20090324

Exames nacionais

Alguns estudantes pedem o fim dos exames nacionais por serem uma barreira no acesso ao ensino superior. Estes estudantes estão iludidos. Os exames nacionais (salvo uma pequena e relevante excepção que referirei no final deste post) não são uma barreira. São uma garantia de equidade para os estudantes.
Há uma barreira no acesso ao ensino superior, mas não é o critério de acesso, é o facto do número de vagas ser inferior à procura. Mude-se o critério de acesso (por. ex. só as notas do secundário) e o número de vagas preenchidas será o mesmo. Há uma excepção, que se refere aos cursos que não preenchem as vagas todas, e que exigem uma nota mínima (9,5). Mas neste caso (que corresponde a um número reduzido de vagas) está-se apenas a recusar alunos que manifestamente não estão preparados para frequentar o ensino superior.
Assim, estes estudantes mostram uma total falta de inteligência. Se querem reduzir barreiras ao acesso podem pedir o aumento do número de vagas (e a eliminação das notas mínimas), mas não o fim dos exames nacionais. Os exames são a única garantia de equidade entre alunos, ao assegurar a comparabilidade de diferentes estabelecimentos de ensino, minimizando o efeito de escolas demasiado brandas ou exigentes, e das situações de "compras" de notas.
Estes estudantes propõem reduzir a meritocracia e aumentar o chico-espertismo. O chico-espertismo até pode ser útil para muitas situações. Mas raramente é útil para concluir um curso superior.

3 comentários:

sguna disse...

Como um destacado membro do PS demonstra, o chico-espertismo até pode ajudar a terminar cursos superiores!!!

PMS disse...

Dou a mão à palmatória.

E convenhamos que nem sequer teve o mérito de ser discreto no chico-espertismo.

Aliás, é o expoente máximo da incompetência na trafulhice.

Abel Alves disse...

Caro PMS, subscrevo as suas palavras. Se estes jovens estudantes não encararem um ensino exigente, jamais encararão um mercado de trabalho exigente e competitivo. E sim, os exames nacionais são a única forma de garantir justiça no ensino. Se querem acabar com eles, têm de arranjar uma outra alternativa fiável.

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