Jornal de Negócios Online

Os governadores civis têm o odor que o fim dos impérios costumam deixar. Ficaram, frutos da herança napoleónica, porque se tornaram os olhos, os ouvidos e a voz do Estado em locais distantes. Ganharam a obesidade de quem não tem funções importantes. As suas tarefas, hoje, poderiam ser desempenhadas por meia dúzia de funcionários do Estado sem a pompa e a circunstância que manifestam orgulhosamente. Ninguém sabe por que é que os governadores civis continuam a existir. Supunha-se, maldosamente, que serviam apenas para acomodar 18 bons rapazes e raparigas que tinham prestado brilhantes serviços ao partido a que pertencem. Mas, claro, estávamos enganados. O cargo, pelos vistos, é um fardo. E por isso, a pouco mais de um mês das eleições legislativas e autárquicas, os prestimosos governadores que foram criteriosamente escolhidos por Sócrates em 2005 fizeram como os passarinhos: abriram as asas e voaram. Restam seis, porque porventura estão distraídos ou ninguém pede a sua importante presença. Uma dúzia dos nomeados em 2005 transitou para as listas para o Parlamento, para as câmaras municipais ou para o mais recatado lugar nas empresas públicas. Nada de mal ao mundo acontecerá. Ter ou não ter um governador civil é uma irrelevância para os distritos e para aqueles que lá vivem. Os fogos e as calamidades existirão, ou não, mesmo que não existam e continuarão a ser combatidos mesmo que eles estejam em parte incerta. Resta a questão: quando é que se extermina o lugar de governador civil?
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Comentário: A extinsão dos Distritos e dos Governos Civis, iria provocar sérios problemas ao status quo centralista e lisboeta: Questões como a Regionalização, Circulos Uninominais, adaptação das distritais partidárias a novas fronteiras, substitução das divisões territoriais pela norma NUTS3 emergeriam imediatamente. Por isso os Governos Civis não são extintos.
As provincias espanholas já acabaram? penso que não. Deixe lá estar os Distritos e se está muito preocupado com os 18 lugares lembro-lhe que na extinção das sub-regiões de saúde também acabaram 18 para se criarem 80 e não eleitas.
ResponderEliminarAs NUTIII é que são aberrações dos espelialistas em Excel e Powerpoint das CCDRs e companhia. Mas quando num cartaz duma candidatura independente às autárquicas (eu disse autárquicas) em Coimbra o Lema é:
ResponderEliminarRegionalização Sim!
Coimbra Capital
Isto numa cidade incapaz de "gerar" e manter uma grande empresa ao contrário do que outras da zona fizeram (Visabeira; GrupoLena) nós começamos desde logo a entender melhor qual é o jogo e as regras do mesmo.
El salvador dos distritos...
ResponderEliminarVocê é que entra em graves contradições. Por um lado defende a emergência das NUTIII mas por outro num Blog de Braga diz que na hora de escolher eles vão ver para que lado cai Famalicão.
ResponderEliminarOu seja toda a importância às nuts excepto para quem se queira juntar ao Porto. Aí emagrece a nut do Ave e outras engordam. Onde está então a força sociológica de tais aberrações. Como justifica também que grande parte dos Concelhos afectados por essa treta das nuts pertençam simultaneamente às bacias do Ave e Cávado (Braga, Póvoa,etc.).
Eu defendo os Distritos porque os Portugueses ainda não disseram que queriam que se acabasse com eles. Segundo a CCDR até deviamos avançar para as províncias porque as cidades definidas como de equilíbrio regional são Braga e Vila Real. Só que são de equilíbrio regional mas pouco...
A Holanda país desenvolvido da europa é três vezes mais pequena que portugal e tem 12 ou 13 regiões. Como vê não sofrem da doença megalómana das grandes conurbações urbanas de não sei onde. Uma Capital com menos gente que o Grande Porto e tá a andar!
Conheço demasiado bem a incompetência e apego a tachos dos gajos de Coimbra para acreditar em regiões.
Caro Salvador,
ResponderEliminarEstá a confundir-me com o António Alves. Foi ele que afirmou que Famalicão pretenderia pertencer à AMPorto. Não tenho opinião sobre o assunto.
A minha opinião foi expressa no artigo. A manutenção dos distritos é uma forma de manter o status quo territorial. Não faz sentido existirem por falta de funções na actualidade nem o fará em cenário de Regionalização, qualquer que seja o formato.
A minha Regionalização ideal seria por fusão de autarquias em NUT3. Portanto aí umas 30 a nível nacional.
Extinsão?!
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