20090731

Grande Porto já está online

www.grandeportoonline.pt

Donos de bancos desesperados

Jornal de Negócios Online
Ricardo Salgado defende TGV e novo aeroporto


20090730

Credibilidade e má fama

As PPP exigem ainda mais transparência que os concursos públicos - Nestes o que está em causa é o fornecimento de bens e serviços circunscritos. São por natureza mercados líquidos, onde há mais do que um fornecedor. Nas PPP, não é apenas o fornecimento de um produto ou empreitada/serviço que está em causa. Há lugar à exploração e eventualmente ao financiamento, construção e criação de entidade juridica própria. São, devido à maior comlexidade, concursos menos líquidos, com menos candidatos. A necessidade de transparência e estudos é maior. Escondendo, não esclarecendo, levanta suspeitas. Na CMPorto ou no TGV.

As PPP precisam de mandato político pois envolve a privatização de funções exercidas até então pela administração pública
- As PPPs significam passar para privados a gestão de serviços e não apenas a sua exceução. Na prática dispensa-se competências. Tal como as Privatizações de empresas públicas, em Portugal ou quem qualquer parte do mundo, a implementação de um programa sistemático de concessão de serviços a privados por parte da CMPorto deveria ter sido apresentado ao eleitorado. Se é feito de forma não declarada, levanta suspeitas. A Democracia não pode ser concessionada...


O dilema dos fornecedores de serviços de construção civil e obras públicas (CCOP)
- Há cerca de 2 anos, ainda antes da crise, Rocha Antunes afirmava que em Portugal, naquela altura, 2/3 dos arquitectos, construtores, engenheiros, desenhadores, empreiteiros, trolhas, «whatever», estavam a mais e condenados a desaparecer ou a mudar. Presumo que com o colapso da procura e alteração de paradigma económico, o número referido tenha aumentado... Tal como acontece em qualquer outro sector, o excesso de capacidade instalada resolve-se com falências dos menos competitivos e não com políticas públicas especiais pagas pelos restantes contribuintes dos outros sectores. É esta a economia de mercado que defendo. Ora, os operadores do «cluster» das CCOP, pequenos e grandes, locais e nacionais estão perante um dilema. Ou aceitam contribuir para campanhas partidárias ajudando o partido que promete mais encomendas ou correm o risco de desaparacer por falta de encomendas. Não acredito que todos entrem no «jogo». Mas acredito que alguns, sabendo que existe, tentam varrer o assunto para debaixo do tapete quando é discutido, não vá o azar bater à porta. Como diria uma personagem televisiva, «isso agora não interessa mesmo nada». É compreensível. Assim como é compreensível a minha reacção de contribuinte com contas em dia, que não está para sustentar a rentabilidade de outros sectores económicos


Racionalidade dos negócios privados com administrações públicas
- O site Transparência na AP arrepia. Aqui, não falta referências a comportamentos/situações menos claras de prejuizo público a favor de privados. Portugal já o pais da Europa com uma das maiores densidades de AE, pavilhões gimnodesportivos e como a discussão sobre o Palácio de Cristal demonstra, seremos brevemente um dos paises com maior número de centros de congressos. Onde
paramos ? Ao contrário da Alemanha, onde um uso privado de viatura oficial por membro de governo, escandaliza, em Portugal até se acharia uma «ninharia». Por isso apena 1% dos portugueses confiam em políticos. Será por causa da irracionalidade das decisões ? Por isso é que há quem diga e com conhecimento de causa que «Políticos portugueses "são marionetas ao serviço de interesses obscuros"».

Política de Rui Rio
- Atentemos nos seguintes factos:

Eu obviamente não tenho provas de corrupção contra políticos portuenses no activo nem respecitvos fornecedores privados. Mas a falta de transparência e levantamento de suspeitas começa pelos próprios políticos da CMPorto. Eu limito-me a observar os conflitos de interesse existentes, o contexto nacional, os factos e interpreta-los sem medo.
Pode-se dizer que Rio é sério e que está imune a suspeitas ou ao meu alinhamento dos factos. Sobre isto uma pequena história. Um conhecido blogger portuense e próximo de Rui Rio disse-me uma vez que o dito era incorruptível. Foi há vários anos. Entretanto, parece que já não são assim tão próximos. Pelo menos dentro do PSD estão em facções diferentes e faz parte de um blogue onde pontuam vários ex-apoiantes de Rui Rio...

Conclusão
: Para terem credibilidade:

  • os beneficiários/fornecedores de determinada política de uma administração central ou local não podem querer ocultar o esclarecimento público.
  • os políticos que promovem determinada política com padrão significativo tem que estar mandatados pelo voto e também não se podem furtar ao esclarecimento público.
  • é necessário transparência e respeito Democrático.
Caso contrário, surgem legítimas suspeitas e cria-se má fama. Ninguém se pode queixar de uma má fama fundamentada. Portanto as questões colocadas por JMCastro/SSRU são pertinentes e quem anda a chuva molha-se, dito de forma politicamente correcta ou não.

PS1: Não estou interessado em prolongar este tema. Por um lado, não estou para fazer «o trabalho de casa» da oposição à CMPorto. Por outro lado, não quero de forma alguma, afrontar participantes na Baixa do Porto, com os quais nutro respeito pessoal e intelectual, mesmo estando em desacordo.

PS2: A «Reserva de Indios» fica para depois.

Se acertamos, então Norteamos: Programa do PS sem Regionalização

20090729

Não sabia: Igreja Católica independente a Norte e vendida ao PS a sul. Também aquio Norte ganhou.

Do Portugal Profundo
A estratégia socratina falhou na parte institucional, pois a Igreja reagiu ao colaboracionismo pretendido: o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e nessa qualidade representante máximo da Igreja em Portugal, foi a voz desse descontentamento com o rumo do País para o radicalismo dos costumes e a miséria económica. A Igreja independente ainda resistiu a um contra-ataque, com campanha nos media (!), do sector ligado ao Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para a reconquista do poder na Conferência Episcopal. Nessa frustação se esfumou a possibilidade de aliança do socialismo radical com a representação oficial da Igreja portuguesa. Poré, para obviar a essa independência, D. Jorge Ortiga foi sistematicamente ignorado nos convites da televisão pública.


20090728

Quem dá boleia a uma prostituta não se pode queixar das possíveis interpretações

20080317: «O projecto do Bolhão tem características desnecessárias para um projecto de reabilitação. É um projecto comercial e não cultural, para dar lucro. Não me choca. O que choca é a necessidade de ocultar tudo isto. Será este «Concessionismo» uma opção ideológica, que também não me choca ? Se o fosse deveria ter apresentado no seu programa eleitoral. Como não o fez, o motivo será outro. Depois de ser dispensado da CMPorto, Paulo Morais descobriu que na actividade camarária se financia os partidos. Deve ter chegado a esta conclusão após experiência como vareador. Se Rio suspeita que com quotas de 6 euros se «lava» dinheiro então eu também tenho o direito a suspeitar que o súbito «Concessionismo» pode servir para o financiamento partidário...»

As questões levantadas sobre o «Concessionismo» pelo deputado José Machado de Castro pela SSRU, de forma mais ou menos secreta ou moralista, tem que ser enquadrada na má imagem que os políticos tem em Portugal: É a classe profissional menos credível, provavelmente por haver a noção que se deixam comprar por privados, fornecedores de serviços à administração pública. Rio e a actual coligação não é excepção.

Como TAF questiona, quem votou para que Rui Rio fosse mandatado para concessionar/«PPPzar» o património camarário ? Apesar de eu não concordar com as PPP e afins, tal como o muito liberal portuense LR o diz, a questão que se coloca não é ideológica nem de eficácia. É de seriedade.

A nível nacional, lá por Lisboa, abundam PPPs que eram hiper-urgentes e hiper-necessários e afinal deixavam muitas dúvidas sobre a utilidade, interesse e pertinência. No Porto é o mesmo. Por exemplo, há alternativas mais baratas de expansão do Metro, que aliás, aposto acabarão por ser implementadas for força da crise...

Por causa da má fama de muitas PPPs, melhor seria mesmo suspende-las por uns tempos. Como isso não acontece e eleitor/contribuinte atento e escaldado de água fria tem medo, cria-se uma natural aversão a estes negócios. Assim, quem os faz com estes políticos «poluídos» não se pode queixar, mesmo que esteja coberto de honestidade e legalidade, como acredito que seja o caso dos intervenientes Rocha Antunes e Paulo Ponte. Tal como, quem dá boleia a uma prostituta não se pode queixar das possíveis interpretações.

PS: A derrota de Rui Rio, a ocorrer, passará por aqui. Mostrar à larga reserva eleitoral de indios no concelho do Porto, leia-se bairros sociais orientais, alimentados a RSI, Láferias, Rádio Festival e corridas de calhambeques, que o seu susposto protector, Rio, os manipula; Só gastou com eles as migalhas suficientes para dar votos (alem do mais, segundo Elisa Ferreira, com dinheiro do Estado Central) e investiu as receitas na rica reserva ocidental/indemnizações para alem da sua carreira em Lisboa. Façam o apuramento dos investimentos camarários per capita por freguesia e verão... Perceberá a candidata do PS alguma coisa de Porto ou terá capacidade para isto ? Duvído. Os indios atingem ? Duvído ainda mais ... O povo se fosse inteligente não era povo, mas sim elite.

20090727

73% dos portugueses considera ineficaz o combate à corrupção efectuado pelas autoridades.

...enquanto apenas 10% o considerou eficaz (nos outros países europeus, os cidadãos consideraram o combate nos seus países ineficaz em 56% dos casos e eficaz em 24%).

Os portugueses classificaram os partidos políticos em 4,0 em nível de corrupção (1- nada corrupto; 5- extremamente corrupto). Na Europa o resultado médio foi 3,7.

Consideram que as empresas (33%) são a instituição mais afectada pela corrupção, logo seguida dos partidos políticos (29%).

Fonte: Global Corruption Barometer 2009

Amadora e Odivelas dão lição de estratégia aos novos ricos portuenses e aos gestores da Efacec e Salvador Caetano

Trolleybus liga Amadora a Odivelas - Expresso.pt
Uma linha de metro ligeiro com pneus, sucessor dos antigos troleicarros como os que existem em Coimbra, vai ligar as novas extensões do metropolitano. (Veja o vídeo e o mapa em documento PDF no final do texto).

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A expansão do Metro do Porto deveria usar esta tecnologia, como já tinha refeido esta alternativa aqui. Neste grande equivoco que é a expansão do Metro do Porto, ficam também mal a distraída gestão da Efacec e Salvador Caetano, empresas sedeadas na AMPorto que tem precisamente know how na concepção de de «trolleybus» e que fornecem os TUCoimbra.

Felizmente ainda se vai a tempo. A expansão do Metro do Porto vai ser cancelada até final do ano e todos os portuenses distraídos rasgarão as vestes de indiganção ...




Eleitores habituais do PSD não afectos à lider, irão votar no misterioso partido que MFLeite votou em 2005

Semanário
As listas propostas publicamente pelas Distritais de Lisboa e Porto do PSD, por serem sectárias e manifestamente hostis à líder, demonstram que os líderes distritais estarão mais preocupados em satisfazer as suas clientelas que em elaborar uma lista de deputados convincente e capaz de levar o eleitorado a votar maioritariamente no PSD.


20090726

A implosão do regime inicia-se a 28 de Setembro. Ainda bem.

A implosão do regime inicia-se a 28 de Setembro. A ingovernabilidade das maiorias relativas, novos partidos na AR (PNR, PND, regionalistas, MMS, MEP, MRPP), o caos económico, vão levar a um populismo e depois a um autoritarismo. Ambos irão alimentar-se das fontes/causas dos problemas sentidas pelos portugueses: As «máfias» que orbitam a administração central de Lisboa.

Há uns meses escrevia: O FMI já cá está. O Norte salvou-se. Esta crise, por cortar a verba, vem impedir o «business as usual» da história económica e geográfica das décadas recentes de Portugal: Operadores privados maioritariamente lisboetas, corrompem o Estado Central para este, via impostos, susbsídios UE ou endividamento, lhes conceder negociatas privadas e megalomanias pacóvias aos residentes de uma única região do pais que suspostamente manterá os governos eternamente no poder: Lisboa. A provar esta tese, nas eleições europeias de Junho, o PS apenas ganhou no distrito de Portalegre e de Lisboa, a CDU em Setubal, Évora e Beja e o PSD no resto de Portugal, isto é, onde fica a economia dos bens e serviços transaccionáveis... O paradigma já não tem viabilidade. O círculo vicioso quebrou-se.

Cavaco no final dos anos 80: Portugal é um pais pequeno para ter um desenvolvimento multi-polar. Por isso devemos apostar tudo na única região que tem capacidade de se internacionalizar: Lisboa.

PS: Ontem descobri que há sapatos nortenhos à venda na Amazon. Afinal a internacionalização de Lisboa não funcionou...

20090724

Norte continua a ser região de emigração

É um facto. Em 2008, o saldo migratório do Norte foi de -0,08%. Ou seja, houve cerca de mais 3000 emigrantes (nortenhos que vão para o estrangeiro ou para outra região de Portugal) do que imigrantes (estrangeiros ou portugueses de outras regiões que vêm para o Norte).

O Norte foi a única região de Portugal com saldo migratório negativo.

A empresa citada é uma vergonha para a cidade do Porto e para Portuenses com P maiúsculo

Jornal de Negócios Online
Se ainda houvesse dúvidas, o relatório do Tribunal de Contas sobre o prolongamento da concessão do Terminal de Alcântara, em Lisboa, dissipa-as. Celebrado sem concurso público, com pressupostos optimistas quanto ao crescimento do tráfego, rendibilidades elevadas para o operador privado que caberá ao Estado assegurar, o acordo é exemplar. Não porque deva ser seguido e repetido. Mas porque se trata de um paradigma do género de negócios que proliferam no país e que minam a confiança na diligência dos decisores políticos e lavram o terreno onde cresce a suspeita sobre ligações perigosas e pouco recomendáveis.

Entre as conclusões a que chegou o orgão de fiscalização financeira do sector público, figura a história do costume. Os apreciáveis lucros privados serão obtidos à custa de prejuízos públicos que, mais tarde ou mais cedo, terão que ser financiados pelos contribuintes. E se isto já é suficientemente estranho e duvidoso, porque se sabe que a não verificação das previsões de crescimento do movimento no Terminal terão que ser compensadas pelos cofres públicos, o pecado mortal do contrato ainda surge antes disto.

Não há argumentos que possam ser suficientemente convincentes para justificar a circunstância de não ter sido dada a oportunidade a outros operadores de apresentarem propostas concorrentes e de darem ao Estado a possibilidade de as analisar e de decidir qual a que melhor se adequaria aos interesses dos contribuintes. A gestão de todo o processo foi feita à moda russa, país onde estas saladas são motivo para investidores respeitáveis não quererem colocar lá os pés e muito menos o seu dinheiro.

Na prorrogação do prazo de concessão do Terminal de Alcântara não houve transparência, mas não faltou a pressa para fechar contrato e passar as incertezas a factos consumados. Também não houve concorrentes, mas já havia uma solução na cartola. E é aqui que se chega ao aspecto que revela ter todo o processo sido tratado sem cuidado, sensibilidade ou o mais elementar sentido de Estado.

Não se sabe se será uma tremenda injustiça para o gestor em causa. Mas o facto é que ninguém de bom senso poderia ignorar que, num negócio em que se levantam dúvidas suficientes para o Tribunal de Contas não hesitar em retratá-lo como ruinoso para o dinheiro dos contribuintes, a empresa beneficiária é gerida por Jorge Coelho, ex-ministro socialista, ex-homem-forte do aparelho e do financiamento do PS. Só este "detalhe" teria sido suficiente para o Governo arrepiar caminho e explicar aos parceiros da Mota-Engil que as mãos tinham de permanecer limpas do início ao fim das negociações para a nova adjudicação.

Nada disto foi assegurado. E é uma pena. Para os contribuintes, mas também para a imagem já degradada que embrulha as relações entre grandes empresas e Governo, motivo para o crescente descrédito no regime. Neste jogo, só ganham os accionistas da Mota-Engil. Lá saberiam o que estavam a fazer quando, poucos dias depois de se saber que Jorge Coelho iria ser o novo administrador-executivo, se precipitaram sobre as respectivas acções e acrescentaram 14 milhões de euros ao valor de mercado da empresa.


20090723

«Norte está entre as regiões mais pobres da Europa». Será Material ou Espiritual ou ambas ?

Jornal de Negócios Online
O Norte é a região mais pobre de Portugal e está entre as mais desfavorecidas da União Europeia. O alerta partiu de um estudo elaborado para a Comissão Europeia pelo centro de estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, que apontam o encerramento de muitas unidades fabris como a principal causa destes resultados.

O documento revela que o Norte está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da União Europeia, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a sub-região mais pobre.

Enquanto em 2005/2006 havia cerca de 693 mil pobres na região, em 2009, existia cerca de um milhão "resultado do encerramento de muitas unidades fabris e falência de outras empresas que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores com a consequente redução dos seus rendimentos".

O presidente da Associação Nacional das PME, Fernando Augusto Morais, considerou que as conclusões do estudo são "surpreendentes", tendo em conta o investimento comunitário que foi canalizado para a região, através do Quadro Comunitário de Apoio III.

O estudo refere ainda que, apesar do Norte ser a região mais pobre do país, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais (Américo Amorim e Belmiro de Azevedo), bem como empresas líderes sectoriais e mundiais como a RAR e a CIN, a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e a maior associação de jovens empresários (ANJE).


20090721

Razões para não votar PS nem PSD: A guerra civil das das «máfias» lisboetas e centralistas

Jornal PRIVADO: Ponta & Mola
Como se percebe, os chamados partidos do «arco do poder», pela mão de algumas das suas proeminentes figuras, vão a todas - cada qual a mais canalha acção de abarbatamento de fundos e património. E quem paga? São sempre os mesmos: uma classe média cada vez mais depauperada, os trabalhadotres que auferem salários de miséria, os empresários sérios que cumprem os seus compromissos. Os outros, aqueles que tudo têm à custa do roubo e do trabalho alheio, safam-se sempre!


20090720

Excelente crónica do único socialista portuense com credibilidade

servir o porto
E O Dr. Rio que merece, ou pelo menos mereceu há uns anos atrás, a admiração pessoal do Sr. Leonel Moura, porque foi capaz de correr com todos os demónios acima indicados com excepção, claro, da Gaiola das Loucas, tornou-se recentemente uma desilusão para o nosso ilustre opinador da Capital, uma vez que, à moda dos Fernandos Gomes, dos Nunos Cardoso, ou, quiçá, mesmo dos Pintos da Costa, decidiu bater o pé ao assalto perpetrado pela Região de Lisboa e Vale do Tejo a todo o país, ou seja às regiões de convergência, no valor de mil e quinhentos milhões!


20090719

Apesar de apoiante de António Costa, António Maria analisa com rigor o regresso ao poder de Santana Lopes.

O António Maria: Por Lisboa 25
Falar de um novo pulmão verde na Portela é pura demagogia! Toda a gente sabe que as novas, projectadas ou em construção, estações do Metro de Lisboa, do Aeroporto e da Alta de Lisboa, foram concebidas para servir o senhor Stanley Ho e a sua Chinatown. Não é pelo facto de o empreendimento imobiliário da Alta de Lisboa e o senhor dos casinos estarem hoje meios falidos, que é menos verdade o que alguns destinaram para a Portela: eliminar o aeroporto e especular/construir um novo aeroporto na Ota. Em boa hora as redes sociais de cidadania fizeram abortar esta verdadeira conspiração de interesses.


20090718

Pequena manipulação de Alberto Castro

Opinião - Jornal de Notícias
A EDP anunciou a entrada em operação, no Porto, do seu centro de controlo das eólicas, a partir do qual gere os 83 parques e 1482 turbinas de aproveitamento da energia do vento...

Depois de ter sido obrigado a renegar a sua teoria sobre o movimento dos astros, Galileu terá murmurado a expressão em epígrafe que significa algo como "e, contudo, move-se". Referia-se à Terra, até aí considerada o centro do universo.

A imagem pode aplicar-se à Região do Norte. Todas as análises concordam que o país não sairá do buraco em que o metemos sem que a economia nortenha comece a recuperar. É o resultado do seu peso no produto, exportações e emprego. Uma visão demasiado "nortecêntrica" corre, porém, o risco que lhe aconteça o mesmo que à visão geocêntrica: não perceber que o mundo à sua volta mudou. Continuar a pensar que é o centro da solução quando, pelo contrário, será o núcleo do problema. Para a analogia ser perfeita, só falta que a região esteja parada. O que as estatísticas têm demonstrado, profusamente, ser verdade (ou mais do que verdade, dado a economia regional ter, mesmo, regredido).

Como a querer contrariar tudo isto, as últimas semanas têm sido pródigas em boas notícias para o Norte. Começando do fim para o princípio e do certo para o incerto. A EDP anunciou a entrada em operação, no Porto, do seu centro de controlo das eólicas, a partir do qual gere os seus 83 parques e 1482 turbinas de aproveitamento da energia do vento, distribuídos por 13 países. Até 2012, a EDP prevê que a sua actividade se expanda para 270 parques eólicos, envolvendo quase 7 mil turbinas. A notícia é importante, não tanto pelo número de pessoas envolvidas mas pela concentração, a Norte, de mais uma competência do chamado cluster do vento, a somar às fábricas da Eneop, em Viana do Castelo, onde se começou por produzir pás e se produzem, hoje, também torres e geradores. Se lhe somarmos a actividade da Martifer, na Região do Centro, vemos que num raio de pouco mais de 100 km, a partir do Porto, se concentra um enorme potencial no domínio da produção de equipamento para a energia eólica. Se for possível concretizar a solução para a Qimonda pensada por Manuel Pinho, o Norte e o Centro terão uma palavra a dizer no âmbito das energias renováveis, em especial se as conseguirmos articular com o potencial de investigação detido pelas universidades destas regiões. Centros de decisão políticos regionais certamente ajudariam…

Mesmo sem um centro de decisão a Norte, a ANA saiu-se bem ao concluir um acordo com a Ryanair para esta estabelecer uma base no Porto. Mesmo que sejam só dois aviões que cá "dormem", isso permite voos mais cedo e algumas novas rotas. Com o Douro a consolidar-se como um destino turístico internacional, essa é uma boa notícia. Como o é, em geral, para uma região com uma economia fortemente voltada para o exterior. Região discreta, mas consistentemente abandonada pela TAP, cada vez mais apenas uma companhia de bandeira por reflectir a centralização do país.

Uma região parada? Talvez não. Paredes e a criação de uma cidade tecnológica; Guimarães e a capital europeia da cultura; Braga e o centro de nanotecnologias; o turismo (rota do românico; Vidago; Gerês; Paiva e Vouga; Bragança e os seus museus); os vários pólos de competitividade sediados a Norte. E pur si muove. Se houvesse quem desse corda a este movimento! E garantisse que os apoios que são imputados à região nela produzem efeitos…

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Tudo o que alberto Castro escreve é verdade. Porém temos que descontar:
- o facto de ele ser amigo pessoal de Teixiera dos Santos, novo ministro da Economia;
- o facto de muitas das «cedências» do governo terem resultado de protestos a Norte;
- a cidade tecnológica de Paredes é «bluff» e a CEC Guimarães está sub-financiada;
- estamos em periodo eleitoral.


20090717

Só falta acabar com esta megalomania de Lisboa: Contrato para o terminal de contentores de Alcântara é ruinoso para o Estado

Jornal de Negócios Online
O Tribunal de Contas (TC) conclui que o contrato de exploração do terminal de contentores de Alcântara realizado com a Liscont é ruinoso para o Estado e não defende o interesse público.

Estas conclusões saíram do relatório final da auditoria do TC ao contrato feito entre o Governo, a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a empresa Liscont, do grupo Mota-Engil, de acordo com a edição de hoje do “Sol”.


Pacheco Pereira apela à Democracia Directa

ABRUPTO
O que me interessa é saber se, nestes casos de polícia, envolvendo políticos do topo, caso venham a dar origem a condenações em tribunal ou revelem comportamentos eticamente inaceitáveis, se tem ou não tem sentido considerar comprometidos, logo também responsáveis, os partidos políticos. Saber se, por hipótese, todos os políticos de que se fala no caso Freeport, BPN ou do edífício dos CTT em Coimbra fossem culpados, que parte da culpa sobraria para os partidos políticos. Poder-se-ia atacar o PS pelo caso Freeport, o PSD pelo caso BPN ou dos CTT, o CDS pelos sobreiros e pelos submarinos?


20090716

Uma conspiração para beneficiar Lisboa e prejudicar Portugal que felizmente falhou.

Como se depreende das explicações de Rui Rodrigues quanto ao que a RAVE tinha projectado para a Alta Velocidade e tráfego de mercadorias e do comentário de António Maria abaixo publicado, O objectivo das «máfias» que dominam o desenvolvimento territorial de Portugal, era centralizar no porto de Lisboa o trafego de mercadorias com ligaçao à Europa e baixos custos de operação. O resto de Portugal deve agradecer à Blogosfera e à crise económica, o fim deste tipo de drenagem de riqueza.

Terminal da Alcântara ao fundo
MP prepara investigação ao contrato de exploração do Terminal de Alcântara
Público -12.07.2009 - 09h13

O Ministério Público deverá lançar uma investigação à extensão do contrato de exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, concedida à Liscont pelo Ministério das Obras Públicas de Mário Lino, por haver suspeitas de que o interesse do Estado tenha sido prejudicado, noticia hoje o “Correio da Manhã”.

Em causa está o Memorando de Entendimento que Mário Lino assinou a 28 de Abril de 2008, concedendo a extensão do contrato de exploração à Liscont por mais 27 anos. O negócio da Administração do Porto de Lisboa (APL) com a Liscont, firma do Grupo Mota-Engil – dirigida pelo socialista Jorge Coelho desde Maio de 2008 - terá sido feito sem concurso público e com base em projecções económicas duvidosas.

O relatório preliminar de uma auditoria do Tribunal de Contas, que deverá ser enviada para o Ministério Público, constata que o interesse do Estado não foi salvaguardado.

“É inadmissível que a APL, com a orientação do Governo, tenha feito este negócio sem concurso público”, comentou o deputado social-democrata Luís Rodrigues, ao “Correio da Manhã”. O deputado acredita que o contrato “é completamente ilegal”.

Mário Lino não comenta a investigação e Jorge Coelho remete para a Liscont. Esta assegura que o processo foi transparente.

Comentário de António Maria :

A TSF diz que o negócio está sob suspeita...

Sob suspeita?! Mas não é evidente desde o princípio?
Claro que empresas como a Mota-Engil, Teixeira Duarte, e outras da mesma laia, estão aflitas. Sem encomendas de Estado irão rapidamente ao fundo. Nunca aprenderam a nadar nos mares da concorrência (cujas virtudes tanto exaltam, quando lhes convém), e agora chapéu. Estão à deriva, como náufragos sem barcaça salva-vidas. As que o barco OE dispunha têm furos irreparáveis e começaram a meter água antes mesmo do naufrágio!

Resumindo, a Mota-Engil já sabe que o pilim cor-de-rosa acabou e que o cor-de-laranja será demasiado incerto para arriscar. Ou seja, o negócio não tem pernas do OE para andar, e da Mota-Engil, muito menos!

Nada melhor do que a ameaça dum inquérito para abortar o negócio, salvando a face de todos os malandros envolvidos!


20090715

Resistência a Lisboa em alta

A governação a partir de Lisboa assume que Portugal é sociologicamente homogeneo, apreciador de fado e Benficas, com as expectativas de qualquer habitante médio de Massamá ou da margem sul. Não é. Depois surgem «resistências». Nos últimos anos, meses, conforme tinha previsto há algum tempo, o Regionalismo e o associativismo político/social anti políticas emitidas por Lisboa desponta. Alguns exemplos:
A enquadrar tudo isto temos o Porto Canal, a blogosfera contestatária e agora o semanário Grande Porto (ainda offline).
A resistência às políticas do centralismo está portanto em alta. É por estas e por outras que a Direita vai ganhar as próximas eleições legislativas, sobretudo a Norte. É pena ques os partidos que deviam ser fieis à sua base eleitoral, PSD e CDS sejam neste aspecto piores que o Partido (nacional) Socialista ou o Bloco dos Adolescentes.
PS1: Apesar das diferenças que tenho com as teses do comentador «Suevo», tenho que cada vez mais reconhecer a pertinência da sua prespectiva antropológica.
PS2: Mais «trabalho de casa» federador para Alexndre Ferreira.


20090714

Sondagem: Portugueses contra construção do aeroporto e TGV

Jornal de Negócios Online
O ‘chumbo’ aos projectos é unânime em todas as regiões do País. O Litoral Norte é quem dá a maior nega aos investimentos, com 67,9 por cento dos inquiridos a afirmarem--se contra a construção de um novo aeroporto para Lisboa. Curioso é que 63,3 por cento dos nortenhos sejam contra o TGV, uma vez que a região sairia beneficiada com esta infra-estrutura, estando previstas ligações entre o Porto e Lisboa e entre o Porto e Vigo, em Espanha.


20090713

Regionalismo minhoto antecipa-se ao portuense: Missão Minho candidata-se às legislativas




Regionalismo minhoto antecipa-se ao portuense: Missão Minho candidata-se às legislativas. Movimento Douro Litoral ainda não nasceu.

Partidos Regionais proibidos ? Não faz mal. Caça-se com gato.

20090712

Se acertamos, então norteamos: Em Março de 2008 escrevi que Sócrates irira ser deposto como foi Santana. Falta saber se o Norte vai cair na armadilha

Norteamos 20080331 : Santana 2004 / Sócrates 2009
Agora que se descobriu que a vitória do PS em 2009 não é segura, as «máfias» do Centralismo que dominam o Estado Central decidiram:

* Promover o regresso do D.Sebastião do século 21;
* Diabolizar Sócrates tal como fizeram com Santana em 2004 (a minha previsão);
* Chutar para canto LFMenezes como já escreve JPPereira;

Eu irira votar no PSD em 2009. Assim já não o farei. Aliás, no caso de António Borges assumir a liderança do PSD, recomendo que todo o Norte deixe de votar PS ou PSD e se disperse por outros partidos.

Menezes foi perdulário. Andou a vender-se a estas «máfias» e agora que tem hipotese de ganhar, é de imediato substituido por alguém de «confiança». Pode ser que desta vez, o Norte não va em cantigas...

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Voltando à actulidade: Apesar do próprio já ter dito que não o é, acho que o Norte vai ter em Outubro um D.Sebastião na Assembleia da Républica que vai ter um peso político e influencia na formação de maiorias, equivalente aos deputados da Madeira do PSD. Nortearei desta vez ?


20090711

Rede Norte

A Associação de Cidadãos do Porto, a Associação Comboios XXI e a Associação Campo Aberto (em confirmação) organizam no próximo Sábado, 11 de Julho, uma sessão pública com o objectivo de promover a criação de uma rede de cidadãos e movimentos cívicos que articule as diferentes iniciativas e as enquadre numa lógica regional.

Tendo como ponto de partida a experiência das três associações, pretende-se criar a Rede Norte, um espaço de discussão sobre a problemática económica e social no Norte, onde, numa lógica de complementariedade, se defenda, discuta e dê corpo aos diferentes anseios e expectativas em acções com impacto e dimensão equivalente à desta Região.

A Rede Norte funcionará numa lógica aberta e complementar, onde cidadãos e movimentos cívicos apresentarão a suas preocupações, pretendendo-se que, através da massa crítica gerada, estas possam ser consubstanciadas em causas e intervenções comuns ao nível regional.

Contamos com a sua presença !

Para mais informações e inscrições contacte acdporto@acdporto.org , 965167329 (Miguel Barbot) ou 936485249 (Alexandre Ferreira).

20090710

O desprezo do Estado Central pelos emigrantes portugueses tem uma explicação: Não há lisboetas emigrantes

Opinião - Jornal de Notícias
Filhos e enteados

Um terço dos portugueses vive no estrangeiro. São cerca de cinco milhões de compatriotas nossos que o país maltratou e maltrata. A rede consular, que deveria garantir a sua ligação em permanência ao país, actua numa lógica de funcionalismo público tradicional, repelindo quem se lhes dirige. Os escassos e incompetentes serviços dos consulados portugueses só são comparáveis em ineficácia às nossas câmaras ou conservatórias, que encerram para férias quando os emigrantes nos visitam em Agosto, e mais necessitariam de tratar de um qualquer assunto oficial.

Por sua vez, o corpo diplomático tem uma postura imperial. Na sua maioria, os embaixadores desprezam os emigrantes e limitam-se a integrar uma ridícula brigada da mão fria, de copo gelado em punho em cada festa de fim de tarde.

A nível governamental, sucessivos executivos tratam dos assuntos das comunidades através do ministério dos... estrangeiros. Ainda por cima, através da secretaria de estado de menor peso protocolar. Os emigrantes são assim tratados como estrangeiros, e ainda por cima como estrangeiros de segunda! Deste modo, o Estado português trata parte dos seus filhos como enteados.

Em termos de representação política, a situação chega a ser humilhante. Os cerca de quatro milhões e novecentos mil portugueses e luso-descendentes elegem apenas quatro dos 230 deputados. Mais de trinta por cento da população, representada por menos de dois por cento do Parlamento. Não admira pois que os emigrantes se alheiem dos escrutínios e que nas últimas eleições presidenciais tenham votado apenas... dezoito mil. Para romper com este modelo arcaico e até antidemocrático, bastaria copiar as boas práticas das regiões e países europeus. A Galiza, aqui tão perto, confere aos galegos que residam em Buenos Aires o mesmo peso eleitoral dos que vivam em Santiago. Votam no seu círculo, exactamente nas mesmas condições que os residentes. E decidem governos.

O Estado português continuará a aviltar e ignorar os nossos emigrantes. Mas a nação portuguesa sobreviverá, estará onde estiver um português. E o país só será completo com os seus emigrantes. Lembremo-nos disto neste Verão, quando num terreiro duma qualquer aldeia, à volta dum coreto, dançarmos as belas músicas populares portuguesas. Vivendo no Porto, Viseu, Paris ou Newark - somos todos Portugal. Como país, bem melhores que o nosso estado. E como povo, bem maior que o nosso chão.


20090709

Jorge Coelho começa curso de Novas Oportunidades em Outubro

Jornal de Negócios Online - Jorge Coelho considera "preocupante" possibilidade de adiar investimentos públicos.


20090708

Kickback

A propósito de «marcianos» e multiplicação de obras autárquicas que se debate na Baixa do Porto, relato de seguida uma pequena história contada por um arquitecto portuense:

    Portugal é um dos paises da Europa com maior número de pavilhões gimnodesportivos por habitante. Certo dia um colega nórdico ao saber de tal realidade, questionou:

    - «Mas vocês não tem um clima agradável ? Para que necessitam de tantos pavilhões ?»

As «máfias» do betão de Lisboa são grandes. As outras, mais pequenas.
Acham que Rio e companhia são santinhos e andam na política para receber apenas os 4000€ de salário a que tem direito ?

Definição de Kickback: A kickback is an official's share of misappropriated funds allocated from his or her organization to an organization involved in corrupt bidding. For example, suppose that a politician is in charge of choosing how to spend some public funds. He can give a contract to a company that is not the best bidder, or allocate more than they deserve. In this case, the company benefits, and in exchange for betraying the public, the official receives a kickback payment, which is a portion of the sum the company received. This sum itself may be all or a portion of the difference between the actual (inflated) payment to the company and the (lower) market-based price that would have been paid had the bidding been competitive. Kickbacks are not limited to government officials; any situation in which people are entrusted to spend funds that do not belong to them are susceptible to this kind of corruption. http://en.wikipedia.org/wiki/Political_corruption#Kickbacks


20090707

TGV Lisboa-Madrid ao serviço da hegemonia castelhana na Ibéria. Os Migueis de Vasconcelos lisboetas obviamente que alinham

Jornal de Negócios Online
Com a drástica redução da "distância" para Madrid, prometida pela alta velocidade, a "Costa Oeste" da Europa pode afinal ser apenas la playa madrileña. E o aeroporto de Barajas, a menos de três horas, será também o nosso aeroporto. O que D. João de Castela não conseguiu no cerco de Lisboa ou em Aljubarrota, nem D. Filipe IV nas guerras da restauração, pode vir a ser conseguido pelo TGV. Refiro-me à conquista de Lisboa. E a terceira travessia do Tejo vai ser a passadeira que estendemos, para a entrada triunfal de nuestros hermanos em Lisboa.

Esta pacífica invasão, anunciada pelo TGV que virá de Madrid, traz-me à memória Eça de Queirós. Cônsul em Newcastle em 1878, o escritor pensou em escrever um romance - A Batalha do Caia. O argumento era simples: Portugal é invadido pela Espanha e humilhado na sua dignidade de nação secular. Com ele esperava Eça de Queirós exaltar a independência nacional e avivar a consciência colectiva para superar o "rebaixamento" sofrido. O romance nunca foi publicado, mas ficou um conto - A Catástrofe - a atestar a sua ideia.

Estou convicto de que o nosso Eça, que foi cônsul em Inglaterra e França, e foi um dos nossos grandes europeístas do século XIX, nunca terá passado por Madrid. Naquele tempo, a Europa começava nos Pirenéus. E a ligação de Portugal à Europa, já feita pela via férrea, não passava por Madrid. Passava, e ainda passa, por Salamanca e Valladolid, pelo caminho do Sud-Expresso até à fronteira de Irun… É também esse o caminho dos milhões de emigrantes portugueses que vivem e trabalham na Europa, e aos quais o TGV de Madrid de pouco ou nada servirá.

Enquanto país, Portugal tem que ter uma estratégia em relação ao futuro. E essa estratégia passa, em primeiro lugar, por uma definição clara da sua relação com a Espanha: ou União Ibérica, ou reforço da independência nacional. A construção do TGV de Madrid para Lisboa, de que hoje tanto se fala, não pode ser desligada dessa estratégia. Para o melhor e para o pior! E o debate sobre a sua construção não deve ser deixada apenas aos engenheiros que a aprovaram, ou aos economistas que agora a vêm reprovar.


Questão a colocar aos militantes do PSD fora de Lisboa: Vai votar neste PSD ?

Uma boa resposta é responder como MFLeite relativamente às eleições de 2005.

20090706

A verdadeira Verdade: JPPereira é apenas o isco, o ideólogo idiota útil dos interesses lisboetas que se posicionam.

JPPereira, Público: Há tanta coisa que é preciso "rasgar" na política portuguesa que os exemplos não faltam. Aqui vão algumas sugestões de coisas que é preciso "rasgar" no futuro imediato, quer nas políticas actuais do PS, quer nas políticas passadas do PSD:

"É preciso "rasgar" a crescente promiscuidade entre o Estado, por via do governo, e os "grandes negócios", uma tendência que cresceu exponencialmente com o último governo e que atingiu um paroxismo com a situação da crise. Esta tendência é especialmente perversa, abrindo caminho não só a uma indevida influência do governo e do partido do governo, como a uma cada vez maior tendência para fugir às regras de transparência da administração pública, e ao escrutínio parlamentar. É igualmente uma receita garantida para o aumento da corrupção. Esta promiscuidade enfraquece a independência da economia privada e fere a autonomia já de si frágil da sociedade civil.

Como provam os resultados da Europeias ou a base da vitória de Cavaco nas presidênciais de 2006, JPP sabe que o PSD só ganha se ganhar a norte onde estão metade dos eleitores nacionais. Lisboa vota PS, o Alentejo é CDU e o Algarve e regiões autónomas juntos valem apenas o distrito de Aveiro ou o de Braga. Por isso ele e MFLeite ensaiam desde há meses um discurso que agrada à extra-Lisboa, às autarquias, às PMEs, aos pagadores de impostos, à economia que não depende do Estado Central.

O percurso/cadastro político de MFLeite, JPP, e todos os seus apoiantes, falam por si quanto à credebilidade/seriedade destas propostas. Quantas vezes Cavaco, JPP, MFLeite já trairam a extra-Lisboa ou o Norte quando está em causa defender os interesses da oligarquia lisboeta ? Será que agora é que é ? Passo a relembrar alguns exemplos dessa «traição»:

  • 1989, Cavaco: «Portugal é demasiado pequeno para ter um desenvolvimento multipolar; por isso apostemos tudo na única região que tem possibilidades...»
  • 1995: Sabotagem/falta de solidariedade com os populistas/reginalistas do PSD: Fernando Nogueira;
  • Negar a Regionalização em 1998 e ainda hoje;
  • 2003: MFLeite: Acções do Benfica usadas para pagar a Segurança Social;
  • 2005: Sabotagem/falta de solidariedade com os populistas/reginalistas do PSD: Santana Lopes;
  • 2008: Sabotagem/falta de solidariedade com os populistas/reginalistas do PSD: Luís Filipe Menezes;
  • 2009: MFLeite apesar da crise e de propôr o adiamento do TGV, continua ainda a defender Alcochete aos módulos ou o Plano Nacional de Barragens de drenagem energética de riqueza do Norte interior para a sede lisboeta da EDP e Iberdrola.

JPP é apenas o isco, o ideólogo idiota útil dos interesses lisboetas que se posicionam.

O ingénuo António Borges vem agora estragar o discurso que laboriosamente Mfleite/JPP tem vindo a construir e diz a verdadeira Verdade:

"Quando chegarmos ao Governo não vamos riscar tudo" - Governo e PSD não se entendem sobre as grandes obras públicas a realizar, mas se o maior partido da oposição ganhar as eleições de 27 de Setembro nem todos os projectos serão travados. A garantia foi dada por António Borges, vice-presidente do PSD, que deixou a porta aberta para que algumas obram públicas avancem.

PS1: Solicito a todos os leitores deste artigo que o divulguem juntos dos respectivos contactos pessoais. A bem do nosso futuro.

PS2: Este post foi escrito hoje de manhã e previa publica-lo amanhã. Mas o LR escreveu algo parecido que me levou a antecipar.

Um «padrinho» lisboeta ajuda outra «família»

Do Portugal Profundo- Análise de ABCaldeira à entrevista de Ricardo Salgado ao «i»
Na aflição, Sócrates pede ajuda; e os favorecidos também surgem na batalha política porque tomam consciência de que a teia político-empresarial pode ser destruída com a queda eleitoral do PS em Setembro. Sem os consensos sistémicos habituais, a partilha do orçamento é mais difícil e há casos em curso, cujo desfecho pode ser bastante complicado. Outubro é tempo de esperança - e luta.


20090705

Quem será o deputado eleito pelo PPM Porto em Outubro ?

Votar no candidato surpresa do PPM pelo distrito do Porto, será provavelmente a minha opção nas próximas Legislativas. Quem lêr o Norteamos regularmente seberá a quem me refiro. Neste momento, é apenas uma intuição baseada em movimentação nas «margens do Douro».

20090704

Se fosse um samurai o PSD Porto praticaria agora harakiri. Como são meros plebeus, não o faram.

Há 1 ano escrevia:
A vitória de MFLeite representa um profundo revés para o Norte em geral e Porto em particular.
(...). A governação PS, neo-liberal «mafiosa» sabe que não ganhará com maioria absoluta as próximas eleições. O Norte não votará PS e o sul votará na frente de esquerda em nascimento. Obviamente que em 2009 com um PS com 40%, PSD com 30% e PCP+BE com 25%, a coligação governativa nunca será com a esquerda mas sim à direita. A vitória de MFLeite é o melhor seguro de vida dos interesses oligarquicos e centralistas. É a garantia de mais 5 anos de status quo.
Desengane-se quem julga q MFLeite terá preocupações sociais. (...) E também não descerá impostos permitindo que estes sejam usados na «social democracia» dos grandes interesses, PPP, Scuts, Alcochetes, TGVs, Estado Central exagerado e concentrado em Lisboa, material de defesa em permanente reparação, etc. Os impostos altos e crédito caro incidirão sobre as PMEs (sobretudo onde elas abundam, a Norte) e classe média e não sobre os grandes projectos com patrocínio estatal. (...)
MFLeite poderia ser útil se tivesse coragem para acabar com estas grandes obras, como em tempos escreveu. Mas não. Nota-se desde já o Bloco Central de interesses, as «máfias» a actuar: Ela própria já disse no 1º debate televisivo que Alcochete, TGV e TTT são para continuar. Conclusão: mais do mesmo. (...)
Mais grave de tudo é que isto foi mais um erro imperdoável do Norte. Deixou-se enganar em 1995, na Regionalização em 1998, em 2005 e no sábado passado. Parece que o que motivou o não apoio da distrital do Porto a PSLopes foi um ajuste de contas relativo a «tachos» de deputados na AR, como ouvi ontem na RTPN. Inspirada pelos liberais portuenses teóricos e imaginativos, que já produziram o frankenstein Rio e que agora o combatem, a distrital portuense decidiu apoiar PPCoelho que dizia «Nim» à Regionalização em vez do Sim de quem disse que «Portugal não era Lisboa». Esses votos teriam dado a vitória a PSLopes e o cenário mudaria. Agora, ridiculamente, Marco António Costa, nome inversamente proporcional à inteligência política, disse que iria exigir a Regionalização à candidata vencedora, que é, como sabemos, frontalmente contra. Pagaremos caro este aventureirismo irresponsável do PSD Porto. (...)
Hoje, um dos tais militantes do PSD Porto começa a ver bem a asneira e começa a arrepender-se:
No PSD já cheira a poder. Muitos “notáveis” em bicos de pés a chamarem a atenção para as suas ilustres pessoas, imprescindíveis nas listas de deputados e patrioticamente disponíveis para futuras funções ministeriáveis ou secretariáveis. Por outro lado, os aparelhos distritais remeteram-se a prudente recato, o habitual quando sentem que o líder está em dinâmica de vitória. O que não esconde um grande nervosismo, pois em tais circunstâncias fica assaz reduzida a sua margem de manobra para impôr candidatos em lugares elegíveis.
Manuela Ferreira Leite está consciente da força que a vitória nas europeias lhe conferiu e irá, mais uma vez, actuar “à Cavaco”: guardará silêncio sepulcral até à última hora e então, ao bom estilo centralista, anunciará os elegíveis, escolhidos de forma discricionária. Com o nobre objectivo de constituir um grupo parlamentar de “sábios e impolutos”, tão ao gosto de JPP, inundará as listas distritais de “sulistas e elitistas”, conferindo a maior maioria de sempre ao núcleo dos “lisboetas e alisboetados”. Para as distritais sobrarão escassos lugares nas zonas “cinzentas” das listas, de eleição assegurada apenas num cenário de viragem total e de maioria absoluta laranja.
De uma forma algo quixotesca, Marco António procura remar contra a maré e pede primárias quase em surdina. Mais para ganhar espaço de negociação do que por convicção, mas nem ele nem nenhum outro líder distrital obterão muito mais do que escassos pratos de lentilhas.
Em suma, a partidocracia mantém-se pujante e recomenda-se. E a sua extinção jamais será equacionada por alguém com um perfil tão centralista como o da próxima 1ª ministra.

20090702

Se não acertamos, não norteamos: Ainda bem que me enganei relativamente à base Ryanair no Porto

Anteriormente tinha escrito no Norteamos que não haveria base da Ryanair. Ainda bem que me enganei:
Ryanair faz base no aeroporto do Porto - A companhia de baixo custo Ryanair anunciou hoje em conferência de imprensa que o Porto irá acolher a sua 33ª base operacional. É a sua primeira base em Potugal. O aeroporto Sá Carneiro contará com dois aviões baseados e terá quatro rotas novas, aumentando para 16 o número de ligações. A Ryanair passará a voar a partir do Porto para Basileia (Suiça), Eindhoven (Holanda), St. Etienne e Tours (França) a partir de Setembro. Irá também duplicar o número de voos para Paris Beauvais (2 voos diários). A companhia prevê que o seu tráfego no Porto aumentará para 1,5 milhões de passageiros por ano, induzindo, diz a Ryanair "1.500 empregos locais bem remunerados". A Ryanair decidiu comemorar a sua nova base, oferecendo 1 milhão de lugares a 5 euros para viagens que sejam efectuadas em toda a sua rede em finais de Agosto, Setembro e Outubro.
Apesar de inegavelmente positivo, este eleitoralismo do PS vem demasiado tarde. As opiniões estão formadas. O mesmo se passa com a reactivação da linha de Leixões.

PS: Se tecnicamente possível, um grande e novo desafio para todo o Norte é convencer a Ryanair a criar a rota Bragança-ParisBeauvais em vez do segundo voo diário Porto-ParisBeauvais, aproveitando o «upgrade» do aerodromo. O milhão de nortenhos que vive em Paris poderia quase passar todos os fins-de-semana por ca... Ao cuidado do inovador MMS-Bragança.

20090701

PF, uma cadeira para o António Alves (esperar sentado)

Caro António, é melhor sentar-se. O PSD vai angriar os votos de protesto das autarquias, PMEs, economia dos bens e serviços não transaccionáveis, Portugal extra-Lisboa e depois como já se nota no discurso de MFLeite sobre «Alcochete aos módulos» ou a continuação da drenagem para Lisboa de riqueza energética do Plano Nacional de Barragens, vai arranjar outros esquemas para alimentar interesses lisboetas. O adiamento do TGV e afins é apenas um isco.

MFLeite ainda não obteve os votos do Norte e já está a dar a preferência a lisboetas e seus interesses

Nas eleições europeias o PSD ganhou em todos os distritos excepto Libsoa e Portalegre. MFLeite ainda não garantiu os essenciais votos do Norte e já está a dar a preferência a lisboetas e seus interesses. Será que o Norte vai cair na armadilha ?
Eu se fosse dirigente distrital do PSD não pactuaria com isto e rasgava o cartão de sócio... Mas o que vai acontecer que esses militantes vão ficar à espera das migalhas.... Como dizia bem LFM, só acede ao governo central os apaniguados que não ameaçam o status quo lisboeta...
E Rui Rio que andou 8 anos a gerir a sua carreira sem berrar com Lisboa porque queria ir para lá vai agora vai ficar de fora ! ah ah ah ah ! Que grande azar... o nosso, que não vamos poder exporta-lo ! Sacrificou/parou o desenvolvimento da cidade do Porto para gerir a carreira de Lisboa e agora dá em nada...
Só quando o Norte perceber que os pratidos tradicionais estão sempre disponíveis para a traição dos interesses regionais a favor dos interesses da capital é que se vai conseguir mudar alguma coisa…
Leituras recomendadas