20091111

Salvar o Tua - impedir a construção da barragem

A construção da barragem tem apenas uma vantagem: contribuir com 0,5% da produção eléctrica nacional. Um valor, portanto, pouco relevante.

Quais as contrapartidas?

- Destruir a linha de ferro do Tua. Esta linha, a única com possibilidade de ligar o sistema nacional ferroviário a Bragança (e consequentemente, o único com possibilidade de ligar o interior norte à linha de alta velocidade em Sanábria), é também de um enorme potencial turístico com grandes sinergias com o actual padrão turístico no Douro.

- Destruição de um património paisagístico e ambiental ímpar.

- A destruição de 800 empregos só em Murça - o equivalente a 20% da população activa do concelho: uma catástrofe social, portanto.
- A qualidade da água irá deteriorar-se significativamente no Douro, falhando o cumprimento da directiva europeia sobre a qualidade da água.

- A construção das barragens altera o clima da região envolvente. O que significa que as condições climatéricas únicas da primeira região demarcada do mundo serão alteradas.

Fala-se muito na Linha do Tua, mas é importante perceber que o que está em causa é muito mais do que isso. Falamos de um projecto que pode ser desastroso para a região. E por região não se entenda apenas Mirandela e arredores. Entenda-se impactos significativos e irreversíveis em Trás-os-Montes, Douro e Porto. De um lado, temos 0,5% da produção eléctrica nacional. Do outro, mais interioridade e desemprego, destruição de património, deterioração significativa da qualidade da água consumida por grande parte da população do país, potencial deterioração da qualidade do Vinho do Porto. Nem bruxelas percebe a decisão.
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