20090428

Back to basics

Como já tinha referido aqui, desisitir de investimentos insustentáveis no interior Norte ou na expansão do Metro do Porto, não significa deixar de investir no interior Norte ou no Porto. É preciso é imaginação e responsabilidade. Helena Garrido escreve o mesmo:

Melhorar o futuro não é uma estrada
Não precisamos de mais auto-estradas. Já não eram necessárias no passado recente. Ainda são mais irracionais hoje, face às dívidas que já temos de pagar no futuro. Muitos portugueses já têm consciência que a política do betão traz hoje mais custos que benefícios.
O líder da bancada social-democrata escolheu como tema para o seu discurso do 25 de Abril o o investimento público, manifestando preocupações com o futuro e criando o lema "Libertar o Futuro". Nem todo o investimento público tem mais custos que benefícios e há intervenções que são muito importantes para o país. Mas Paulo Rangel tem razão se alerta para o desperdício, de recursos financeiros hoje muito escassos, que constitui o investimento em mais auto-estradas.
É preciso ter coragem de dizer que Trás-os-Montes não precisa de uma auto-estrada. Não se pode justificar a construção de uma estrada com os custos que tem uma auto-estrada só questionando: Acha justo que Trás-os Montes seja a única região que não tem uma auto-estrada? Trá-os-Montes como o Alentejo e outras regiões não possuem também muitas outras infra-estruturas exactamente porque não se justifica que as tenham.
O que Trás-os-Montes e muitas regiões do país precisam é que se melhorem a qualidade e segurança rodoviárias do que já têm. E que se melhorem as ligações entre pequenas cidades, vilas e aldeias usadas todos os dias pelas pessoas, em vez de gastar rios de dinheiro para meia dúzia de carros andarem mais depressa. E ainda que se reforce em quantidade e qualidade a rede de transportes públicos, a começar, quando existe, o caminho de ferro.
Quando hoje se anda pelo País tomamos consciência da marca de novo-riquismo do investimento público em auto-estradas. Ao lado de vias rápidas, com uma sofisticação que por vezes não encontramos nos países ricos, estão estradas que ligam centros urbanos completamente esburacadas e sem os sinais mínimos de segurança. (...)
Precisamos todos (famílias, empresas, governos) de regressar ao Capitalismo original e à disciplina dos VAL (valores actualizados líquidos) positivos nas decisões de investimento.
Era muito mais simples investir em qualquer coisa, sem análise profunda, com política monetária expansionista (yen carry trade) e não sustentada por poupança. Mas esse tempo acabou. Back to basics.

5 comentários:

Anónimo disse...

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Nuno Miguel disse...

Não concordo com este exemplo da auto estrada em Trás-os-Montes. Esse argumento era o mesmo que era atirado à nossa cara quando diziam que o Porto não precisava de muitas coisas que agora tem e verificou-se serem úteis. E o que acontece agora com a Cinemateca, ou o pólo da cinemateca no Porto. Os transmontanos também são portugueses e pagam impostos, devem ter os mesmo direitos. É óbvio que não vão ter tantas autoestradas como as AM de Porto e Lisboa, mas não ter nenhuma é um insulto à sua condição de cidadãos de Portugal.

Nuno Miguel disse...

Aliás, acho que precisamente por serem habitantes do interior do nosso país devem ser alvo de medidas especiais. E isto no que toca a infraestruturas e serviços, não apenas autoestradas.

A menos que queiramos que todos os portugueses emigrem para a costa e aluguemos metade de Portugal a quem der melhor oferta.

Jose Silva disse...

Caro Nuno,

A questão está em saber o que é melhor para o desenvolvimento de Tras-os-Montes, se uma auto-estrada ou outro tipo de investimento de outro valor. ´Relei-a o post pf.

Nuno Miguel disse...

Sim, li e reli o post. O que a autora do post diz é verdade e concordo, especialemente na importância de boas ligações entre cidades médias e a importância do transporte ferroviária mas continuo a dizer que o exemplo escolhido foi mau. Concordo em absoluto que não se faça mais AE em locais onde já existem demasiadas, como em quase todo o Portugal Litoral, mas regatear uma, que a existir seria a única em TM? Acho profundamente errado.

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