Hoje no Público:
O compromisso entre Portugal e Espanha para apresentação, até final do ano, de um plano concertado de desenvolvimento para a região Douro/Duero está a gerar expectativa nos autarcas portugueses da zona fronteiriça com Castela e Leão. O compromisso, estabelecido anteontem entre o ministro português do Ambiente, Nunes Correia, e o presidente da Junta Autónoma de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, prevê a reactivação, para fins turísticos, da linha ferroviária Pocinho-Salamanca.
António Edmundo, autarca da vila de Figueira de Castelo Rodrigo, considera este compromisso "mais uma chama de esperança" para a "luta de muitos anos e de muitos esforços, que agora começa a cavar fundo, sobretudo nos decisores políticos de um lado e de outro da fronteira". Com o memorando agora assinado, o autarca acredita que "é dado um passo" para o aproveitamento turístico do "potencial que são os Patrimónios da Humanidade da arte rupestre do Vale do Côa, do Douro vinhateiro, da Ribeira do Porto e de Salamanca antiga". "Sempre soubemos que do lado português o investimento seria na ordem dos 25 milhões de euros, que, comparados com a nova travessia do Tejo, seriam um pequeno investimento para a nação, mas um grande investimento para voltar a fazer acreditar as gentes destas terras", disse à Lusa.
Quanto à viabilidade da linha para o transporte de mercadorias, António Edmundo considera ser "cada vez mais urgente pensar em corredores ecológicos no transporte de mercadorias, durante a noite", aproveitando os ciclos hidroeléctricos. A "Salamancada", como lhe chama, "pode e deve permitir ligar, via caminho-de-ferro, o Porto a Valladolid, dando a toda essa região espanhola um porto de mar", sustentando, ser essa a "pedra-
-de-toque, que pode viabilizar e tornar sustentável a componente turística da linha".
Na mesma batalha, tem estado Emílio Mesquita, autarca de Vila Nova de Foz Côa, que considera este novo entendimento ibérico "verdadeiramente excepcional". "É uma grande visão política e uma aposta na valorização do património destas regiões e no seu aproveitamento como alavanca para a economia", disse, comentando o compromisso assumido por Nunes Correia e Juan Vicente Herrera.
Anteontem, também o presidente da Entidade Regional Turismo do Douro, António Martinho, disse à Lusa que a reactivação da Linha do Douro entre o Pocinho e Salamanca vem dar resposta a uma reivindicação antiga e poderá atrair à região duriense mais turistas espanhóis. Este responsável lembrou que o Parque Arquelógico do Côa, o Museu do Côa, que abrirá em breve a cerca de 200 metros da linha de ferro, e o Museu do Douro (Peso da Régua) poderão ficar assim ligados por comboio.
1 comentário:
Como São Tomé.
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