20090209

Quimonda: Os marxistas «say it better»

Nunca desistir! - Luta Popular na região especial do Porto
«A Qimonda de Vila do Conde tem apenas um cliente que é também o seu único fornecedor porque o governo aceitou como bom, aliás, mais do que como bom, como o supra-sumo da modernização do “aparelho produtivo nacional” merecedor de todos os apoios, o facto de uma multinacional cá colocar uma peça intermédia da sua cadeia produtiva. Depois fala-nos que é a maior exportadora mas esquece-se de dizer que é também a maior importadora e que nada pode ser exportado sem que quem comanda a cadeia de produção o queira. Assim, num instante, a “modernização” e a “base tecnológica” das exportações pôde esfumar-se. O que faz igualmente esfumarem-se as centenas de milhões de euros, em terrenos, em isenções fiscais e em subsídios a fundo perdido, atribuídos, pelo estado nas suas componentes central e local, às sucessivas empresas que assumiram a fábrica (Siemens, Infineon e Qimonda). Na realidade o estado burguês, por intermédio dos sucessivos governos, a única coisa que fez foi entrar no leilão internacional da força de trabalho promovido pelas multinacionais, oferecendo a mão-de-obra nacional pelo menor preço, no caso menos que zero (a soma dos montantes totais dos benefícios oferecidos são maiores que a soma de todos os salários pagos até agora).»

Já o tinha referido: Ajudas públicas tem que passar pelo crivo de um governo regional, que efectivamente conheça o tecido económico e onde 1€ de impostos seja efectivamente reprodutivo.

2 comentários:

Vitor Silva disse...

ver também http://blog.karlus.net/archives/2009/02/03/2085/

Marco Gomes disse...

Nem mais.

Veja-se o exemplo alemão do governo regional (penso que era a Saxónia) onde situava uma fábrica da Nokia e que, na iminência da deslocalização da fábrica, o governo (regional) impôs o retorno de grande parte das benesses atribuídas aquela empresa.

A Quimonda é um exemplo paradigmático do investimento estrangeiro em Portugal. São investimentos subsidiados na íntegra.

Como "peça intermédia" na cadeia de produção segue as declarações do ministro sobre a "mais valia" que será a desafectação da fábrica de vila do Conde à casa-mãe.

Importa é, como será possível que esta "peça intermédia" seja independente e como seria possível a sua viabilidade no contexto internacional do mercado de "memórias ram"? Possivelmente, uma mudança de fundo desde do que produz a como funciona mas então tem de começar do zero, ou seja, falir.

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