Eu, que trabalho no sector dos transportes ferroviários, já promovi, organizei e participei em várias greves. Em todas elas, cumprindo todos os requisitos legais, fui sujeito a serviços mínimos. A maioria das vezes de tal modo draconianos que, na realidade, anulam qualquer efeito prático da greve. Das vezes em que tivemos a veleidade de os não cumprir fomos sujeitos a processos disciplinares, alguns com intenção de despedimento. Um ano ou dois mais tarde, os tribunais acabam invariavelmente por nos dar razão anulando as penalizações aplicadas pela entidade patronal. Mas o mal está feito: a greve é esvaziada e um direito garantido constitucionalmente comprovadamente anulado.
Os empresários de camionagem recorreram a um expediente ilegal - o lock out -, usaram de inusitada violência em muitos casos, praticaram também uma série de outros actos ilegais, como bloqueios, apedrejamentos e fogo posto. Venceram o governo, obtiveram parte do que exigiam e não se viram os aviões da Europa a bombardeá-los. Julgo que há aqui algumas ilações a tirar. Existem tácticas que resultam. E não serei eu que atirarei a primeira pedra.
2 comentários:
Estamos à espera de quê?
Estou farto de estar dependente deste país que se afunda lentamente.
Avancemos para a autonomia fiscal e económica, aguentamos o impacto e traçemos um futuro digno de um país europeu.
Estado Curto, presente apenas no primordial:
-Saúde
-Educação
-Cultura.
Tudo o resto é sair da frente
Esqueceu-se do verdadeiramente primordial:
- Segurança
- Justiça
- Política Externa
- "Safety Net"
Eu englobaria a Saúde e Educação em algo mais como "igualdade de oportunidades", o que é simultaneamente mais lato (pois vai para além da saúde e educação), e mais restrito (pois o Estado apenas a assegura a quem necessita).
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