20080727

O apoio aos Bens e Serviços Não Transaccionáveis - O exemplo das energias renováveis.

Esta ideia de subsidiar as energias alternativas com o objectivo de criar um cluster
energético e colocar Portugal na vanguarda da economia das eólicas tem um pequeno problema. O jogo dos subsídios é um jogo de soma nula. Para subsidiar as energias alternativas é necessário cobrar impostos a outras actividades. Talvez valesse a pena escolher duas ou três actividades económicas para penalizar. Eu proponho que se penalize o sector dos têxteis e calçado, os moldes e as indústrias da saúde. Alguém tem mais ideias?
- João Miranda, via Blasfémias

Embora seja defensável do ponto de vista de da segurança que um país tenha um nível de produção interna de energia que cubra as necessidades mais básicas em caso de catástrofe / guerra, nem os governos definiram qual é esse nível, nem alguma vez defenderam os apoios às energias renováveis com base nesse argumento. Pelo que a subsidiação não é, portanto, uma investimento em segurança, mas puro desvio de recursos dos Sectores Transaccionáveis para os Não Transaccionáveis. Mais uma vez, as empresas competitivas têm de suportar as actividades não competitivas.

1 comentário:

sguna disse...

Este valor refere-se ao apoio total do estado para as energias renovaveis. Sempre se criticou a dependência energética do país. Os actuais preços ilustram bem a nossa precaridade. Grande parte deste valor é usado para financiar a construção dos meios de produção. Além do mais existem os benefícios do uso de energias limpas. Os actuais preços da produção de energia através de combustiveis fosseis, não reflectem os custos derivados da poluição; no passados estas actividades também foram subsidiadas. Foi neste blog que li pela primeira vez acerca da incidência de leucemia particularmente alta em Leça, devido à Petrogal (embora este caso esteja ligado à refinação, semelhantes riscos existem no uso de combustiveis fosseis). O norte tem grande potencial em recursos energéticos renovaveis (e.g. Bragança é o distrito que mais energia hídrica produz). Assim como a Escócia beneficia do petróleo produzido no Mar do Norte, devia ser Trás-os-Montes os principais beneficíarios desse recurso, o que provavelmente não acontece.

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