Vivo numa região que nos últimos anos perdeu grande parte dos seus centros de decisão regional para a capital. Não poucas vezes ouvi que a culpa era nossa. Que o mundo era assim, que as empresas apenas iam para onde tinham melhores condições competitivas.
Fosse verdadeira a explicação, e eu a aceitaria. No entanto, as deslocações não se deveram à competitividade de Lisboa (basta comparar os salários de quadros qualificados para ver que isso é falso), mas a incentivos do governo ou aos benefícios do compadrio e corrupção que usufrui quem circunda o Terreiro do Paço. E que simetricamente são negados a quem não o circundar.
Pelos vistos a eficiência e competitividade (com os quais eu concordo) já não servem quando são os centros de decisão regional de Lisboa que estão em causa. Nem que para isso tenham que gastar dezenas de milhões de euros dos nossos impostos. Tenho sérias dúvidas que tal tenha valido a pena. Para ser sincero, o único resultado que vi na defesa dos centros de decisão nacional foi a criação de monopólios ou oligopólios, preços mais elevados para a indústria e consumidores portugueses, e perda global de competitividade.
Em todo o caso, agradeço em nome dos portugueses à Caixa. Em particular em nome daquela meia dúzia que faz parte do Conselho de Administração da Cimpor. Nestes tempos de crise, esses são os empregos prioritários a proteger.
Já vejo a próxima comunicação do Sócrates: salvaremos todos os milionários que pudermos.
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