tag:blogger.com,1999:blog-6555611667510440690.post6428445608408987927..comments2023-10-20T17:11:39.920+01:00Comments on Norteamos: A dinâmica estrutural recente do Minho e do país: seus reflexos no emprego Jose Silvahttp://www.blogger.com/profile/11045713497723446177noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-6555611667510440690.post-27485725877746840002008-05-17T15:50:00.000+01:002008-05-17T15:50:00.000+01:00-Eu não sou portista mas tal facto não me impede d...-Eu não sou portista mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções. <BR/><BR/>Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.<BR/><BR/>Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país. <BR/><BR/>Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside - o Futebol Clube do Porto.<BR/><BR/> Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva <BR/><BR/>por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e <BR/><BR/>presidente.<BR/><BR/> No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a <BR/><BR/>contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para <BR/><BR/>alguma coisa. <BR/><BR/>Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem <BR/><BR/>foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um <BR/><BR/>outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril. <BR/><BR/>O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube.<BR/><BR/> O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por <BR/><BR/>parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que <BR/><BR/>alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto <BR/><BR/>louvam a coragem da condenação. <BR/><BR/>Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu? De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por <BR/><BR/>que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.<BR/><BR/> De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de <BR/><BR/>alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do <BR/><BR/>que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.<BR/><BR/> Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que <BR/><BR/>portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em <BR/><BR/>apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da <BR/><BR/>Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que <BR/><BR/>urge abater a qualquer custo. Se doer melhor.<BR/><BR/> Eu nisto não me revejo. E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou <BR/><BR/>morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro.Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos <BR/><BR/>adeptos em Portugal. E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes? A explicação não me parece difícil. <BR/><BR/>Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido <BR/><BR/>"roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse <BR/><BR/>campeonato que lhes roubou o "Hexa".<BR/> <BR/>No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma <BR/><BR/>esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias.<BR/><BR/> Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume <BR/><BR/>descomunais<BR/><BR/>.Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a <BR/><BR/>revolta e a suspeita.<BR/><BR/> Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema. <BR/><BR/>Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o <BR/><BR/>mesmo. Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota.<BR/><BR/>Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia. <BR/><BR/>É claro que existe corrupção no futebol.Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses.Nas <BR/><BR/>mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se <BR/><BR/>com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.<BR/><BR/> Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer <BR/><BR/>na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações <BR/><BR/>nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.Temo que o processo <BR/><BR/>tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem <BR/><BR/>que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação.Não pode haver perseguição. Aquilo que está aqui em <BR/><BR/>causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite. Quando a chacina de uma pessoa por <BR/><BR/>causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago <BR/><BR/>será sempre amargo.<BR/><BR/> Assim não vale a pena.cesariohttps://www.blogger.com/profile/17517969242245162280noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6555611667510440690.post-1541973070637672972008-05-16T23:42:00.000+01:002008-05-16T23:42:00.000+01:00Neste gráfico interactivo (que talvez possa ser in...<A HREF="http://pedro.valelima.com/blog/2008/may/14/estatisticas-portugal-no-google-motion-chart/" REL="nofollow">Neste gráfico interactivo</A> (que talvez possa ser interessante para os leitores do Norteamos) dá para ver o envelhecimento da população do país e em particular o efeito no Norte. Infelizmente os dados do eurostat nem sempre existem para 2006 e 2007. <BR/><BR/>Em termos numéricos o que se destaca é a evolução da região da Madeira. Sem dúvida um caso de sucesso da última década.pvlhttps://www.blogger.com/profile/13694254445035287187noreply@blogger.com