20090811

As (pseudo) elites do Porto no seu melhor

EDIÇÃO IMPRESSA
O projecto de expansão do Europarque, apresentado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), vai mesmo concretizar-se. O investimento previsto de 460 milhões de euros, a transformação do Visionarium num centro de realidade virtual e a criação de 4900 empregos não estão em xeque, ao contrário do que declarações recentes do presidente da AEP poderiam fazer supor.
José António Barros admitiu que o Europarque "é um disparate" e um "flop" durante um debate sobre o projecto de remodelação do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, na passada quinta-feira.
O responsável máximo da AEP vai, aliás, explicar as suas afirmações nos próximos dias. O PÚBLICO apurou que o dirigente se referia apenas a uma componente do Europarque, o centro de congressos, para enfatizar a necessidade de criar um novo no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
O Europarque abriu há 14 anos, precisamente como um centro destinado a acolher congressos de grande dimensão. No site dedicado ao equipamento, pode ler-se que "o Europarque é um projecto de desenvolvimento económico e cultural de características únicas em Portugal, fruto da vasta experiência e reconhecimento da AEP, que tem vindo a colocar todo o seu saber-fazer ao serviço dos agentes económicos".
Todavia as declarações de José António Barros provocaram alguma apreensão em Santa Maria da Feira e levaram o presidente da câmara local a pedir uma reunião, no sentido de esclarecer o que foi dito pelo líder da AEP. O encontro terá lugar esta semana, estando a ser ultimados o dia e o local. "Vou ter uma conversa com o engenheiro José António Barros, para perguntar-lhe porque andou a anunciar o projecto de expansão do Europarque há poucos meses", disse Alfredo Henriques, presidente da autarquia, ao PÚBLICO (ver edição de domingo).

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O cavaquista e anti-regionalista Ludgero Marques a troco de umas verbas da administração central e da UE, cria uma nova centralidade na sua Vila da Feira natal e hipoteca a viabilidade econónmica da AEP. O novo presidente da AEP diz a verdade, o Europarque foi um disparate, mas agora tem que retratar-se perante o gestor imobiliário local, o respectivo presidente da autarquia.

Tudo o que caracteriza as pseudo elites portuenses estão presentes neste episódio:
- Mito das grandes obras, das novas centralidades, do «único na Europa»;
- Obras na terrinha onde se nasceu (como por exemplo o Metro do Porto em Vila do Conde decidido pelo vilacondense Fernando Gomes);
- Suburbanização a 360º (incluíndo agora a poente, com o desnecessário edifício do terminal de cruzeiros em Leixões);
- Vender a autonomina política e administrativa ao governo de Lisboa a troco de dinheiro para projectos;
- Endividamento;
- Diversificar para áreas de actividade onde não há competência;
- Duplicação de infra-estruturas em vez da racionalização das existentes;
No fim, faléncia, ridículo e oportunidades perdidas.



1 comentário:

Meme disse...

http://elviajero.elpais.com/articulo/viajero/Oporto/escapada/perfecta/elppor/20090811elpepuvia_1/Tes

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