O populismo regionalista do Pedro Morgado, benéfico para as pedradas no charco que Braga necessita, mas simultaneamente pouco sério e fundamentado para com o Porto (portocentrismo), há muito que me obrigava a produzir esta reflexão. Despersonalizando, mas simultaneamente contribuindo para a entrevista de hoje de Vitor Silva, fica então aqui a minha tese e o respectivo apelo à reflexão por parte da elite bracarense que Pedro Morgado personifica: Braga é a Lisboa do Norte e o «Portocentrismo» é um bode expiatório.
Na minha opinião, a raiz do problema está no perfil económico da cidade e eventualmente no efeito castrador da Igreja Católica de Braga. Vou-me centrar na 1ª questão.
Ao contrário do Porto, Barcelos ou Guimarães, Braga é uma especie de mini-Lisboa, bastante dependente do sector dos bens e serviços não transacionáveis: serviços públicos típicos de capital de distrito (universidade, tribunais, hospitais, etc) e um peso enorme da construção civil e afins. A industria de origem local é reduzida. Alguns exemplos:
A culpa é dos bracarenses como se comenta na Avenida Central:
Até que ponto não será Braga, pelo seu peso demográfico, um centro do conservadorismo a Norte que impede o desenvolvimento deste ?
Tal como Lisboa, será Braga uma cidade que ambiciona mais do que as capacidades que tem, dedicando-se a prejudicar os vizinhos minhotos para alimentar o seu ego, à semelhança do que Lisboa faz a nível nacional ?
Será apenas uma capital distrital, aprendiz da lógica lisboeta, sem dinâmica económica e social suficiente para o lugar que tem ?
Não pretendo ser exaustivo e admito que falhem aspectos no meu raciocínio. De qualquer modo ficam aqui as falhas de raciocínio que encontro nos defensores da tese do «Portocentrismo».
Na minha opinião, a raiz do problema está no perfil económico da cidade e eventualmente no efeito castrador da Igreja Católica de Braga. Vou-me centrar na 1ª questão.
Ao contrário do Porto, Barcelos ou Guimarães, Braga é uma especie de mini-Lisboa, bastante dependente do sector dos bens e serviços não transacionáveis: serviços públicos típicos de capital de distrito (universidade, tribunais, hospitais, etc) e um peso enorme da construção civil e afins. A industria de origem local é reduzida. Alguns exemplos:
- Por exemplo, Guimarães e o Alto Ave tem um PIB per capita superior ao do Cávado, são exportadores e tiveram que lutar pela existência de um polo da UMinho;
- Os dois casos de maior sucesso empresarial e tecnologia de Braga (Primavera Software e 3B/Uminho) são lideradas por pessoas que passaram importante parte da vida profissional no Porto…
- Nos rankings universitários a UMinho está muito atrás da Uporto;
- A UP e a UA foram pioneiras na passagem para fundação, enquanto a Uminho e a maioria das lisboetas mantiveram o estatuto público.
«"Muita gente em Braga sabe das associações perigosas entre empreiteiros e Mesquita Machado, sempre visando o patrocínio do Partido Socialista. Há alguns anos quando levei estas denúncias ao Largo do Rato, ouvi de um dos históricos do PS, a seguinte ” lição de moral”: ” O que havemos de fazer a um tipo que converteu todas as juntas de freguesia do Concelho de Braga ao socialismo e que, quando puxamos a parte financeira nos aparece como o segundo maior patrocinador do nosso Partido? Achas que campanhas políticas fazem-se à custa de feijões?”.»Perante isto qual é a reacção da sociedade bracarense ?
- Por um blogger local: «falta postura de estado; falta intervenção cívica independente; falta jornalismo; falta solidariedade; falta verticalidade democrática; falta transparência; falta vergonha na cara;
- Outra opinião: «Em tempos, Braga suscitou o aparecimento de um daqueles blogs anónimos, de maledicências soezes e imputações graves e potencialmente difamatórias. Um daqueles blogs que permitem que se sustente que a blogosfera é um lugar mal frequentado. Ainda assim o blog que se chamava «Um canudo» ( et pour cause) durou algumas semanas e apagou-se do éter, porque o peso institucional da região não consentiu a sua permanência. O que as instituições da região permitem, no entanto, há décadas, é a consagração de um sistema local, feito de pequenas e grandes influências, de medos e cumplicidades variadas, num esquema organizativo notável. Vá lá! Os sociólogos de Portugal deveriam congressar em Braga e fazer um livro branco sobre o fenómeno da anomia, da indiferença.»
A culpa é dos bracarenses como se comenta na Avenida Central:
Estes senhores que comentam em blogs a situação do urbanismo de Braga levam-me a pensar o quanto as pessoas em Braga são acomodadas. É novidade a forma catastrófica como Braga está a crescer? O homenzinho que está na câmara está lá a fazer vigarices desde ontem? Não, está há 30 (trinta) anos. É novidade para alguém que Braga é uma faroeste com o polvo instalado entre câmara e os trolhas? Julgo não ser novidade nenhuma. Porque as coisas continuam assim? Única e simplesmente por culpa dos bracarrenses! De todos, sem excepção. Culpa dos que são ignorantes e/ou fazem parte do polvo e votam no homenzinho e dos outros que são acomodados.Perante a falta de coragem em mudar, Braga prefere encontrar um bode expiatório, o Portocentrismo:
Porque só aparece gente a comentar em blogs e na vida real nada fazem??? Porque sempre que se tentou organizar conversas/debates sobre a cidade de Braga quase ninguém aparecia? Porque não se denunciam situações que dia-a-dia estão á vista de todos?
Não se queixem dos media portugueses, logicamente que eles não vão dar destaque a Braga de livre iniciativa. Portugal é Lisboa e alguns dias, também, o Porto. Caso se pretendam colocar nos media os inúmeros escândalos que se vivem em Braga, a iniciativa terá que ser dos bracarenses. Durante 30 (trinta) anos todos conviveram com esta situação e ninguém nada fez de verdade para inverter isto. Criar blogs e comentar em blogs é fácil e confortável mas de nada adianta.A culpa é dos bracarenses! Sou de Braga mas tenho a perfeita consciência que Braga é um caso perdido. Não me revejo em Braga e tenho vergonha da fama que Braga tem: cidade de trolhas novos ricos, que andam em bons carros mas nem sabem falar nem comer à mesa.
MAs será que a única claustrofobia de Braga só vem (e vem) da Câmara ? E a clasutrofobia que vem da igreja, como o mostra os sucessivos casos do colégio D. Diogo de Sousa, um monumento do reaccionarismo local que usa o dinheiro dos seus alunos para perseguir, processar, despedir e expulsar, antes o silêncio cumplice do triste e incapaz arcebispo de Braga?
«Que o Porto é centralizador como Lisboa isso toda a gente sabe. Que o resto do país é paisagem, mas que precisa de investimento, isso também toda gente sabe. Só não percebo, seguindo o raciocínio de certos intervenientes, como é que as zonas exteriores a estas cidades/AM beneficiaram de um maior centralismo! Não pensem que o Porto é um santo distribuir. Olhem para o resto do distrito do Porto sem ser da AM do Porto! Pois é, está igual ou pior que as populações do Minho. Sejam claros! Se querem uma grande cidade/metrópole, neste caso Porto, em que 90% da população do Norte viva ai, em que qualquer investimento realizado beneficie quase todos, todas as populações tem as mesmas oportunidades, digam. Se defendem este modelo das populações viverem na cidade, porque é que andam com rodeios. Deixem de tagarelice. As actuais orientações são claras, desenvolver a AM do Porto para que possa absorver o Norte nela. Será que é assim tão difícil de perceber. Todos esses projectos de novas linhas, trams e lá o que seja fora da AMP, por este andar, estão mortos à nascença. As linhas de Braga e Guimarães só foram renovadas por causa do EURO2004 porque senão nem cheta. Já agora gostava de ver as reacções das populações de Ponte de Lima se soubessem que foram os do Porto que foram buscar a IKEA para Paços de Ferreira, porque na realidade queriam era em Matosinhos ao lado da nova loja, mas a IKEA não quis! Gostaria também de ver as reacções das populações do vale do Ave, principalmente as desempregadas, se soubessem da pretensão de certas empresas de ai instalar unidades fabris mas, do "nada", construíram na Maia. Por acaso conheço as reacções das populações do Douro vinhateiro, indignadas com a propaganda portuense em relação ao turismo vinhateiro. Dizem que é para desenvolver a região, quando o turismo é durmam no Porto, visitam as caves em Gaia num dia, e noutro vão de cruzeiro pelo Douro acima e descem pelo mesmo no mesmo dia.Obviamente que o Porto não tem qualquer poder público formal sobre Braga, porque não há governo regional. Quando muito os privados da Invicta usam legitimamenete os seus contactos para desviar negócios de Braga para o Porto. Ou os políticos do Porto berram mais para com Lisboa e conseguem gastar dinheiro mal gasto na expansão do metro portuense para a Trofa em vez de o investirem em Braga. Mas são apenas os privados ou políticos a berrar na comunicação social ou a egoisticamente sacar do PIDDAC para o seu concelho e não qualquer poder administrativo do Porto sobre a região Norte !
Até que ponto não será Braga, pelo seu peso demográfico, um centro do conservadorismo a Norte que impede o desenvolvimento deste ?
Tal como Lisboa, será Braga uma cidade que ambiciona mais do que as capacidades que tem, dedicando-se a prejudicar os vizinhos minhotos para alimentar o seu ego, à semelhança do que Lisboa faz a nível nacional ?
Será apenas uma capital distrital, aprendiz da lógica lisboeta, sem dinâmica económica e social suficiente para o lugar que tem ?
Não pretendo ser exaustivo e admito que falhem aspectos no meu raciocínio. De qualquer modo ficam aqui as falhas de raciocínio que encontro nos defensores da tese do «Portocentrismo».
2 comentários:
Cheguei a ler frequentemente este blog e com o tempo comecei a ficar surpreendido com o tom com que falava e se dirigia a Braga - uma intolerância e desconhecimento do que é um concelho múltiplo como Braga que me chocou.
Infelizmente não só em relação a Braga, mas também a muitas outros temas sobre o país, tenho constatado que os seus comentários e opiniões se apoiam em clichés e preconceitos. Tenho pena que este blog que me chegou a entusiasmar quando o conheci se tenha tornado neste blog sensacionalista e pouco rigoroso.
Gostaria de voltar a ler o blog que conheci.
E.L.
Caro E.,
Provavelmente os melhores do Norteamos já se foram embora... resto eu...
Como poderá provar clicando nos links, a maior parte do meu post foi redigida por bracarenses... e admito estar a ver mal o filme....
Já agora, os seus argumentos ? Toca e foge ?
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