Do Portugal Profundo

A estratégia socratina falhou na parte institucional, pois a Igreja reagiu ao colaboracionismo pretendido: o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e nessa qualidade representante máximo da Igreja em Portugal, foi a voz desse descontentamento com o rumo do País para o radicalismo dos costumes e a miséria económica. A Igreja independente ainda resistiu a um contra-ataque, com campanha nos media (!), do sector ligado ao Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para a reconquista do poder na Conferência Episcopal. Nessa frustação se esfumou a possibilidade de aliança do socialismo radical com a representação oficial da Igreja portuguesa. Poré, para obviar a essa independência, D. Jorge Ortiga foi sistematicamente ignorado nos convites da televisão pública.
