20090418

Os 3 traçados

Leitura prévia: Expansão «low-cost» do Metro do Porto.

Porque rejeitar o traçado da avenida da Boavista:

  • O traçado pela avenida da Boavista não foi rejeitada por causa de problemas de transito (solucionáveis se adoptarmos o enterramento preconizado para Diogo Botelho) mas sim porque não é tão abrangente no trafego e porque está em média a escassos 500m de outras linhas de metro situadas a norte;
  • O traçado pela avenida da Boavista apenas faria sentido se o canal Aeroporto-SHora-RotundaBoavista-Candal/Gaia (via nova ponte) fosse usado para o comboio de velocidade elevada Porto-Minho-Vigo. Se houver coragem para mudar tal, eu defendo a linha da Boavista. A grande verdade, é que tomou-se uma decisão errada: A ligação a Matosinhos deveria ser pela avenida da Boavista e o canal actualmente usado pelo metro deveria ter ficado para comboio sub-urbano e TGV...Agora é tarde. O portuense Pedro Arroja diz que os protugueses tem falta de julgamento. Excepto Rui Moreira, honra seja feita, os actores públicos portueneses, pessoas individuais ou colectivas, não existem estrategicamente (assunto a abordar em futuros posts)...
Porque rejeitar o traçado S.Bento-CampoAlegre:
  • É caro;
  • Como podemos ver no mapa, dista escassos 100 a 200 metros do canal já existente na Marginal do Douro e o ramal Campanhã-Alfandega. Vai ser muito dificil explicar porque é que o canal existente não é aproveitado e é necessário construir um novo enterrado ou tunelado mais a norte e várias de dezenas de milhões mais caro.
Porque aceitar o traçado Marginal do Douro+ramal da Alfandega:
  • É praticamente grátis;
  • Apesar de não coincidente com o eixo de trafego SBento-HospitalSAntónio-CampoAlegre-Fluvial, é possivel capta-lo via integração urbana;
  • E abre espaço a inovação urbanística por obrigar mobilidade reforçada entre a cota alta (onde se situa o trafego) e cota inferior (onde está o canal) via elevadores, tuneis, escadas rolantes, «shutlle bus», etc;
  • Liberta verbas para outros projectos portuenses ou antecipa outras linhas de metros e afirma a capacidade portuense de implementar soluções exigentes;
Traçado Marginal do Douro+ramal da Alfandega tem no entantos riscos, que não nego:
  • Alguns troços mono-via, nomeadamente o tunel do ramal da Alfandega e troços entre esta e o Fluvial onde não existe espaço para a duplicação; No entanto, nada que não se resolva com sistema de sinalização adequado;
  • Integração/mobilidade pedonal não ser suficiente para captar o interesse dos utilizadores;
  • Eventualmente necessidade de veículos de menor gabarito/dimensão;

16 comentários:

António Alves disse...

"Traçado Marginal do Douro+ramal da Alfandega temm no entantos riscos, que não nego:

Alguns troços mono-via;
Integração/mobilidade pedonal não ser suficiente para captar o interesse dos utilizadores;
Eventualmente necessidade de veículos de menor gabarito/dimensão"
isto é mais do que suficiente para rejeitar este canal para o meio "metro". mas eu acrescentar-lhe-ia ainda o tempo de percurso que seria totalmente incompatível com o modo "metro".

António Alves disse...

"Traçado Marginal do Douro+ramal da Alfandega temm no entantos riscos, que não nego:

Alguns troços mono-via;
Integração/mobilidade pedonal não ser suficiente para captar o interesse dos utilizadores;
Eventualmente necessidade de veículos de menor gabarito/dimensão"
isto é mais do que suficiente para rejeitar este canal para o meio "metro". mas eu acrescentar-lhe-ia ainda o tempo de percurso que seria totalmente incompatível com o modo "metro".

Jose Silva disse...

POrquê ?

A distância e nº de estações seria a mesma do que o troço tunelado 100 mt mais acima.

A mono-via seria apenas no tunel do ramal da Alfandega e zonas do traçado Fluvial-Alfandega onde não há espaço para duplicação.

António Alves disse...

errado. além do canal próprio, exclusivo e isolado de interferencias externas, a linha pelo campo alegre passa exactamente pelos polos geradores de tráfego: baixa, hospital sº antº,palácio, galiza, bom sucesso, faculdades, bairros sociais de lordelo, católica. lá por baixo temos que adicionar os tempos perdidos nas propostas escadas rolantes, elevadores, shuttle bus, etc. e respectivos transbordos. amigo josé: impraticável! lá por baixo pode fazer-se uma excelente linha de eléctrico complementar com inegável interesse turístico. metro não creio.

imagine-se no hospital e a morar na pasteleira: terá que apanhar um shuttle para descer a restauração e apanhar o "metro" lá em baixo. transbordo para o "metro", viagem até ao fluvial, novo transbordo, shuttle até à pasteleira. mais vale apanhar o 200 (autocarro bolhão-foz, que faz o percurso proposto para a linha do campo alegre). de autocarros e metros percebo eu: ando neles todos os dias, tanto no Porto como em Lisboa. e esta~é uma característica 8andar neles a sério) que falta a muito decisor. :-)abraço!

Alexandre disse...

Caro José Silva,

A resposta prévia do ponto 3 da conversa de ontem já está sintetizada nas palavras de António Alves.

E poderei acrescentar aos pontos já afirmados, a inconsistência em implementar por razões de contenção de custos o Metro num canal atrofiado em termos de dimensão e procura, com soluções de engenharia de risco (enterrar junto a um leito de rio é pedir problemas-vide tunel Terreiro do Paço) e depois para reduzir a inconveniência da sua localização, construir uma miríade de soluções(escadas rolantes, elevadores,etc) que pela sua especificidade técnica e de utilização irão aumentar os custos de construção e de manutenção e com hipóteses de sucesso reduzidas.Pense nos elevadores urbanos que conhece e veja quantos não estão desactivados, subutilizados, ou que se tornaram em focos de degradação.

CUMPRIMENTOS

Jose Silva disse...

Confesso que fiquei aliviado com os comentários de António Alves e Alexandre Feirreira. Julgava que iriam encontrar problemas sérios na minnha proposta. Felizmente os problemas colocados são de fácil solução. Aliás, os equivocos são safilmente explicáveis.

António,
Na minha proposta não há transbordos. Há apenas sistemas de transporte a ligar estações de MEtro na Marginal aos pontos onde está o trafego. Estou a falar de 3 minutos, sem esforço e com abrigo face a mau tempo. Obviamente que não é o mesmo do que 30 segundos de subir a escada de uma estação. Porém as vantagens para a cidade na minha proposta são maiores.

Hospital-Pasteleira: Seria descer uma escada rolante/elevador no jardim das Virtudes, apanhar o metro em frente à Alfandega e sair em Diogo Botelho (se se adoptar um traçado misto) ou parar no Passeio Alegre e subir outra escada rolante instalada numa das ruelas da Foz Velha.

O problema caro António, é que não conjuntura económica nem política para metros caros. A minha alternativa não alimenta ilusões nos portuenses.

Alexndre,

Você está a assumir que o dinheiro não tem limites. Até 1999 você podia ter esse tipo de ilusões. Hoje já não.
Canal atrofiado ?!?!? enterrar junto do leito do rio ?!?!? Caro Alexandre, o que proponho é usar o canal do electrico histórico da marginal para o metro à superficie ! Desde quando é que uma escada rolante quanta tanto como 2 km de metro tunelado, isto é 50 mihlões de euros ? Tem a noção do disparate que está a dizer ?

Os elevadores de Lisboa não são usados ? O funicular dos Guindais ?

António Alves disse...

"Hospital-Pasteleira: Seria descer uma escada rolante/elevador no jardim das Virtudes, apanhar o metro em frente à Alfandega e sair em Diogo Botelho (se se adoptar um traçado misto) ou parar no Passeio Alegre e subir outra escada rolante instalada numa das ruelas da Foz Velha."

e quantas coisas destas vai por ao longo do percurso? sim quantos funiculares dos guindais vai construir desde a baixa até lordelo?

e diz o josé que não tem problemas sérios :-)

já agora, quanto custou o funicular dos guindais?

Jose Silva disse...

António,

Durante a próxima semana vou publicar uma série de posts com propostas de solução para a ligação entre cota baixa e alta.

Pespondendo à sua questão, haveria as seguintes ligações:

1. Estação de metro debaixo da ponte da Arrábida e aproveitamento dos elevadores;

2. Estação na Rua D.Pedro V e ligação via funicular/people mover até o Bom Sucesso;

3. Estação junto ao Palácio de Cristal e escadas rolantes para acesso a este;

4. Estação na Alfandega e elevador no jardim das Virtudes ou funicular/people mover pela rua da Bandeirinha;

5. Estação junto ao mercado Ferreira Borges e tunel pedonal atá S.Bento ou aproveitamento da rua dos Mercadores ou elevador até à Sé.

Portanto 5 estações e 5 soluções de mobilidade entre cotas.

Todas elas obivamente mais baratas do que os 100 milhõees de euros do tunel Fluvial-Sbento.

PS: Estou a dar de barato o enterramento de Diogo Botelho.

António Alves disse...

vou-lhe dar uma opinião sincera. eu moro em lordelo, perto da junta, quase no início da diogo botelho. desloco-me quase todos os dias entre lordelo e a estação de são bento. jamais usarei a sua solução. prefiro apanhar um autocarro.

dou-lhe apenas razão num aspecto: a linha do campo alegre tem uma ordem de prioridade inferior em relação a outras ligações na amp.

Jose Silva disse...

verá esta semana que com o meu traçado pode chagar a S.Bento de Metro em 10 minutos.

Alexandre disse...

Caro José,

Não está a ser muito justo a analisar as minhas palavras pois parte sempre de um pressuposto de que estou a falar em orçamentos ilimitados.

Engana-se.

Agora, por favor não tente minorar os problemas graves que advém da sua proposta.
Eu sei que para um pai o seu filho nunca é feio, mas digamos em abono da verdade que a sua proposta tem tal quantidade de fragilidades conceptuais, técnicas e económicas que apenas o prazer em trocar argumentos e de encarar todas as hipóteses, levam esta agradável conversa adiante.

Por exemplo a questão do canal marginal é inviável para Metro pelas seguintes razões:

- A largura do canal de Metro - 9 metros_ é incompatível com a marginal do Douro na quase totalidade do percurso sem recorrer ao alargamento da plataforma ribeirinha.

- Esse alargamento só era exequível de 2 formas:
através de um aterro que conquistasse área ao rio e comuns belos muros de suporte por km.
Através de um viaduto paralelo às margens do rio, similar ao de massarelos que desviasse ou o Metro ou o tráfego automóvel.

- Se tomarmos como exemplo o percurso do eléctrico,verá que tantas vezes ele passa a escassos centímetros das entradas de edifícios de habitação e comércio.
Tal só é possível devido à baixa velocidade do eléctrico, que se enquadra em áreas pedonais.
O Metro, se o pretendermos com uma velocidade comercial aceitável, é incompatível nesta área.

- Cheias. Está disposto a arriscar num sistema com custos sempre elevados como o Metro que corra o risco de ficar inutilizado sempre que haja um Inverno mais rigoroso?

Jose Silva disse...

Alexandre,

Não nego os problemas. Eu próprios os cito. Haverá ainda mais problemas e possiveis soluções. Acho que vale a pena debater.

Largura canal: Solução: Veículos menos largos da própria Bombardier; Troços mono-via; Criação de pontes como a que foi criada pela Porto2001 entre DPedroV e a Alfandega.

Segurança: Colocação de barreiras/paredes de 1 m de altura junta a cada porta de forma a que nunca haja risco de colisão com o Metro;

Cheias: suspende-se a linha no troço afectado. Só cerca de 2 ou 3 KM seriam afectados.

Os benefícios na reabilitação urbana no traçado Marginal são muito maiores do que no metro tunelado.

António Alves disse...

josé, o que propõe para a marginal (sem os horríveis muros de 1 metro :-) )é um eléctrico. quanto a isso de acordo: é um vector excelente para renovar a marginal incluindo a escarpa por onde corre a linha da alfândega. agora ele não substitui nem por sombras um metro a passar nos pontos chave duma área da cidade em expansão.

Jose Silva disse...

Muro: estou a referir-me a um rail em metal, visualmente aceitável apenas junto a entradas de edifícios.

Como já escrevi aqui, a Bombardier considera o nosso metro como light rail/tram/electrico moderno. Portanto, não há diferença entre o que diz e eu digo.

A minha proposta incide sobretudo entre o FLuvial e Campanhã. Embora houvesses outras alternativas, nomeadamente a implementação de uma rede de trolleybus,
aceito que se enterre o «metro» em Diogo Botelho e afins, por serrem uma «área em expansão».

António Alves disse...

"Como já escrevi aqui, a Bombardier considera o nosso metro como light rail/tram/electrico moderno. Portanto, não há diferença entre o que diz e eu digo."

a bombardier classifica vaículos ferroviários, não classifica sistemas. o que eles dizem é que o seu veículo é suficientemente flexível para funcionar num sistema light rail ou tram. onde tem um canal exclusivo e isolado é um light-rail, em matosinhos ou gaia é um tram.

WhiteShadow disse...

A Rua do Campo Alegre concentra todo um polo universitário (o polo III da UP) com as Faculdade de Ciências, Letras, Arquitectura, vários centros de investigação (IBMC, INEB, CRACS, LIACC, IT, CEMUP), várias residências universitárias, o Jardim Botânico, a escola de negócios, o planetário, o Teatro do Campo Alegre, o estádio Universitário, etc, etc.

São milhares de alunos e docentes que todos os dias precisa de se movimentar de e para essa zona.

Só isso, penso eu, mais que justifica que a linha de metro passe na rua do Campo Alegre.

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