20090704

Se fosse um samurai o PSD Porto praticaria agora harakiri. Como são meros plebeus, não o faram.

Há 1 ano escrevia:
A vitória de MFLeite representa um profundo revés para o Norte em geral e Porto em particular.
(...). A governação PS, neo-liberal «mafiosa» sabe que não ganhará com maioria absoluta as próximas eleições. O Norte não votará PS e o sul votará na frente de esquerda em nascimento. Obviamente que em 2009 com um PS com 40%, PSD com 30% e PCP+BE com 25%, a coligação governativa nunca será com a esquerda mas sim à direita. A vitória de MFLeite é o melhor seguro de vida dos interesses oligarquicos e centralistas. É a garantia de mais 5 anos de status quo.
Desengane-se quem julga q MFLeite terá preocupações sociais. (...) E também não descerá impostos permitindo que estes sejam usados na «social democracia» dos grandes interesses, PPP, Scuts, Alcochetes, TGVs, Estado Central exagerado e concentrado em Lisboa, material de defesa em permanente reparação, etc. Os impostos altos e crédito caro incidirão sobre as PMEs (sobretudo onde elas abundam, a Norte) e classe média e não sobre os grandes projectos com patrocínio estatal. (...)
MFLeite poderia ser útil se tivesse coragem para acabar com estas grandes obras, como em tempos escreveu. Mas não. Nota-se desde já o Bloco Central de interesses, as «máfias» a actuar: Ela própria já disse no 1º debate televisivo que Alcochete, TGV e TTT são para continuar. Conclusão: mais do mesmo. (...)
Mais grave de tudo é que isto foi mais um erro imperdoável do Norte. Deixou-se enganar em 1995, na Regionalização em 1998, em 2005 e no sábado passado. Parece que o que motivou o não apoio da distrital do Porto a PSLopes foi um ajuste de contas relativo a «tachos» de deputados na AR, como ouvi ontem na RTPN. Inspirada pelos liberais portuenses teóricos e imaginativos, que já produziram o frankenstein Rio e que agora o combatem, a distrital portuense decidiu apoiar PPCoelho que dizia «Nim» à Regionalização em vez do Sim de quem disse que «Portugal não era Lisboa». Esses votos teriam dado a vitória a PSLopes e o cenário mudaria. Agora, ridiculamente, Marco António Costa, nome inversamente proporcional à inteligência política, disse que iria exigir a Regionalização à candidata vencedora, que é, como sabemos, frontalmente contra. Pagaremos caro este aventureirismo irresponsável do PSD Porto. (...)
Hoje, um dos tais militantes do PSD Porto começa a ver bem a asneira e começa a arrepender-se:
No PSD já cheira a poder. Muitos “notáveis” em bicos de pés a chamarem a atenção para as suas ilustres pessoas, imprescindíveis nas listas de deputados e patrioticamente disponíveis para futuras funções ministeriáveis ou secretariáveis. Por outro lado, os aparelhos distritais remeteram-se a prudente recato, o habitual quando sentem que o líder está em dinâmica de vitória. O que não esconde um grande nervosismo, pois em tais circunstâncias fica assaz reduzida a sua margem de manobra para impôr candidatos em lugares elegíveis.
Manuela Ferreira Leite está consciente da força que a vitória nas europeias lhe conferiu e irá, mais uma vez, actuar “à Cavaco”: guardará silêncio sepulcral até à última hora e então, ao bom estilo centralista, anunciará os elegíveis, escolhidos de forma discricionária. Com o nobre objectivo de constituir um grupo parlamentar de “sábios e impolutos”, tão ao gosto de JPP, inundará as listas distritais de “sulistas e elitistas”, conferindo a maior maioria de sempre ao núcleo dos “lisboetas e alisboetados”. Para as distritais sobrarão escassos lugares nas zonas “cinzentas” das listas, de eleição assegurada apenas num cenário de viragem total e de maioria absoluta laranja.
De uma forma algo quixotesca, Marco António procura remar contra a maré e pede primárias quase em surdina. Mais para ganhar espaço de negociação do que por convicção, mas nem ele nem nenhum outro líder distrital obterão muito mais do que escassos pratos de lentilhas.
Em suma, a partidocracia mantém-se pujante e recomenda-se. E a sua extinção jamais será equacionada por alguém com um perfil tão centralista como o da próxima 1ª ministra.

2 comentários:

CCz disse...

Por favor,

Comparem os números da evolução das receitas fiscais em Portugal (impostos directos -21,9%;impostos indirectos -19,8%, dados da DGO de Maio), com os dados italianos (”Today’s report showed that revenue from direct taxes fell 4.6 percent with indirect taxes, such as value-added tax, dropping 4.9 percent from the same period a year earlier.”(http://www.facebook.com/ext/share.php?sid=96485430325&h=vl313&u=ajg7M&ref=nf) e com os dados ingleses (”With the exception of the dotcom bust, the amount of cash flowing into the Government’s vaults grew by around 4 per cent a year over the past decade. Since 2008, those revenues have been shrinking at an annual rate of almost 10 per cent. This is the main reason why the budget deficit is about to rise to levels unprecedented in peacetime.” (http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/edmundconway/5713846/Falling-tax-revenues-are-about-to-balloon-our-budget-deficit.html)

Isto vai dar um estouro mas um estouro como só o Anti-comuna previu.

Jose Silva disse...

é verdade !
Os EUA, UK, club MED e a europa de leste estão falidos

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