20080508

Razões para Regionalizar/Descentralizar/Fundir Autarquias/Whatever

Enquanto a Administração Central tiver responsabilidades na gestão do desenvolvimento local/regional (transportes, economia, emprego, educação, ambiente, etc), como por exemplo relata o Pedro Morgado a propósito das ferrovias em Braga, nunca mas mesmo nunca se conseguirá concentrar com eficácia naquilo que são as suas verdadeiras competências na Justiça, Finanças, Defesa, Negócios Estarngeiros, Administração Interna, como demonstra Pedro Guerreiro. Todos temos que ajudar a Administração Central a tornar-se melhor, libertando-a de competências que só a atrapalham.

·         Pedro Morgado: Convém ter em linha de conta que o deficiente planeamento resulta na inexistência de corredores para a ferrovia, o que faz disparar os custos das soluções mais equilibradas e geradoras de maior competitividade. Por outro lado, é preciso não esquecer que a organização politico-administrativa do país inviabiliza a tomada deste tipo de decisões num registo regional. Lisboa terá sempre uma palavra a dizer no futuro dos transportes entre Maximinos e Azurém ou entre Trandeiras e Pedralva.

·         Pedro Guerreiro: Repare bem: no mesmo dia em que Alípio Ribeiro se demite da PJ, o procurador-geral da República reconhece fracassos no combate ao enriquecimento ilícito; as polícias são das áreas com maior risco de corrupção (...); a direcção do Boavista cai, com o clube à beira da extinção sob fortes indícios de descapitalização (fraudulenta) do clube.

Ministério Trabalho e SS lê Norteamos

Depois dos posts dos últimos dias, não falta de facto, matéria prima para o Gabinete de Estratégia e Planeamento.

20080507

É esta a candidata da credibilidade? (II)

Manuel Ferreira Leite quer afirmar-se como uma candidata "credível". Só que para isso é necessário ter ideias credíveis. Como fazê-lo? Sugestão: começar por apresentar ideias.

Eis um resumo das "ideias" chave presentes no site oficial de candidatura(via blasfemias):

  • Aguiar Branco apoia candidatura.
  • Rui Rio apoia Manuela Ferreira Leite.
  • Carlos Pinto: “Há uma necessidade urgente de liderança”.
  • Há que relançar o Partido nestas eleições.
  • Esta foi, talvez, a decisão política mais difícil que tomei até hoje.
  • Sou sensível a todas estas vozes dos meus companheiros.
  • Estou aqui a pedir-vos o vosso apoio, não por uma ambição de poder ou de vaidade pessoal, mas por um sentido de responsabilidade face ao meu País e ao meu Partido.
  • Um Partido como o nosso desempenha um papel decisivo na saúde e na força do regime democrático.
    o que se passa no PSD é importante para os militantes, mas é igualmente importante para os portugueses
  • Incomoda-me e muito a falta de respeito com que começam a tratar-nos.
  • Informação sobre a candidata brevemente disponível.

Vale ainda a pena ler o discurso de candidatura de MFL à liderança do PSD: MFL candidata-se porque o PSD precisa de credibilidade e ela é credível.

A mim, isto parece-me tudo incrível.

Anestesia das vitórias do FCP começa a não ter efeito

Mais sinais de optimismo moderado:

Boa sorte para o PS...

Estudo de mobilidade da população residente no concelho de Braga

20080506

Eleições 2009 decidem-se a Norte: JPPereira também já se apercebeu

Pacheco Pereira já percebeu que é a Norte que se decide 2009. E já virou portuense, esquerdista e regionalista ! Vejam só como ele chora !

«(...) Esta semana, com o despedimento de centenas de trabalhadores da Yasaki Saltano de Gaia, recordei-me de outra grande fábrica desaparecida, a Clark"s de Castelo de Paiva, uma daquelas onde estive "à saída da fábrica". Por muito boa vontade que se tivesse em fazer política, distribuir uns papéis, falar com pessoas, na "saída das fábricas", a Clark"s era um sítio péssimo para o fazer. A saída era espectacular, mas muito, muito, rápida. Nos breves momentos que durava, um mar de raparigas, mulheres jovens e na meia-idade, o maior número de gaspeadeiras que alguma vez vi na vida, saía como uma mola das portas interiores e corria, literalmente corria, para os portões e desaparecia pelas ruas e caminhos, em motocicletas, algumas em carros. Dez minutos depois, não havia ninguém e os papéis dados à pressa no meio daquelas almas fugidias desapareciam com elas tão depressa como a noite se punha.

A corrida tinha uma razão de ser, iam para casa o mais cedo possível cuidar dos filhos e do marido, cuidar da casa, não tinham tempo a perder com políticas. Como na Yasaki Saltano, a maioria dos trabalhadores são trabalhadoras, mulheres, muitas bastante jovens, muitas com poucas qualificações e que abandonaram a escola antes do tempo, a face visível do "insucesso" e do "abandono escolar", para irem trabalhar e constituir família numa idade em que os mais abastados ainda se arrastam pelo 12.º ano ou pelos primeiros anos da universidade e vivem em casa dos pais. A atracção do emprego e da família, da "sua" família, marido e filhos, não é apenas motivada pela necessidade económica, mas sim pela procura de autonomia, de uma vida própria na teia demasiado densa das famílias ainda próximas da ruralidade. Castelo de Paiva não é propriamente o centro do mundo urbano e Gaia ainda tem muitas aldeias.(...)»

20080505

Regionalização: muitas vozes, poucas propostas

Caro TAF,

Custa-me muito a crer que alguém com 44 anos, mais de 20 de política, português, candidato a líder do PSD e a 1º ministro, ainda não tenha ideias consolidadas sobre como 'combater o centralismo'. A proposta de estudar, pensar, referendar é uma coisa vaga e dilatória de quem pura e simplesmente não sabe o que dizer sobre este importante assunto. Ou então de alguém que tem opinião mas tem medo de a divulgar para não perder eventuais votos o que, convenhamos, é uma das piores características que se podem apontar a um político. E esta característica - a de ser vago e abrangente - não se limita a este importante assunto: verifica-se em quase todos os assuntos abordados nas entrevistas que já ouvi e li do candidato. Ser apenas 'jovem' não dá abonações a ninguém para protagonizar uma ‘nova esperança'. Principalmente quando mantém todos os velhos hábitos de fazer política. E mais: já que PPC propõe um referendo no interior do partido gostava de saber qual é a sua proposta ao partido. Tem proposta, clara e objectiva, ou pretende apenas transformar a opinião da maioria na sua? Prefiro políticos que têm opiniões claras e defendem-nas mesmo quando estão em clara minoria e em oposição às ideias dominantes. Tal como Sá Carneiro que é sempre muito citado nestas ocasiões mas muito pouco imitado. Poderia também dar Churchill como exemplo. Mas seria pedir demais, claramente. :-)
Apesar de todos os defeitos, tergiversações e incoerências Menezes tinha propostas muito mais objectivas e concretas: regionalização em 2009, harmonização fiscal com Espanha, discriminação fiscal positiva do interior e da raia, autonomia municipal para fixar os horários do comércio, entre outras.

Da Lisboa Profunda

António,

Não percebeu!

Para mim «lisboeta» não tem a ver com local de nascimento ou residência, mas sim como forma de pensar. E neste aspecto você é lisboeta.

Porquê ?

Porque ao retratar bem a decadência do sistema político-económico, toma o todo pela parte. Isto é, assume que toda economia nacional sofre do paradigma decadente que relata, quando efectivamente esse paradigma é apenas da região de Lisboa. Fora desta região os negócios são (estatisticamente) limpos e independentes do Estado Central. Os moldes ou cristais da sua zona Oeste são objecto de PPPs ? O grupo do Henrique Neto, na sua vertente extra-OTA, resultou de alguma privatização mafiosa de serviços ou empresas públicas ? Claramente não.

O seu problema e o de JPP, António Maria, Adelino Maltez, MSTavares e outros mais, é julgarem que a manipulação do Estado Central pelas «máfias» ser um problema nacional. Não é. É apenas um problema regional da economia lisboeta. Aliás, o seu blogue deveria chamar-se «Da Lisboa Profunda».

20080504

PBO (Politicians Buyout)

A única crítica que coloco aos comentadores/bloggers lisboetas, como ABCaldeira, é o facto de eles não detectarem que as «máfias» tem um caracter regional: Lisboa. Cá a norte, se excluirmos a Mota-Engial e Soares da Costa, não existem empresas envolvidas neste tipo de negócios. O grosso da economia a Norte é de PMEs que tentam exportar, concorrem com estrangeiros e investem em I&D, sendo a Efacec e Bial os recordistas nacionais no sector privado ! Mais um contributo para a detecção do Marxismo-Yeltsinismo, um Neo-liberalismo, nada liberal e muito «Palermo» ! Vejamos então o conceito:

(...)No novo paradigma do poder, o que é novo - que o salazarismo não tinha, nem sequer o marcelismo teve - é a perceptível manobra de conquista de quotas de capital de grandes grupos económicos por protagonistas políticos, muito para além do tráfico das comissões e distribuição de luvas que a democracia representativa acolhe ou não resolve. Isto é, na linha putínica que já aqui foi denunciada, o despudor está a chegar ao take-over de grandes grupos financeiros e económicos por dirigentes políticos. Não se trata já de pagamento de serviços por contratos e negócios, mas a contrapartida de cedência de partes de capital, numa evolução para aquilo que posso cunhar ser o PBO (Politicians Buyout) - a tomada do capital de grandes grupos financeiros e económicos por políticos influentes. «É um grupo económico dependente do favor do Estado? Nós queremos uma parte do seu capital!»

Em Portugal - País que é nosso e Estado que é deles - é indecorosa a promiscuidade intestina de relacionamento, a circulação de protagonistas do PS entre o Governo e grandes grupos económicos, a protecção de abusos de posição dominante e cartéis (simulando repressão...), a divisão, arbitrada pelo poder, da escassa receita pública entre os maiores grupos económicos em negócios de natureza financeira que quase nada acrescentam ao bem-estar do povo, transferindo apenas alguns cobres para mais uma leva de imigrantes pobres, sem sequer a contrapartida de criação de empresas industriais de base tecnológica por esse grupos, sem investimento, sem criação de riqueza.

Esse desprezo dos grandes grupos económicos portugueses pela criação de investigação e desenvolvimento aplicados e indústrias de base tecnológica - inclusivamente, nos próprios grupos que o Estado detém ou participa, como a Caixa Geral de Depósitos, os CTT, a EDP, a REN, a PT, a Galp! - decorre do facto de ser muito menos arriscado e mais lucrativo no curto e médio prazo aproveitar as oportunidades financeiras (financeiras, financeiras, exclusivamente financeiras!) que o Governo PS lhes proporciona. Para disfarçar anuncia-se e reza-se desde há três anos um diletante Plano Tecnológico que produz convénios universitários e artigos científicos, em lugar de produtos comercialmente viáveis lançados no mercado. Em vez de criação de riqueza de base tecnológica, assistimos pasmados - e sem reacção partidária concreta, com a excepção do Bloco de Esquerda - à transferência directa de dinheiro do Estado para os grandes grupos económicos, em gigantescos negócios financeiros, intermediada por uma série de protagonistas pê-éssicos.

20080503

Nim!

Nem sim nem sopas, vamos estudar, discutir, concordo com a descentralização, não com este modelo, bla, bla, bla...

Começa bem, com um fantástico NIM, a esperança para a renovação do PSD e da classe política nacional. O medo de correr riscos, de ter opiniões claras e definitivas, as respostas redondas que dão para tudo... Onde é que eu já ouvi esta conversa? A piada que isto me mete...

É a favor da regionalização?
Já fui um grande defensor da regionalização há muitos anos. Não sou defensor deste modelo das cinco regiões plano que é o que está constitucionalmente consagrado. Mas sou defensor da descentralização política. O PSD deve definir, e por referendo a coroar um debate interno amplo, a sua posição. Estou muito aberto a ouvir as pessoas.
Defende a existência de orgãos regionais eleitos?
Concerteza. Supramunicipais.
Então o que está em causa para si é o número de regiões?
Sim e o modelo. Não é possível manter este modelo actual.


Pedro Passos Coelho no JN

Não podem consentir


Do grande Héder Pacheco, com a devida vénia.

No Grande Auditório do Soviete Supremo do Nacional-Centralismo, reuniu a respectiva assembleia-geral para análise, discussão e propostas relativas aos pontos únicos da agenda «Pode o Império Centralista continuar a consentir que o F. C. Porto ganhe campeonatos? Pode o Império consentir que uma equipa da província, sem representatividade nacional, mantenha a supremacia sobre as glórias do centralismo?»

A tais questões, pronunciaram-se os seguintes representantes dos Organismos Tutelares do Centralismo da Confraria dos Centralistas Devoristas, que advertiu; da Confraria Centralista dos Gestores 7+ (acima dos 7 empregos), que berrou; da Confraria Centralista dos Gestores 7/5 (entre 7 e 5 empregos), que uivou; da Confraria Intelectual Centralista, que bolsou; da Confraria dos Assessores Centralistas, que gritou; da Confraria de Legisladores Centralistas, que decretou; da Confraria dos Grandes Incompetentes Centralistas, que dejectou; da Confraria dos Médios Incompetentes Centralistas, que arengou; da Confraria dos Provincianos Convertidos ao Centralismo, que grunhiu; da Confraria dos Centralistas subvencionados pelo Estado, que cuspiu; da Confraria dos Centralistas nomeados por proximidade do sistema, que ganiu; da Confraria dos Centralistas infiltrados nos Meios de Comunicação, que ladrou; da Corporação dos Centralistas Avençados, que exortou; da Corporação dos Centralistas Disfarçados, que invectivou; da Confraria Centralista da vista grossa à Insegurança no país, que programou; da Confraria dos Consultores Centralistas, que bradou; da Corporação Centralista de Comentadores de TV, que expeliu; da Corporação Centralista dos Acumuladores de Subsídios, que ejaculou; da Corporação Centralista promotora do abastardamento da Língua Portuguesa, que perdigotou; da Corporação Centralista do Cosmopolitismo Importado, que mesurou; da Corporação do Proteccionismo Centralista, que rezingou; da Corporação Centralista dos Exterminadores de Serviços Regionais, que peidorreou; da Corporação dos Yes-Men and Job for the Boys Centralization System, que arrotou; da Corporação dos reality-shows Centralistas, que discorreu; da Corporação dos Esbanjadores Centralistas, que vituperou; da Corporação Centralista dos Saudosos da Censura Prévia, que baliu; da Corporação Centralista dos Grupos de Trabalho, que praguejou, e todos em uníssono votaram: «Não podemos consentir!» e «É ultrajante!».

Face à unanimidade, a Assembleia aprovou as seguintes conclusões 1.º - Uma cidade a que o centralismo retirou quase tudo: emprego qualificado, sedes de empresas, serviços, investimento público, etc., não pode manter um clube que ganha campeonatos consecutivamente; 2.º -A única coisa que o centralismo ainda não conseguiu extorquir ao Porto são os campeonatos; 3.º - Como os clubes centralistas não ganham no campo, é preciso fazê-los ganhar em jogos fora do campo.

Para isso, serão adoptadas medidas imediatas a) lançar uma OPA sobre o F.C. Porto, transferindo-o para a capital; b) aumentar o IVA do F. C. P., em 80% e os impostos em 90%, para o fazer ir à falência; c) depois do dourado, lançar apitos prateados, verdes, laranjas, vermelhos e até PINK - cor favorita dos centralistas - para descredibilizar o F. C. P.; d) formar um consórcio editorial para publicar exclusivamente livros de autores de nomeada - designadamente mortos ou moribundos - contra o F. C. P.; e) classificando-o como local altamente perigoso para o centralismo, expropriar o Estádio do Dragão por razões de Estado; f) fazer aumentar a taxa de desemprego da Área Metropolitana do Porto para níveis que obriguem à emigração dos adeptos do F. C. P. para trabalhar na Galiza; g) legislar no sentido de impedir os menores de 90 anos de assistirem aos jogos do F. C. P.; h) em caso de insucesso destas medidas, determinar que, no início dos campeonatos, os clubes do centralismo partam com 20 pontos de avanço.

Mal esta notícia chegou à cidade, na Vitória, na Sé, em Campanhã, em Lordelo, no Aleixo, no Cerco do Porto, no Monte Crasto, no Monte da Virgem, nas Cachinas, em Rio Tinto, na Feira, em Avintes, Custóias, Valongo e por aí fora, em toda a parte onde há dragões, milhares de bandeiras azuis se agitaram. E, enquanto os mais velhos cantavam a Maria da Fonte «Pela santa liberdade / Triunfar ou perecer», todos faziam o gesto do zé-povinho na direcção do antigo Sul (agora mudado pelos centralistas para West Coast) e os jovens portistas cantavam: «Esta vida de dragão / Só dá campeão! Tra-lará-lará - lará, lará-lará.»

Lisboetas de leitura obrigatória

·         Paulo Gaião detecta bem o significado que o Regionalismo de AJJardim representa para o status quo actual: (...) Verdadeiro populismo, para além do discurso e do estilo, porque Jardim tem hoje espantosamente condições, em face da crise do PSD, onde o gérmen de destruição envolve velhos protagonistas, e em face da crise profunda no país, de desalento total, de captar transversalmente eleitorado que vai desde o Bloco de Esquerda ao CDS-PP. De comunicar directamente com os portugueses, primeiro através dos militantes do PSD e depois do eleitorado nacional, sem passar primeiro pela casa de barões e baronetes, negociando aqui e acolá. Impossível de acontecer?

·         Gabriel Gonçalves detecta bem os interesses contra a optimização do aeroporto da Portela: A ausência de uma taxiway completa até ao fim da pista é contra a segurança! E é contra a racionalidade económica! E é contra o respeito pelo ambiente! (Já vão perceber esta...) Ah... mas é a favor do lóbi do betão! (...) Há muitas pessoas a quem dá muuuuuito jeito que a Portela seja tão deficiente quanto puder, para então poderem gritar: "Precisamos de um aeroporto em condições, precisamos de um aeroporto em condições".

·         António Maria alerta para os problemas que o porto de Lisboa terá com a TTT, num altura em que os navios de carga e passageiros serão maiores e existirão hidro-aviões de carga que necessitam de todo o mar da Palha: É preciso defender o Porto de Lisboa contra a voragem populista e a ganância de uma nomenclatura político-empresarial corrupta e estúpida que nem uma porta. E também aqui: De momento, não fazem falta nem novo aeroporto, nem nenhuma terceira ponte sobre o Tejo a oeste da Vasco da Gama!

 

Leituras 20080503

·         Vila Real1: Previsivelmente, agência do Banco de Portugal encerra no final de Maio;

·         Vila Real2: Congresso sobre vinhos trouxe à cidade especialistas mundiais;

·         Chineses poderão construir aldeamento turístico em Boticas;

·         Mobiliário1: Boa ideia para o Vale do Sousa: Um site com encomendas de mobiliário «custom made»: Ponoko. É só fornecer !

·         Mobiliário2: Iduna faz nova fábrica em Braga;

·         Gazela/Sogrape (Gaia) cresce 35% no mercado internacional;

·         Porto Editora no contra-ataque no mercado editorial:

·         Escola de Gestão do Porto faz aliança intercontinental;

·         A Sociedade Fraunhofer, instituição germânica que deu vida ao mp3, vai criar o seu primeiro centro fora da Alemanha, na UP; Entrevista com o seu director;

·         Oliveira de Azemeis representada no programa MIT-Portugal;

·         Bosch reforça investimento em Aveiro nos painéis solares;

·         Rui Moreira perguntava o que aconteceria se a base da Ryanair fosse para Vigo. Ainda não é oficial essa ida. Entretanto, a Clickair lança Vigo-Londres;

·         Zon não se quer fundir com a Sonaecom....porque será ? Será que alguns ou todos os empregos transitariam para norte ?

·         Mais um estádio para Lisboa.

20080501

Provincianismos Centralismos e Comunidades intermunicipais

O distrito de Viana do Castelo como é do conhecimento de todos está dividida em duas comunidades intermunicipais, a Valimar e a Comunidade intermunicipal do Vale do Minho.Com uma divisão um pouco esquisita, estas duas comunidades lá se foram aguentando e fazendo bons trabalhos.Recentemente, e tal como vinha sendo anunciado, a fusão está cada vez mais perto, eis que o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Defensor Moura, ameaça retirar o seu (meu) concelho desta comunidade uma vez que não admite que sejam concelhos "mais pequenos a mandar".Parece-me que Defensor Moura está a ser provinciano e que as suas divergências com Rui Solheiro (presidente da câmara de Melgaço) tem alguma influencia neste caso.

Por outro lado o PSD-Viana, já veio criticar a decisão de Moura, como não podia deixar de ser. Não sei se eles se recordam, mas eu ainda tenho na memória os slogans do PSD na ultima campanha eleitoral das autárquicas: Viana capital de distrito. Para não falar do resto da mensagem onde criticavam o facto de a sede da Valimar ser em Ponte de Lima.

Aqui temos um exemplo de que o centralismo é muito passível de ser criticado, mas quem abre mão do seu?

O presidente da câmara de VNCerveira disse recentemente que em Viana falta liderança. Eu acrescento que falta também oposição.

Razões para optimismo moderado

Caro Rocha Antunes,

Não conhecia o seu texto, que é muito bom. Efectivamente, não é apenas o diabólico modelo de desenvolvimento de Lisboa, por Drenagem de actividade económica, recursos, pessoas, empresas do resto de Portugal, o responsável pelos nossos males. Nem apenas o Neo-liberalismo (não confundir com liberalismo clássico), que é uma expressão manipulatória para resumir a imposição pelos sectores económicos de mercado interno sedeados em Lisboa (obras públicas, comunicações energia, project finance, gestão central de águas e saneamento, estradas e auto-estradas, serviços de advogacia e consultoria ao Estado, etc), de margens e impostos elevados aos restantes contribuintes, consumidores e PMEs dos restantes sectores do resto do país, tudo isto com a ajuda do Estado Central. Também nós, residentes no Porto ou Norte temos culpa no cartório:

·         A fusão da gestão das autarquias poderia ser já implementada tal como funciona a Servibanca (unidade de outsourcing interno instalada em D.João I) dentro do grupo BCP;

·         A rede de Metro podia ter sido melhor desenhada;

·         O ramal de Leixões poderia ser aproveitado para passageiros;

·         A ACP poderia apostar no upgrade da «sua» linha do Douro com os seus efeitos logítico-turísticos em vez de ignora-la misteriosamente;

·         Os partidos políticos de poder poderiam produzir mais reflexão do que os blogues;

·         A sociedade cívil poderia dar mais atenção a todos estes temas do que ao futebol;

·         Rio poderia ter construído a sua carreira polítca sem sacrificar a defesa dos legítimos interesses dos portuenses, como acabou por fazer;

·         O empreendedorismo social que o Tiago tantas vezes refere e que está à distância de um clique num Paypal;

·         Etc.

Portanto, o mal é mesmo difuso e fragmentado. Mas uma verdade é notória: Os problemas a Norte precedem o mau-estar. Como alguém já disse, esta psicanalise colectiva que a sociedade a Norte faz em blogues, debates e conferências de «Sexo de Anjos», mesmo com más interpretações ou julgamentos, tem mesmo um efeito positivo. Tudo se torna mais óbvio. Daqui nasce luz, esclarecimento, responsabilidade, exigência, aumento de expectativas, participação, interesse, democracia, liderança. O Porto e o Norte reencontram-se com o seu papel histórico em Portugal.  

Este alargamento da compreensão dos problemas é essencial e precede qualquer transformação.  Como já escrevi aqui, só precisamos de esperar uns 3 ou 4 anos para que a Internet fragmente o modelo de Comunicação Social actual. Nessa altura a força colectiva que a Blogosfera representa, da qual Baixa do Porto tem já uma réplica não meramente imitadora, mas por emergência dos mesmo problemas, chamada Avenida Central, passará para a televisão da nossa sala de estar e chegará às massas. Os residentes que não emigrarem para Lisboa nem para Europa encontrarão finalmente palco para conduzirem o nosso próprio desenvolvimento.

Caro leitores da Baixa do Porto e Norteamos,

Recordo-me de um post na Baixa do Porto da Cristina Santos sobre o facto do JN não representar as necessidades de informação da região. Como o JN mudou entretanto e como a NTV renasceu ! Sou do tempo em que expôr a dupla ética Lisboa/Norte ou Lisboa resto do país, me fariam parecer um marciano com aspecto tenebroso. Como também isto mudou. Portanto, face ao caminho que se percorreu, ao ponto em que estamos e às perspectivas existentes, só há razões para optimismo moderado.

 

 

 

Leituras recomendadas