20080413

Leituras 20080413

·         Título muito norteador na 1ª página do Expresso de ontem: Lisboa é a região da UE com mais auto-estradas. O Eurostat (o gabinete estatístico europeu) coloca a região de Lisboa e Vale do Tejo no topo das zonas europeias com maior densidade de auto-estradas. A recente viragem da estratégia do Governo que privilegia as obras públicas (além das estradas, barragens, aeroporto e TGV) vai reforçar esta tendência. Comentário: Prepara-se o caminho para António Borges em 2009 ...

·         Carlos Pereira Cruz lança novas pistas sobre o modelo de desenvolvimento da Mega Lisboa por Drenagem de Portugal;

·         A propósito de «Palermo», JMJúdice, um dos «Mafiosos» do Centralismo na GLQL;

·         Pedro Baptista, um dos poucos socialistas do Porto que vale a pena ler, agora em blogue;

·         EasyJet inaugurou rota Lyon-Porto;

·         PortoEditora sente-se ameaçada com o fim da protecção liguistica ao seu mercado. Atitude muito pouco portuense...

·         Efacec (Matosinhos) pretende entrar na produção de energia a partir das ondas do mar;

·         Fecha a Fábrica de Calçado Boleiro (Gaia);

·         Alunas de Design do Produto do IP de Viana do Castelo em destaque em Itália;

·         I Congreso de Economía da Eurorrexión Galicia-Norte de Portugal, Vigo 25 e 26 de Setembro de 2008;

·         Guimarães - Ministério e Município apresentam em Bruxelas candidatura a Capital Europeia em 2012

·         Liberdade na Uminho;

·         UM (Gimarães) apresenta projecto Sinus;

·         Os responsáveis do centro Fraunhofer Portugal instituição de investigação aplicada que vai nascer no Porto, estão a negociar o estabelecimento de parcerias com a alemã Deutsche Telekom e com a suíça Swisscom;

·         Roland Berger Strategy Consultants consulta o Norteamos; Já não é a primeira vez... É bom sinal;

·         Aeronorte vai retomar ligações aéreas entre Bragança, Vila Real e Lisboa. E Ryanair em Bragança ? Viseu e Covilhã também querem lowcost...

·         Pertinente debate sobre Aveiro: Paragem do TGV, Regionalização, Fusão de Autarquias, Inovação.

·         Entrada de leão de Matos Fernandes: Leixões quer alargar `hinterland` a Espanha e ser "porto de preferência" da região de Castela e Leão. Veremos... Recomendo: Reabrir a fronteira ferroviária do Douro ao tráfego de mercadorias – porquê?

 

 

 

Novamente a Mega-Lisboa, agora por Rui Moreira

Enquanto Rio se debate com essa incerteza, o seu colega António Costa inventou uma nova e potente poção mágica para obrigar todos os portugueses a pagar o pesado défice da Câmara Municipal de Lisboa. Ao que se sabe, já havia uma solução que fora negociada e que fizera parte das condições prévias que colocou, antes de aceitar concorrer às eleições para a depenada autarquia. Essa complicada engenharia já decidida pelo Governo assegurava a transferência de terrenos ribeirinhos, que hoje pertencem ao domínio público marítimo, da posse da Administração do Porto de Lisboa para a posse da câmara municipal, o que permitiria que esta fizesse um magnífico encaixe, concedendo-lhes capacidade construtiva de seguida e vendendo-os por fim. Só que, imagine-se, o Presidente da República pregou-lhe uma partida e vetou esse negócio. Agora, e receando que o veto se mantenha, apesar do empenho que o Governo demonstra em resolver o assunto, Costa exige uma compensação pelo afluxo de tráfego que a nova ponte entre o Barreiro e Chelas irá trazer para Lisboa, alegando que terá que fazer investimentos na rede viária.

Ou seja, todos nós, que vivemos na parvónia, vamos indemnizar os lisboetas. Não que sejamos responsáveis por a Câmara de Lisboa estar falida. Isso não pareceria bem. Vamos compensá-los pelo facto de o Estado concentrar nessa zona do país todo o investimento público, utilizando verbas que, por acaso, são atribuídas pela União Europeia para fomentar a coesão. De facto, coitados, os lisboetas são terrivelmente prejudicados. Afinal, vão ter na sua região um novo aeroporto, vão ter a cidade aeroportuária e a ferroviária, vão ter duas ligações de TGV, vão ter ainda várias plataformas logísticas. É muito sacrifício, convenhamos.

Ora, quer-me parecer que Rui Rio tem agora algumas pistas para resolver o nosso problema. Pode ser magnânimo e propor que o Governo faça algum investimento público no Porto. Pode exigir uma pontezita para o TGV que por acaso também sirva para os automóveis e, se for caso disso e para arredondar as contas, outras coisas menos relevantes. Depois, pode invocar o princípio da reciprocidade e exigir ao Governo que compense os portuenses pelos inconvenientes e sacrifícios, de forma a forrar os cofres do nosso município... Em alternativa, já se sabe, pode exigir que a APDL lhe ceda as praias da Foz e vender lotes para a construção de uma frente de arranha-céus desde o Castelo do Queijo até à praia dos Ingleses...

Segundo Paulino Pereira, professor do IST, Lisboa precisa de várias pontes. Segundo ele, é necessário que Mega- Lisboa tenha uma massa crítica demográfica de 5 milhões de habitantes em meados do século XXI para ser concorrencial em termos europeus. Não sei onde é que o ilustre professor pensa ir buscar tanta gente. Terá também uma poção mágica que nos resolva o problema da baixa natalidade? Pelo andar da carruagem, é melhor fazer planos para mais de dez milhões, porque assim caberemos todos lá. Depois, encerra-se de vez o resto do país.

PS: Crónica publicada no Público de hoje.

20080411

Governo Regional de Lisboa III

"O Alentejo, a região mais pobre do país, vai sofrer uma quebra de 50% nos fundos que vai receber por via dos novos apoios da UE. Uma "engenharia" geográfica, que passou por incluir a Lezíria do Tejo, anteriormente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, explica esta redução. Também a zona Centro é vítima deste rearranjo regional. É o resultado de querer contornar regras que poderia significar menos fundos. Acaba por ser uma das regiões mais pobres a perder." Helena Garrido, Jornal de Negócios (08.04.2008)

É, eu também odeio regionalismos...

Ao cuidado dos parolos que nos governam e manipulam

Perante o discurso do licenciado por correspondência José Sócrates, vale a pena ler «a face de um Profeta», hoje no New York Times: At the age of 77, Mr. Soros, one the world’s most successful investors and richest men, leapt out of retirement last summer to safeguard his fortune and legacy. Alarmed by the unfolding crisis in the financial markets, he once again began trading for his giant hedge fund — and won big while so many others lost.

A Mega-Lisboa é um projecto imobiliário à custa de Coimbra, Aveiro, Porto, Braga


A Mega-Lisboa é um grandioso projecto imobiliário à custa da desvalorização das propriedades de Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, onde há pessoas e empresas para drenar. Vale a pena recordar este desenho publicado originalmente aqui. Enquanto a Norte candidatos a primeiro ministro, políticos, empresas e cidadãos tolerarem este modelo de desenvolvimento estalinista-colonialista, não haverá inovação, empreendedorismo, internacionalização, QRENs, Regionalização, Fusão de Autarquias, FCPs ou Ryanairs que nos salvem.

20080410

Conferência-debate: PODER LOCAL E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

CONVITE
PODER LOCAL E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA é o tema da conferência-debate
para o qual o convidamos, e aos seus familiares, amigos e colegas.
Decorrerá na sexta-feira, 11 de Abril, às 21:15, no Auditório do
Palácio da Bolsa, no Porto.
Com vista a recolher ideias úteis para o próximo futuro da
intervenção cidadã no Porto, ouviremos dois representantes do
Conselho de Cidade de Caldas da Rainha, Ana Palma e Agostinho
Brandão, e dois representantes do Conselho de Cidade de Coimbra, José
Dias e António Veloso, transmitir um breve testemundo de como essas
associações (os dois únicos Conselhos de Cidade existentes no País)
têm vindo a incentivar a participação dos cidadãos.
Ouviremos igualmente Nuno Barros, representante da Lipor, expor de
que forma aquela instituição de carácter intermunicipal da área
metropolitana do Porto tem procurado envolver os cidadãos na execução
das suas metas em matéria de sustentabilidade.
Seguir-se-á o debate com os cidadãos presentes. Organizada pela
Plataforma Interassociativa Convergir, esta conferência-debate conta
com o apoio da Associação Comercial do Porto e da Lipor.

O que é a Mega-Lisboa ?

J. Paulino Pereira (IST) - Março 2008 - Sociedade de Geografia

Ideias base da minha intervenção: Mais travessias sobre o rio Tejo a ligar as 2 margens do rio na zona da Mega-Lisboa.

  • A cidade de Lisboa não é só o Município de Lisboa (e ainda menos só o Terreiro do Paço). Daqui resulta a noção de Mega-Lisboa (Mega-Lisboa é a Área Metropolitana de Lisboa + concelhos em vias de terciarização)
  • Há movimentos pendulares dos concelhos limítrofes para o concelho de Lisboa. Há movimentos pendulares do concelho de Lisboa para os concelhos limítrofes. Já há muitos movimentos pendulares entre concelhos limítrofes.
  • Mega-Lisboa deveria ter gestão autónoma, ou seja dever-se-ia acabar com os presidentes das Câmaras dos concelhos da Mega-Lisboa e eleger um Presidente da Mega Lisboa (os actuais Presidentes das Câmaras seriam os Presidentes das Freguesias da Mega Lisboa).
  • É necessário fazer novas travessias do rio Tejo na região de Lisboa, para juntar as duas partes de Lisboa (margem Norte e margem Sul)
  • É necessário que Mega Lisboa tenha uma massa crítica demográfica de 5 milhões de habitantes em meados do século 21 para ser concorrencial em termos europeus.

 

 

20080409

Estratégias de articulação e organização territorial para a região Norte

A competitividade territorial é actualmente um objectivo político de primeira ordem. A construção de um território económico competitivo implica assumir a dialéctica que resulta da confrontação entre o global e o local. Neste contexto, a forma de organização do território revela-se como um elemento de uma importância capital. A visão do território como um contentor de recursos desarticulados está actualmente desactualizada. O entendimento do espaço como uma componente neutral, com funções de suporte, não responde aos desafios da racionalidade competitiva dominante. Presentemente, o território assume-se como um factor de competitividade de grande relevância, pelas vantagens em termos de disponibilidade de recursos e de redução de custos que pode chegar a induzir. Obviamente, a dimensão dessas vantagens dependerá, em grande medida, da forma de organização territorial e, sobretudo, da adaptabilidade da estrutura resultante às necessidades internas e às exigências da competição externa.

O modelo territorial da região Norte deve, neste sentido, ser objecto de uma re-configuração, destinada a conseguir uma estrutura mais flexível e adaptativa, que permita uma aproximação directa aos recursos e serviços e uma redução dos custos externos, de acesso e mobilidade e, inclusivamente, de gestão dos serviços comuns. O sistema de planeamento e organização do território que dominou durante décadas as intervenções de política pública e que se construiu à volta do grande centro polarizador, o Porto, contribuiu para a intensificação das assimetrias espaciais, ao retro-alimentar as dinâmicas polarizadoras associadas aos intensos desequilíbrios em termos de dimensão urbana.

Actualmente o território da região Norte caracteriza-se, do ponto de vista espacial, pela existência de seis tipos de áreas: i) a Área Metropolitana do Porto (AMP), que tem o seu centro na cidade do Porto, e que é um espaço predominantemente urbano onde se constatam intensas relações de interdependência funcional interna; ii) uma malha urbano-industrial descontínua, que circunda a referida área metropolitana e que está integrada por cidades de pequena e média dimensão, com algumas funções terciárias, e por contínuos rururbanos, sem funções claramente definidas; iii) uma área de consolidação urbana, a nordeste da área metropolitana do Porto, com dinâmicas territoriais, produtivas e de prestação de serviços tendencialmente autónomas, constituída pelo quadrilátero formado pelas cidades de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos; iv) os centros polarizadores, que emergem isolados e desarticulados em locais distantes das áreas urbanas enunciadas (nomeadamente no interior Transmontano), e que polarizam os territórios envolventes, atraindo as funções mais qualificadas e o emprego não agrário; v) as áreas de intermediação, onde prevalecem os conflitos no uso dos solos, a escassa dotação de infra-estruturas básicas e os espaços urbanos fragmentados e desqualificados; e, v) as áreas rurais, caracterizadas por uma estrutura económica frágil, cada vez mais dependente das transferências do Estado, pelos baixos níveis de prestação de serviços e pelas dificuldades de articulação com os centros urbanos mais próximos.

A multiplicidade tipológica das áreas definidas e a variedade dos espaços com características urbanas delimitados evidenciam a desadequação das políticas territoriais tradicionalmente implementadas, assentes num paradigma monocêntrico, promovido, em parte, pelo modelo político-administrativo vigente e a desconcentração de competências ao nível territorial, que, paradoxalmente, reproduz o modelo nacional e origina centralização à escala regional. Essas políticas territoriais, que promovem as dinâmicas e vínculos centrípetos e subalternizam os territórios externos ao centro, são manifestamente inapropriadas em contextos espaciais com múltiplas dinâmicas urbanas funcionalmente independentes. A necessária re-configuração territorial deve basear-se, consequentemente, num policentrismo adaptado, assumindo um conceito de centro mais vasto, retirando-lhe parte do seu conteúdo geográfico e potenciando o seu significado funcional. Esse modelo policêntrico deve definir-se, pelo menos parcialmente, por oposição aos modelos monocêntrico e difuso, dado que o primeiro estabelece uma hierarquia espacial muito rígida, que abafa as dinâmicas alheias ao centro dominante, e o segundo assume tacitamente a ausência de hierarquia espacial, reduzindo as vantagens derivadas da diferenciação dos territórios.

As estratégias territoriais para a região Norte devem combinar a coesão e a competitividade territorial. A implementação dessas estratégias implica assumir o diagnóstico anterior e definir, consequentemente, áreas funcionais consistentes em termos de dimensão, conectividade, actividade económica e atractividade, e em termos de partilha institucional e de experiência no desenvolvimento de projectos comuns. A criação de estruturas organizativas nessas áreas funcionais, para a implementação de políticas e o desenvolvimento de projectos, seria um grande avanço para a consolidação de um modelo territorial de base policêntrica. Sem dúvida, este seria muito mais adequado para potenciar a competitividade territorial de espaços como o quadrilátero de desenvolvimento Braga-Guimarães-Famalicão-Barcelos, ao permitir a definição de objectivos e estratégias territoriais mais apropriados e ao garantir uma tomada de decisões mais descentralizada e autónoma.

FRANCISCO CARBALLO-CRUZ

(artigo de opinião publicado no Suplemento de Economia do Diário do Minho)

20080408

Todos os burros comem palha...

... o que é preciso é saber dar-lha.

Nanotecnologias no Minho

Os Cientistas do mundo do invisível também falam português. Ferramentas e técnicas não observáveis a olho nu estão a invadir os dispositivos médicos, a electrónica, o têxtil, o automóvel, a energia, a embalagem e a cerâmica. A Universidade do Minho é um dos pólos de vanguarda na área dos materiais do futuro.

Com o lançamento da primeira pedra do futuro Laboratório Internacional de Nanotecnologia no centro de Braga, aquando da última cimeira luso-espanhola agora em Janeiro, o novo palavrão técnico começou a ter honras nos "media".

Nanotecnologias significa técnicas e ferramentas a uma escala nano (mil milhões mais pequena que a unidade de medida, o metro), que, é claro, não se vê, a olho nu - cerca de novecentas vezes mais pequena que um cabelo humano!

Algo inimaginável para o cidadão comum, mas a que as gerações do século XXI se irão familiarizar em áreas tão distintas como os dispositivos biomédicos, os tecidos inteligentes, os novos revestimentos cerâmicos, os novos materiais para o automóvel, novos processadores para a informática, um novo tipo de painéis solares com células ultra-flexíveis, a simples embalagem ultrafina ou a obtenção de energia a partir de diferenças de temperatura que, por exemplo, alimentem o seu relógio de pulso.

É uma área emergente em Portugal no investimento de projectos envolvendo cientistas e algumas empresas, e despoletando inclusive a criação de "spin-offs" de investigadores e alunos de doutoramento. A Universidade do Minho (UM) é uma das traves desta nova estratégia, prevendo um investimento total entre 2005 e 2008 na ordem dos 16 milhões de euros em projectos já em curso, refere-nos Manuel Mota, um dos históricos da biotecnologia portuguesa, vice-reitor desta universidade que tem um desenho bicéfalo, com dois "campus", um em Braga e outro em Guimarães.

Fertilização cruzada

A atracção pela nanotecnologia está a provocar um 'casamento' duradouro entre físicos e químicos, e a permitir a áreas como a microelectrónica, a biotecnologia ou a ciência dos polímeros migrar para novas oportunidades de investigação científica e aplicações empresariais. Os cientistas chamam-lhe "fertilização cruzada" entre diferentes abordagens, o que leva o físico João Pedro Alpuim, de 50 anos, um dos envolvidos numa nova geração de células fotovoltaicas que se podem dobrar com os dedos, a acreditar, entusiasmado, "na hipótese de tecnologias disruptivas", que, como o próprio nome indica, provocarão uma nova revolução tecnológica.

Por isso, abundam, naturalmente nos corredores da academia e de algumas empresas mais ousadas, os "projectos futuristas mas não de ficção" - como frisa José António Covas, de 51 anos, um especialista do Instituto de Polímeros e Compósitos, envolvido em projectos que vão desde as fibras têxteis "carregadas de tecnologia" a materiais nanoestruturados aplicáveis eventualmente aos aviões-espiões, o que é matéria classificada.

Tal como a genómica ou a clonagem humanas, esta é uma das áreas que está a empolgar a comunidade científica particularmente ligada à indústria. O físico Mikail Vasilevskiy, de 47 anos, um russo radicado há 11 anos na UM, chama a atenção para um dos materiais "invisíveis" recentemente descobertos, o grafeno (ver caixa), isolado a partir da grafite.

Dos nanotubos às nanomalas

Uma das áreas de aplicação destas tecnologias do invisível mais em destaque hoje em dia é a biomedicina.

José Higino Correia, de 43 anos, um especialista em microelectrónica industrial, na vanguarda da criação de dispositivos (com o formato de uma touca de banho ou de um boné) com eléctrodos para analisar as ondas cerebrais, vai 'fabricar', com colegas do Porto e de Espanha, um micro-sistema neuronal com nanotubos de carbono que possa ser implantado no cérebro sem riscos e sem grande aparato externo (ver fotografia). A aplicação no diagnóstico e monitorização de doenças neurodegenerativas (por exemplo, Parkinson, epilepsia e Alzheimer) é óbvia.

Por seu lado, o biotecnólogo Miguel Gama, de 44 anos, espera, a partir de celulose produzida por bactérias (diferente da celulose vegetal, usada na fabricação de papel), criar vasos sanguíneos artificiais, de baixo calibre, que estarão em testes em animais em 2009.

Finalmente, Rui Reis, de 40 anos, desenvolve com a sua equipa o que ele chama, por piada, de "malas", uma espécie de nanopartículas injectáveis no corpo do paciente, carregadas com um determinado fármaco, que "só se abrem, como uma mala, e descarregam o que levam, quando encontram o alvo".

Por Jorge Nascimento Rodrigues.

20080407

Leituras 20080407

·         Evidências de «Concessionismos»:  «Câmara do Porto: concurso polémico faz tremer coligação PSD/CDS, em particular na concessão para o tratamento do lixo da cidade»;

·         Jaime Silva acusa centralistas: Ministro com dificuldades em reduzir o número de funcionários do ministério da Agricultura. Nada de novo...

·         Bial (Trofa) 'obrigada' a vender negócio em Espanha; Álvaro Portela, muito condescendente com Centralismo, ficará agora mais livre ?

·         Tribunal decreta insolvência de Plataforma Minho- Associação de Desenvolvimento Regional: As associações de municípios, com múltiplos vértices, acabam por falhar. Mais um argumento para fundir Autarquias...

·         Governo lança em Abril concursos públicos para 4 barragens no Alto Tâmega: Mais PPP, mais «Colonialismo». Alguem da região irá lucrar, caro Vitor Pimenta ?

·         Ryanair no Centro e em Beja. Todos perceberemos o que significa a ausência da Ryanair em Bragança;

·         Instituto 3Bs (Guimarães), liderado pelo portuense Rui Reis, publica na Science.

Pessoas do Norte


20080405

Fora do tópico do Norteamos: Ataque dos EUA ao Irão

Pelas implicações que terá, se ocorrer, optei pela publicação no Norteamos. Funciona como alerta a todos cuja actividade profissional esteja relacionado com os mercados financeiros ou de mercadorias ou o desempenho da economia mundial: Former Chief Inspector of the UN Commission on Iraq Scott Ritter has claimed that there is an 80 percent chance of a US war with Iran.

Crónicas das «Máfias» do Centralismo 4: O caso das PPP rodoviárias/SCUT

·         Helena Garrido, Jornal Negócios: Regressaram as grandes obras públicas. Ponte, grande velocidade em comboio, aeroporto e estradas prometem, no mínimo, investimento em betão da ordem dos 20,5 mil milhões de euros, qualquer coisa como 12,5% do valor dos bens e serviços produzidos o ano passado em Portugal. (...) A tradução do investimento em mais crescimento potencial é mais certo nas barragens, mais incerto nas estradas, aeroporto e TGV por depender, nestes últimos casos, da capacidade de construir uma rede ajustada às necessidades. É aqui que a perspectiva é preocupante, face ao longo passado de ineficácia e às declarações que já se começam a ouvir;

·         Jorge Coelho na portuense-lisboeta Mota-Engil; «Jorge Coelho está a dias de se tornar presidente da maior construtora portuguesa, empresa com que negociou, enquanto ministro, concessões superiores a mil milhões de euros. João Cravinho, também ex-ministro das Obras Públicas do PS, sem querer particularizar o caso, considera intolerável que quem define parcerias com privadas vá depois gerir esses interesses». 1ª página do Expresso de hoje.

·         O Tribunal de Contas divulgou na sexta feira um relatório demolidor: as parcerias público-privadas no sector rodoviário têm servido apenas para contornar dificuldades orçamentais; o Estado não percebe do negócio, pouco aprendeu nos últimos dez anos e mantém-se refém das consultoras. Além disso, não avalia nem as concessionárias, nem as parcerias e lança-as mais por critérios políticos do que económicos.

·         «Num país com complexo de pequenez joga-se grande nas amostras de modernidade que contrariem os indicadores medianos, sobretudo no Livro dos Recordes. E Lisboa não tarda nada em afirmar-se no Guiness como a capital com mais pontes com mais de 10 km, com ou sem feijoada.» Vitor Pimenta, O Mal Maior;

·         «Amigo de ouvido atento alerta-me para o seguinte facto, relatado por estes dias no Rádio Clube Português Lisboa é a região europeia com a maior densidade de auto-estradas e vias rápidas. Vale a pena repetir: Lisboa é, no conjunto dos 27 países da União Europeia (UE), a região com a maior densidade de auto-estradas e vias rápidas. Que orgulho para Lisboa!» Paulo Ferreira, JN 20080402;

·         Depois do Aeroporto de Alcochete - 5.000 milhões de euros; a preços de 2007 - segue-se agora a nova ponte Chelas-Barreiro - 1700 milhões de euros. Não restam dúvidas! A grande "vantagem" de Portugal não estar dividido em regiões é que assim é possível continuar a fazerem-se mega-investimentos sempre no mesmo sítio ... por acaso na região, de muito longe, a mais rica de Portugal.

Conclusão: Nada de novo. Porém, na minha opinião, devemos ter uma atitude cristã, de dar a face, e não reivindicar a repetição destes erros a Norte. Por isso defendo o fim das SCUTs em Portugal e a aplicação de um modelo coerente nas portagens de auto-estradas. Só assim teremos credibilidade moral para os criticar e cedo ou tarde os «depor» da gorvernação de Portugal. Já faltou mais...

 

20080404

A Mota-Engil vota no PS

Jorge Coelho vai assumir a presidência executiva da construtora portuense Mota-Engil. Até aqui nada de novo. É prática corrente. A única novidade é a aposta forte da Mota na continuidade do PS à frente do governo. Eles acreditam que vai ser Sócrates e companhia a distribuir os milhões que se anunciam em sacrossanto betão pelo menos nos próximos 5 anos.
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