrados e reabsorvidos por uma entidade chamada “governo”. O governo consome estes fundos e transforma-os em “subsídios. Alguns dos quais vão para gigantescas e lucrativas companhias petrolíferas. Esses fundos são usados para procurar novas fontes de petróleo e tirar partido da dependência do petróleo destas pessoas para assim obter lucros. Estes lucros são então armazenados em contas “offshore” nas ilhas Caimão de modo a evitar um processo chamado “pagamento de impostos”, o qual foi discutido anteriormente. O governo dá, então, às petrolíferas mais dinheiro.»

Vídeo (legendado em português) – 3:40m

Ventanias disse...

Meu caro José Silva, parabéns pelo sentido, pensado e compreensivo guião das preocupações nortenhas.

Subscrevo praticamente na íntegra. Com uma excepção importante. Eu continuo a acreditar que é possível, e desejável, mudar o sistema por dentro. Por isso procuro fazê-lo no CDS. Quanto ao mais, o seu combate é o nosso combate. Por isso, creia, o meu combate é também o nosso.

PS. Estarei no Porto no fim de semana de 20 de Setembro; seria talvez uma ocasião para nos encontrarmos. Com o António Alves e o Pedro Menezes Simões, se estiverem disponíveis. E outros, se assim o entender.

PMS disse...

"Eu continuo a acreditar que é possível, e desejável, mudar o sistema por dentro."

Acho que o sistema se pode mudar internamente. Mas para que surjam oportunidades para mudar internamente é necessário pressão externa.

"Com o António Alves e o Pedro Menezes Simões, se estiverem disponíveis."
Peça o meu contacto ao José Silva. Em principio só não estou disponível no sábado à noite. Mas envie-me um email para combinarmos.

PMS disse...

Caros, estarei presente hoje à noite. Alguém mais vai?

Jose Silva disse...

OK, Ventanias, em princípio sim no dia 20.

Hoje em princípio estarei presente. O TAF não vai estar. Pedro, depois eu telefoneo-lhe.

António Maria disse...

A vossa iniciativa era esperada! Não creio, porém, que o Norte (refiro-me sobretudo ao eixo litoral, q logo arrastará o resto do país entre o Mondego, o Minho e o Douro Internacional) possa defender os seus interesses convenientemente sem criar um partido claramente regionalista, minoritário talvez, mas forte e com ideias claras. Creio também que nada teremos a ganhar com a balcanização (de facto, possível) de Portugal. Os grandes países europeus e os EUA estariam certamente interessados, assim como Madrid! Mas seria mau para todos os portugueses, de Faro a Caminha, de Trancoso ao Corvo. O Norte está mais dentro de Lisboa do que se pensa! Eu costumo dizer que a Galiza, ou a influência galega vai até onde chega a couve com o mesmo nome. E a dita chega, de facto, até ao Montijo, outrora Aldeia Galega! Temos pois que ler bem a história do país, e não cair em visões apressadas da realidade. Seja como for, haverá num futuro próximo novos partidos, uns populistas, outros de cariz claramente regionalista. Se a vossa reunião vier a dar num novo partido (ou Liga, etc...) regionalista, mas não federalista, ou independentista, darão certamente um enorme contributo para a ultrapassagem do actual beco para onde todo o país, capitaneado por uma turma de imbecis corruptos, nos está a conduzir. Força Portugueses do Norte!

Ventanias disse...

Pedro, já enviei um email ao José Silva (o do Norteamos).

Continuamos por essa outra via.

Cumprimentos

António Alves disse...

nesse fim de semana é possível que esteja no Porto. Marquem o dia e eu tudo farei para ir.

triporto disse...

"Abandonar as preocupações com o FCP e com o futebol em geral."

Acho que para um excelente artigo como este era desnecessária tal afirmação, a qual diga-se de passagem, já é recorrente no José Silva.

Meu caro, não sei em que exemplos de individuos é que se baseia para constantemente nos alertar/recomendar para os "maleficios" de nos preocuparmos com os problemas de futebol, mas posso lhe garantir que há muito adepto de futebol que sabe separar as águas.

Aliás, se considerarmos os ultimos casos sucedidos no futebol português terá que admitir que tem tudo menos a ver com desporto mas sim com politica, burocracia e ataques a uma das poucas instituições nortenhas (a unica?) que faz e semptre fez frente ao centralismo da capital.

E talvez por isso é que muitos nós não esquecemos o futebol como forma de combater esse poder que asfixia e drena o resto do país pois já há muito que o futebol vai além do desporto e se os que estão lá em baixo o usam para atingir certos fins politicos, porque havemos nós de ter vergonha/receio de levantarmos a voz contra tais injustiças usando o mesmo método e ainda por cima, conscientes das injustiças que somos alvo?

Por tudo acho que o artigo, excelente e bastante elucidativo, dispensava tal comentário ao futebol.

José Silva, há de experimentar escrever artigos deste teor sem meter as palavras futebol e FC Porto e verá que os resultados serão mais satisfatórios.

De resto parabéns pelo artigo, que tirando tal infeliz referência, me merece toda a credibilidade.

Ventanias disse...

Caros,

Parece que o endereço de mail que usei não resultou...

José Silva, agradecia-lhe que me mandasse um email, para podermos combinar. Para um endereço igual ao anterior mas no "gmail.com" em vez do hotmail.

Obrigado

Jose Silva disse...

TRiporto ,

Mantenho a minha opinião. Tomara que 10% dos alienados com FCP se alienassem também pelas questões do desenvolvimento regional.

Ventanias,

O norteamos@gmail.com continua activo e não recebi qualquer email seu. PF reenvie. De qualquer modo eu vou enviar email a propósito do encontro do dia 20.

PMS disse...

"E talvez por isso é que muitos nós não esquecemos o futebol como forma de combater esse poder"

Pois, e isso tem resultado imenso...

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