20071010

Dos «sopranos» da Aecops até ao José Rodrigues dos Santos

A minha tese é que a elite económica lisboeta tem um comportamento conspirativo, interesseiro e dissimulado face ao resto de Portugal. Este artigo é mais uma tentativa de o provar. E também um alerta para os mais distraídos a Norte, para os ingénuos que querem Mudar o Poder Local (para manter o central), para a elite empresarial portuense que pactua com esta governação de Portugal e um aviso condicionador da acção de LFM.

Ainda antes das eleições de 20 de Fevereiro de 2005 os «sopranos» da AECOPS (Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas do Sul) ameaçavam que «Ou há pacto de regime» para a concretização dos objectivos da AECOPS «ou há revolução para que entre uma nova classe política. Tem de haver uma política coerente, uma estratégia para os grandes projectos de infra-estruturas que tenha o acordo dos dois principais partidos, para não haver sobressaltos».

Continuando aa crónica da GLQL:

«Os nossos detentores do capital e de meios de produção estão cada vez mais afoitos em reivindicações aos políticos e governantes. Falam alto, de cátedra e em tom ameaçador.

É o Portugal do colarinho branco e gravata a condizer com o fato liso ou de risca, a sair à rua, num dia assim, a anunciar a morte da economia se ficarem... enfim! É o anúncio da Revolução, já, se os políticos não obedecerem, agora!

É inédito, espantoso e temível. Dá a verdadeira dimensão do Estado a que chegamos. A revolta não vem dos descamisados da função pública que não recebe aumentos há dois anos. Não vem dos pensionistas e assalariados pelo mínimo. Marx, enganou-se! O PCP está perdido! A revolução não é proletária nem virá dos pequenos e médios empresários e comerciantes em convivência alegre com os assalariados.

Virá antes das cúpulas da super-estrutura empresarial, já anunciada se não houver pactos! Virá da AECOPS!»

Relembro que estamos a 24 de Janeiro de 2005. Agora compreendemos o que foi a tal Revolução e quem foram os protagonistas.

E agora fica a explicação pelo «Anti-comuna» o mais conhecido comentador do Blasfemias, sobre a peça que JRSantos representou nesta Revolução.

«Há 3 anos atrás a actual Administração da RTP interferiu com as funções de director de informação. Na altura, a AACS deliberou sobre o acto. E a confusão política gerada com o episódio (que se somava ao caso Marcelo) ditou a ideia que o governo de PSL, então, tinha interferido na gestão da informação da RTP. E que essa Admnistração deixou-se usar pelo governo de então.

Mas eis que Sebastião Lima Rego pôe o dedo na ferida:

"Para Sebastião Lima Rego, membro da antiga Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), a atitude da RTP "é uma forma de se atirar areia aos olhos e evitar falar do que realmente se passou de errado em 2004". De acordo com Lima Rego, tratou-se de um "verdadeiro caso de síndrome de relacionamento entre administração e direcção de informação", onde foram "quebradas todas as tradições no que diz respeito a colocações".

Sebastião Lima Rego, que na altura foi o redactor da deliberação da AACS, confessa que, embora a decisão final "fosse claramente favorável a José Rodrigues dos Santos", no seu "subconsciente este caso nunca ficou totalmente resolvido". A posição da administração da RTP foi "totalmente inaceitável e os prevaricadores continuam todos nos seus postos"."

No Expresso http://expresso.clix.pt/gen.pl?p....stories/ 137386

É claro que, como bem afirma Rego, o caso não ficou resolvido. Nem tinha que ficar. Por isso é natural que "os prevaricadores continuam todos nos seus postos". E porque seriam demitidos por este governo? Nunca! A administração da RTP fez parte da conspiração para derrubar PSL. Usando o Rodrigues dos Santos como peão, todo o mundo pensou que tinha sido o governo de PSL que andou a pressionar a RTP. (E a TVI de Paes do Amaral.) Mas esse era mesmo o esquema e na altura era bem claro, mas pouco perceptível face à consufão mediática no assassinato de carácter do então Primeiro-Ministro, PSL.

Na verdade, essa administração, a mesma de hoje, até recebeu mais financiamentos e subvenções públicas por parte do governo de Sócrates. E os despedimentos acabaram. E a reestruturação das despesas com a RTP foi abandonada, porque o Estado "compra" mais direito de antena, via subsídios públicos e a famosa e vergonhosa taxa do audiovisual.

Ora, porque deveriam ser demitidos os prevaricadores? Eles só fizeram aquilo que os conspiradores contra o PSL pediram. E tiveram o seu prémio merecido.

Hoje, Rodrigues dos Santos, deve ter compreendido que foi usado contra o governo de então. Hoje, face ao profundo escãndalo que é a RTP, uma espécie de televisão à moda de Chavez, Rodrigues dos Santos deve ter perdido a paciência com as poucas-vergonhas que se passam naquela maldita casa.

Há muitos ingénuos, mas a prova do que aqui defendo está nisto:

"A posição da administração da RTP foi "totalmente inaceitável e os prevaricadores continuam todos nos seus postos"

Portugal afunda-se!

anti-comuna | 09.10.07 - 9:39 pm»

A Norte, aliás fora do circuito de poder económico/político de Lisboa, precisamos de compreender urgentemente como funciona Portugal.

 

PS: Votei pela 1ª vez no PSD nas eleições de 20 de Fevereiro de 2005.

 

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