20081031

Estas grandes obras levam-nos ao FMI

Tenciono escrever mais detalhadamente sobre o assunto. Mas fica desde já um contributo:

Portugal não pode seguir uma política puramente keynesiana, como alguns defendem, de estimular a economia através de obras públicas e subida do poder de compra, porque o seu endividamento externo não o permite. E a dívida é um problema especialmente perigoso quando se está perante uma crise de crédito.

Efectivamente o keynesianismo sem poupança leva mais rapidamente à falência. A única alternativa é apostar em investimento público de pequeno valor e de máximo impacto na balança de transacções correntes. Exemplo, o pequeno investimento necessário para recuperar a linha do Douro para levar as mercadorias do Norte para a Europa, evitando parte do consumo de petróleo importado e gerador de déficit comercial. Aliás será este tipo de caminho que acabermos por percorrer. A única questão é saber se o faremos antes ou depois do regresso do FMI a Portugal.

Leituras 20081031

 

PS: Ainda o episódio Pedro Morgado/António Alves. Falta-me fazer uma referência que deveria ter feito na altura. Considero o post do Pedro Morgado injusto, dado que António Alves nunca foi «portocêntrico», como aqui o Avenida Central comprova ao cita-lo. Porém a reacção foi desnecessária e além da urbanidade apropriada, mesmo que se considere normal a ocorrência regular deste tipo de «crises» na Blogosfera ou mesmo considerando que o comentário de Pedro Morgado possa ter sido permeditadamente provocador ou com má-fé.

20081030

PLATEIA denuncia drenagem do Ministerio da Cultura

"Ao longo dos últimos anos a PLATEIA tem tentado sensibilizar o Ministério da Cultura para o carácter iníquo da situação gerada pelos procedimentos de apoio às artes abertos em 2004: Procedimentos em que a região Norte, e apesar das correcções ao aviso de abertura, foi negativamente discriminada, sem que para isso existisse qualquer justificação de carácter político.

Posteriormente o DL 225/2006 de 13 de Novembro (na alínea b) do seu nº 3, ainda em vigor) afirmava a correcção de assimetrias regionais como um dos objectivos da nova política de apoio às artes. E ainda há poucos dias, mesmo antes do presente aviso de abertura, o preâmbulo da Portaria 1204-A/2008 de 17 de Outubro afirmava pretender operacionalizar “a distribuição equilibrada da actividade artística pelas diferentes regiões e o acesso à fruição das artes pelos diversos públicos”.

Ficámos naturalmente estupefactos quando, após a declaração destas melhores intenções políticas e preambulares, fomos confrontados com números que traduzem uma actuação da administração ao arrepio dos compromissos políticos assumidos em Diário da República.

De facto os cidadãos portugueses que habitam a Região Norte do país continuam a ser tratados, pelo actual executivo, como sendo de segunda categoria, quer enquanto agentes culturais e artísticos, quer enquanto público. Senão vejamos, e considerando só os números relativos às artes do espectáculo (teatro, música, dança e cruzamentos disciplinares):

- Quanto ao investimento por habitante: Em 2007/08 o investimento por habitante na Região Norte era o mais baixo de Portugal: 0.88 € contra, no limite, os 3,07 € da Região de Lisboa e Vale do Tejo. E surpreendentemente em vez deste fosso ser corrigido ele é ainda mais acentuado pelo actual aviso de abertura: A Região Norte permanece afundada na cauda do país com 1,04€ de investimento por habitante enquanto Lisboa e Vale do Tejo sobe para os 3,43 € por habitante.

- Quanto ao número de habitantes por estrutura: Em 2007/08 a Região Norte apresentava cerca de 100 000 habitantes por estrutura financiada. Esta situação mantém-se em 2009/10. Também neste índice a Região Norte se apresenta na cauda do país, pretendendo-se que aqui existam três vezes mais habitantes por estrutura do que na região de Lisboa e Vale do Tejo (97 156 contra 33 105)

- Quanto aos índices de crescimento das estruturas apoiadas: O presente aviso de abertura pretende apoiar 38 estruturas na região norte (mais três que nos anos anteriores, ou seja um crescimento de cerca de 10%)). Mas na Região de Lisboa e Vale do Tejo serão apoiadas 82 estruturas. Mais treze que nos anos anteriores (Ou seja um crescimento de cerca de 20%). E mais uma vez também aqui a Região Norte se encontra na cauda do país, em face dos crescimentos entre 30% e 50% das restantes regiões." - PLATEIA

Questões:
- A Cultura não deveria ser sobretudo uma função local?
- Existe mesmo necessidade de tantos apoios em Lisboa para a rentabilização de projectos culturais e de formação de públicos? Não é isto apenas a subsidiação de mais projectos sem público e de interesse duvidoso? Da mesma forma que certos poderes económicos, é também muito questionável a forma como certas "elites culturais" rodeiam o Estado Central.

20081027

Leituras 20081027

·         Portugal à beira do caos financeiro, é o que se vai descobrindo no Portugal Contemporâneo. Vale a pena seguir;

·         Alta figura do Estado Central moveu as suas contas de um Banco Português com sede social a Norte para outro banco, estrangeiro, a operar em Portugal. O motivo foi a mudança na mesma direcção do seu gestor de conta... Essa alta figura é uma daquelas que regularmente apela à confiança... Darei uma prenda a quem adivinhar.

·         Praxis lisboeta: A Mentira embrulhada em Verdade passa a Verdade. Isto a propósito das afirmações de João Cravinho, a semana passada, nas quais dizia que a corrupção continua a crescer (verdade), que Portugal vai a caminho da italianização (verdade), que é necessário restringir as obras públicas (verdade), como por exemplo o TGV Lisboa-Madrid (verdade), mas que de fora deverá ficar Alcohete porque é necessário (mentira). Efectivamente o trafego na Portela tem estado a cair.

·         Assalto a Lisboa ao resto de Portugal - Miguel Sousa Tavares - A ‘Nova Alcântara’ é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível

·         Mafiosidade das PPPs fabricadas em Lisboa, deveria dar origem a internamento cumpulsivo no «Conde Ferreira». Chamo à atenção para o quadro final deste artigo.

·         Belmiro diz o óbvio: «preferia pequenos investimentos em maior número do que os investimentos de grandes montantes previstos»; Esquece-se de ser consequente, isto é, apoiar a Regionalização em qualquer uma das formas sensatas;

·         O «hedge fund» alavancado, chamado CMGaia vai estourar. Decedidamente, 2008 é um ano mau para LFMenezes. É o que faz julgar que o futuro se gere com amadorismos/imprevedência. O Norte estará condenado a isto ou a vendidos a Lisboa ?

·         Falando em vendidos, parece que Rui Sá terá provocado o fim do ciclo de Rui Rio. Efectivamente, aquele que se armou em austero para poder ser aceite em Lisboa, tem, afinal pés de barro. Não há nada de diferente face a Gomes. Também Rio sacrificou o Porto para ir para Lisboa. Se os eleitores do Porto forem espertos, saberão o que fazer em 2009.

·         Aparelho socialista do Norte, tenham tomates! não se acobardem...defendam a vossa Região. Pois. Não tiveram. Pedro Baptista foi derrotado. Sugestão a Alexandre Ferreira: Convidar o professor para integrar o «ACP» e candidatar-se como independente à CMPorto. Rio vai cair. Agora é a altura certa.

·         Fantasias «portocentricas»: Derrubar viadutos com 13 anos para dar lugar a rede de eléctricos. Quem pensa nisto e os jornalistas que divulgam estes disparates ainda não perceberam que o mundo está à beira de uma crise sem precedentes e que nos próximos anos os investimentos serão a conta–gotas. Mais casos de dissonância cognitiva. Enfim.

·         Fim da Blogosfera à vista ? É um artigo Wired...

20081024

Brincar às Entidades

Foi publicado em Diário da República ( Portaria e Decreto-Lei) a criação de Comunidades Intermunicipais e a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal. O governo quer fugir à Regionalização e cria estas múltiplas entidades. Mais empregos ( pessoal administrativo, executivo, presidente do executivo, etc), mais despesa pública.

Estas entidades e outras a criar não escrutinadas pelos eleitores são o modo mais rasteiro de fazer política. Os membros executivos e respectivos presidentes serão os do costume: pessoal político dos munícipios, os amigos irão a preencher as vagas do resto do pessoal

Entidade regional de Turismo; Entidade regional de Saúde; Entidade regional dos Vinhos; Entidade regional da cortiça ou do azeite, etc.

A Regionalização às claras é a solução ideal de democratização e desenvolvimento, principalmente dos territórios mais deprimidos. É urgente deixar de brincar às escondidas, tipo, Amaves e companhia.

Vamos lá criar as Regiões. Sabem quem são os membros do Comité de Regiões de Portugal na UE, claro presidentes de Câmara ou dos governos regionais, a malta de sempre.

20081023

10 milhões de regiões

Creio que todos nós, de boa fé, podemos concordar que, se nos dessem a oportunidade, cada um dos portugueses teria um "mapa" diferente da regionalização ideal.

Desde logo, os centralistas diriam, como dizem, que Portugal é "pequeno demais" para ter mais do que uma região. É com base nesse argumento que têm defendido a necessidade de investir mais em Lisboa do que no conjunto do resto do País - como aliás fica bem demonstrado no mapa que está na origem de toda esta polémica (aliás, inútil, porque não acrescenta nada, dispicienda, porque assenta na interpretação de detalhes que prejudicam a visão do conjunto, e perniciosa, porque se fundamentou na insinuação e no ataque pessoal que nada trazem para a discussão de fundo). O facto é que, por causa disto tudo, o País continua a desviar recursos das áreas mais pobres para as mais ricas e para a mais rica em particular.

Também todos os outros que não são centralistas terão os seus próprios mapas da regionalização ideal, muitos certamente por boas razões, outros por razões mais paroquiais ou afectivas - contra as quais nada tenho.

E no entanto, caros leitores, AÍ É QUE RESIDE O EQUÍVOCO. A regionalização se tiver méritos não há-de estar dependente do mapa em que assente. Foi em grande parte por causa desse argumento acéfalo, digo bem acéfalo porque quero dizer que resulta de uma falta de reflexão, foi por causa desse argumento que se perdeu a oportunidade do referendo sobre a regionalização; o ponto não é nem nunca deveria ser se se trata de uma "boa" regionalização ou não. O ponto é saber se há regionalização ou não. E para mim, como penso ter deixado claro no post, abaixo, sobre as minhas "opções", interessa que haja regionalização para se poder acabar com a força do "centralismo" e do regime e sistema em que assenta e que alimenta - com prejuízo grave para todo o País, incluindo a sua própria capital.

Os méritos de qualquer regionalização, assim, hão-de residir noutro lado que não na configuração das regiões ou na localização das respectivas capitais regionais. Os méritos da regionalização, para mim, consistem na possibilidade de aproximar as decisões dos problemas e estes de quem os vive, que é como quem diz dar aos governados um maior poder decisório e de controle sobre as soluções do seu governo.

Por isso é que defendo que uma qualquer regionalização será sempre apenas um dos pilares dum necessário e urgente esforço de DESCENTRALIZAÇÃO, isto é, de um movimento para retirar poderes, competências e recursos financeiros ao centro, distribuindo-os pela periferia: seja ao nível das regiões, dos distritos, dos conselhos, dos municípios ou das próprias juntas de freguesia.

Portanto, a discussão que interessa é a de QUE FAZER COM UMA REGIONALIZAÇÃO (e já agora com uma DESCENTRALIZAÇÃO). Que poderes, competências e recursos queremos regionalizar (ou descentralizar). Como o queremos fazer - aproveitando o que já existe ou criando estruturas novas que absorvam e renovem o que existe? - quando e para quê. Essa sim é uma discussão que justifica esforços.

SABENDO SEMPRE QUE SE NÃO HOUVER OPINIÕES DIFERENTES, NÃO HAVERÁ NECESSIDADE DE DEBATE. E QUE NUM DEBATE SÉRIO, OS MELHORES ARGUMENTOS CONVENCERÃO A MAIORIA QUE, EM DEMOCRACIA, TEM O DIREITO E A RESPONSABILIDADE DE DECIDIR.

É meramente simbólico, eu sei. Mas por causa de tudo quanto aqui fica escrito é que acredito profundamente na necessidade urgente de transferir TODOS os supremos tribunais nacionais para Coimbra. Porque a memória importa, a história ensina, o futuro pode ser melhor e o presente é onde agimos. Sabendo que:

É possível um Portugal melhor. Basta querer.


Ordem

Caros Norteadores,

Como referi considero a recação do Pedro Morgado injusta, mas respeito. Braga pensa mais ou menos assim. Daí, entre outros, a audiência, que o Avenida Central tem. Esta «portofobia» ou o «anti-portocentrismo», conforme a perspectiva, merece análise e eu próprio oportunamente analisarei esta atitude bracarense. Obviamente poderá não ser de fácil digestão.

Por agora interessa voltar a caminhar. Para quem continua no Norteamos ou para quem se envolve na defesa do desenvolvimento a Norte através de outras iniciativas, ou mesmo para quem quer fazer uma pausa nestas reflexões, a minha recomendação é que se aprenda com este episódio: Há disparidades de percepção a vários níveis dentro da região e como resolve-las é um grande desafio. As diferenças Intra-Norte deverão fazer partes dos assuntos que analisaremos futuramente aqui, na restante Blogosfera ou fora dela.

tretas e paninhos quentes

"Ainda o Portocentrismo

JPM, comentando este post, escreveu o seguinte:«Se a construção do hospital fosse da responsabilidade directa do Município de Braga já estaria aberto há muito ao público. Ou tem dúvidas?»Concordo. É exactamente por isso que me custa ver avançar uma Regionalização em que o Porto vai acabar por fazer ao Norte o que Lisboa tem feito ao país...

Escrito por Pedro Morgado às 11:30 ·

Etiquetas: , "

Deixemo-nos de paninhos quentes e tretas 'politicamente correctas'. Deixemo-nos também de tentar passar atestados de estupidez uns aos outros. O indivíduo que escreveu o post acima é useiro e vezeiro, talvez fruto dum recalcamento qualquer, nesse tipo de atitudes. Ligar a não construção de um hospital em Braga ao 'portocentrismo' é absolutamente irracional. Especialmente com o Porto, que há anos não consegue fazer com que o Estado lhe construa um novo e absolutamente necessário hospital materno-infantil. Aliás, das escassas vezes que esse indivíduo aqui veio foi para largar pérolas semelhantes. Há peditórios para os quais não dou.

20081022

Sobre o debate regional

As pessoas são muito emotivas quanto aos temas regionais. Compreendo porquê. Resulta da paixão que sentem pelas suas origens ou pelo local onde vivem. Isso é absolutamente normal.

Tem é a desvantagem de resultar normalmente em discussões acaloradas, tanto mais acaloradas quanto maior é a dificuldade em nos colocarmos "nos sapatos" do outro e tentarmos compreender o seu ponto de vista. Não significa isto que tenhamos de concordar com o ponto de vista do outro. Podemos continuar a discordar. Mas se não tentarmos compreender porque é que o outro pensa como pensa, nunca seremos capazes de produzir argumentos capazes de derrubar os preconceitos (vem de "pré-conceitos"). E, quem sabe, poderemos mesmo vir a descobrir que afinal os únicos preconceitos eram os nossos. De alguma forma, e perdoem-me a frase feita, "é no meio que está a virtude".

Às vezes não é uma questão de concordar com o ponto de vista do outro. Normalmente é muito menos. É estarmos sensíveis para aquilo que o incomoda, e é também sermos tolerantes para com as suas falhas.

Quando assim não é... quando deixamos que as emoções (e os nossos pré-conceitos) falem por nós, quando falta sensibilidade, bom senso, tolerância e moderação... não chegamos a lado nenhum. Apenas contribuimos para solidificar os muros que queremos tanto derrubar.

Gostaria apenas de clarificar que não pretendo "atingir" ninguém em particular com isto, mas apenas contribuir para a reflexão de todos. E faço notar que essa reflexão se tanto se aplica a intra-norte como a intra-Portugal.

Aproveito ainda para enviar um abraço sincero ao Pedro Morgado, que abandona o Norteamos, mas não o Norte. Sei que estaremos em breve juntos para as lutas verdadeiramente importantes. Até porque, cada vez mais, a blogosfera está a sair da Net.

O Estado da causa

Cada vez mais estou pessoalmente convencido que a causa da Regionalização/Autonomia do Norte é uma causa perdida e inglória. O Norte não está ainda preparado para este salto em frente. Preocupa-o mais as suas guerras internas de courelas e regos de água do que propriamente o seu progresso material e social. A cultura castreja ainda impera e mata-se mais facilmente à sacholada um vizinho que teve o desplante de retirar uma pequena pedra dos ridículos muros que nos dividem as quintarolas do que se coopera, juntando e integrando recursos, para ganhar massa crítica e fazer economias de escala. Aliás, o mapa dos resultados ao referendo ao aborto é paradigmático quanto ao facto da Área Metropolitana do Porto ser ainda um corpo estranho no conjunto. O Norte é ainda um território socialmente conservador e dum certo modo até reaccionário. Nesta região apenas uma área reúne já condições económicas, sociais e culturais para esse salto em frente: a metapolis que referi no meu post anterior. Qualquer veleidade em separar este corpo é dar fantásticos tiros nos pés.


A causa da Regionalização é também uma causa perdida por outras razões. Porque quando ela vier já não interessa e ninguém lúcido a quererá nesses moldes. Ela virá quando já não existirem fundos europeus para distribuir. Até lá o Estado Central não a promoverá. Depois assistiremos ao paradoxo desse mesmo Estado a impô-la pela força. Durante alguns anos será a glória do paroquialismo bacoco. Assistiremos à proliferação das quintarolas e dos morgadios. Depois a realidade impor-se-á. Certas ‘estruturas’ sociais têm o condão de se imporem independentemente da estupidez de alguns homens. Em volta dessa ‘realidade’ pouco mais haverá que o deserto.


Só mais uma nota final antes de entrar em ‘licença sabática’: eu sou um intolerante!; sou intolerante para com a hipocrisia, a má fé e a mentira.

Norte plural e balcanizado

Sempre conheci a posição anti-«portocentrismo» do Pedro Morgado. Não me impediu convida-lo, apesar de não ser das participações mais frequentes no blogue. Julguei que esta visão do Norte (fora do Porto) iria enriquecer o debate. Infelizmente, teve logo uma consequencia. Rui Valente, fundador do Norteamos desistiu de participar porque não esperava uma visão alternativa do Norte que Pedro Morgado personalizava.

Lamentei nessa altura a saída de Rui Valente assim como lamento a saída do Pedro Morgado. A saída de ambos contribui para a balcanização do Norte dado que reforça a visão mais auto-centrada de cada uma das sub-regiões que o compõe. Mais episódios como o erro no mapa «Outdoor» irão ocorrer e mais falsas percepções da suposta acção «portocentrica» do Porto irão aparecer em Braga. Para bracarenses mais distraídos, o Porto apenas tem poder público local e delegações do público poder central.

Certa altura fui criticado por defender a Regionalização por Fusão de Autarquias (estaria a dividir o Norte). A minha percepção é que o Norte efectivamente já tem divisões suficientes em termos de desenvolvimento, aspirações, prioridades, maneiras de pensar. Aliás, nem precisamos de sair do distrito do Porto para constatar isso mesmo: O Tâmega é miserável se compararmos com a AMPorto.

Há tempos li que nos concelhos de TMAD se discute se iluminação pública de certas igrejas devem ou não ficar acesas durante a noite. No Porto, ninguem pensaria em desligar as luzes da ponte da Arrábida. O mesmo em Braga. Isto é revelador que há muita heterogeneidade.

Efectivamente quem precisa de perceber isso mesmo são os portuenses da AMPorto que conhecem melhor Lisboa do que o resto do Norte. Reparemos com nós, no Porto, reclamamos investimentos para o Metro porque Lisboa tem muito mais, mas nunca começamos o debate pelo vale do Tamega que nada tem. Mesmo bem intencionados, os portuenses deviam ter muito mais cuidado ao falar em Norte. Como não o tem, ouvem de Braga, naturalmente.

Não há dúvida, no entanto, que quem em Portugal protesta contra Lisboa é o Porto. O resto come migalhas e fica calado. E aí Braga tem muito a melhorar e aprender com o Porto. Reconheço que o Pedro Morgado também protesta contra Lisboa e portanto está a salvo desta recomendação. Por isso mesmo é que considero o comentário sobre o «Outdoor» injusto. Aliás o António Alves sempre foi um dos que sempre se preocupou com todo o Norte e não apenas com o Porto.

Esta saída do Pedro Morgado, tal como a do Rui Valente, provam que há ainda muita falta de conhecimento sobre o Norte por parte de todos os residentes. A pluralidade não deveria nem teria que ser balcanizada. Dividir e reinar sempre foi, também, uma estratégia de Lisboa...

PS1: O Alexandre Ferreira começou finalmente a manifestar-se. E ficou surpreendido com certas reacções. Eu pelo contrário, não fiquei surpreendido com o que a militancia partidária faz à percepção da realidade por parte dos seus membros.

PS2: Desafio o Pedro Morgado para republicar este post no Avenida Central. Penso que é pedagógico para os leitores de Braga.

Nortearemos Noutro Lado Qualquer

Dizia-me um amigo regionalista há uns tempos que o principal impecilho ao avanço da regionalização continua a ser o umbigo de alguns regionalistas. E eu concordo. Há por aqui quem ache que o mundo nortenho se esgota nos limites de Crestuma e da Apúlia, o que se constituiu como um terrível equívoco que, pelos anticorpos que cria no Norte para além do Porto, continuamos a pagar demasiado caro.

Os principais argumentos que tenho ouvido daqueles que no Norte se opõem à regionalização assentam invariavelmente na ladaínha dos perigos do portocentrismo e no replicar dos males do municipalismo com os seus exacerbados caciquismos. Pelo contrário, eu digo e repito para aqueles que teimam em não ler e em não ouvir, que prefiro que o centro de decisão esteja a 60 quilómetros do que a 300.

Apesar disso, entendo que a regionalização não pode ser um fim em si mesma. António Alves escreve que «só nós aqui no Porto é que ainda continuamos, se calhar ingenuamente, a julgar que temos como missão preocuparmo-nos com o desenvolvimento de Trás-os-Montes, Alto Minho e até Braga» não consigo disfarçar a náusea. É este paternalismo de alguns portuenses, este sentimento de superioridade travestido de benevolência que incendeia o Norte para além do Porto e que exacerba os sentimentos profundamente localistas e anti-regionalistas das nossas populações.

Não sou partidário de uma "Regionalização a Cinco" e não vejo nisto qualquer portofobia. Não sou adepto da sacralização do Porto e não vejo nisto nenhum sentimento típico de jovens do tempo de Salazar. Não me revejo no modelo de desenvolvimento que alguns defendem e não percebo o que é que o Insituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho possa ter a ver com isto. Aliás, reponsabilizar uma insitutição universitária pelas ideias das populações da área em que se insere é desconhecer em absoluto a missão da universidade e, pior que tudo, é tentar subvertê-la.

Quando aceitei integrar este projecto estava longe de imaginar que a liberdade de expressão fosse tão cara e que os ataques pessoais descessem tão baixo. Haverá, porventura, quem veja ali uma salutar discussão de ideias. Discordo. Apenas se tenta fragilizar uma posição com recurso ao ataque ad hominem, à generalização, ao preconceito, à ignomínia e à falácia argumentativa.

Sobre o móbil dos insultos, e para não dizerem que fujo, apenas reafirmo que a imagem está inequivocamente errada. As indemnizações compensatórias a Norte referem-se quase em exclusivo à Área Metropolitana do Porto, havendo uma pequeníssima excepção cuja dimensão não tenho dados de momento para quantificar mas que nunca abrange uma parcela significativa da NUTSII que justifique tomar o todo pela parte. Porventura, a insinuação de falta de inocência foi desnecessária, mas constando que mesmo depois do próprio autor reconhecer o equívoco ainda haja quem teime não o reconhecer, parece que a aposta fora certeira.

Caros amigos,

Como todos sabem, gosto muito da minha cidade de Braga e isso nunca foi empeçilho a que tenha uma visão muito crítica nas mais variadas vertentes. Infelizmente, as discordâncias aqui enunciadas relativamente ao portocentrismo sempre foram acusadas de um anti-regionalismo que rejeito.

Que nunca se caia na veleidade de se achar que uma regionalização mal discutida e administrativamente aprovada terá sucesso sem que as populações se convençam das verdadeiras viturdes do modelo regionalista. Discutir o lugar do Porto no Norte num futuro processo de regionalização é, por muito que haja quem queira passar ao lado desta discussão, um assunto fundamental para que as populações melhor possam compreender e apoiar o que está em causa.

Infelizmente, este Norteamos é cada vez mais um Portear. Nada que me desgoste dado o carinho e admiração que tenho pela capital do Norte e pelas suas causas. O que não aceito é partilhar a casa com quem escreve assim. Sabem onde me encontrar.

Bem hajam.

Adenda - Não posso deixar de agradecer o convite para este projecto que me foi endereçado pelo José Silva e pelo Pedro Menezes Simões. Lamento que a minha participação neste blogue tenha chegado ao fim. Contudo, há valores dos quais não prescindo, o primeiro dos quais é a liberdade responsável inequivocamente mal tratada neste post. As ideias que nos unem são genuinamente as mesmas e ainda celebraremos juntos o Norte como Região.

Opções

Toda a gente faz opções. Eu também faço as minhas. Na política, decidi que o meu inimigo principal é este regime pernicioso em que vivemos há séculos, que consiste em a elite governante viver em permanente divórcio com o País, segura da sua superioridade e das benesses que isso lhe justifica e indiferente à necessidade de estimular o Povo a alçar-se a padrões de modernidade adequados.

Não é minha, a crítica, é dos nossos maiores. E é de sempre.

Pois eu entendo que é minha responsabilidade lutar para que isto mude. Quero deixar aos meus filhos o legado de ter tentado. Não sinto obrigação de triunfar, mas sinto a Fé de acreditar que, se tiver uma oportunidade, muitos acreditarão comigo e de saber que, se esses muitos forem suficientes, então Portugal mudará.

Esta minha decisão implicava escolher adversários e objectivos. O adversário, para mim, é claro: a noção perversa de que "não vale a pena". É esta a arma principal de quem beneficia deste sistema, deste regime. Não precisam de fazer nada para o protegerem, para se protegerem; basta-lhes convencerem quem deseja que as coisas mudem que "não vale a pena". E nós, nos nossos brandos costumes, vamo-nos encolhendo, aceitando que "não vale a pena", assim confirmando que, de facto, não vai valendo a pena.

Pois eu quero morrer gritando que VALE A PENA. O que significa que acredito profundamente que é possível. Basta querer.

Do mesmo modo, para mim o objectivo é claro. Destruir o centralismo em que assenta este sistema, este regime. A centralização é, não tenho dúvidas, o instrumento principal de quem quer manter o actual, e persistente de há séculos, estado de coisas. É através dela que se mantém os privilégios, as benesses e as sinecuras de quem nos vai governando.

É, por conseguinte, contra a centralização que se pode modificar o "estado das coisas". Destruir a concentração do poder, dividi-lo pelos diversos níveis em que poderia, creio, ser melhor exercido, é uma outra forma de distribuir o poder das elites por outras tantas elites, desse modo forçadas a competirem entre si. Sem tabus e sem limites, o que significa, por exemplo, que a regionalização tem méritos, neste pressuposto, como nenhuma outra medida terá. Mas nada se esgota aí.

Acredito que a descentralização será o melhor método para se reconstruir um País mais humano, mais próximo das pessoas e dos seus problemas, mais possuído pelos seus destinatários, que somos todos nós.

Só por estas vias, estou convicto, será possível reconstruir o País num outro modelo, que beneficie um número muito maior de cidadãos, que finalmente coloque o cerne da cidadania nas mãos de uma maioria alargada de cidadãos, a tão propalada classe média, elemento essencial do triunfo dos modelos sociais europeus e conquista fundamental das democracias ocidentais. E, assim, alcandorá-la aos níveis e padrões de vida modernos, das sociedades ocidentais, a que queremos pertencer e de que nos reclamamos, também há séculos.

E que, no fundo, são "o outro" - neste sentido social - de que fala o cristianismo que me inspira; com principal acuidade para os mais desfavorecidos, como é dever de quem "pode".

Por tudo isto, há muito tempo que procuro a oportunidade de poder gritar bem alto que VALE A PENA. Sinto que o momento está a chegar. A oportunidade está à porta. Vem aí verdadeiras alternativas. Espero, e estou a esforçar-me por isso, contribuir para elas com as minhas convicções. Com responsabilidade. Porque,

É POSSÍVEL UM PORTUGAL MELHOR. BASTA QUERER.

PS. Post publicado originalmente no nortadas

20081021

Falar Claro!

Da má fé

“Ao contrário do que a imagem sugere, é preciso deixar bem claro que o Norte não recebe indemnizações compensatórias. Quem recebe é apenas a área metropolitana do Porto. Espero que o erro tenha sido inocente, mas temo bem que não.” - Pedro Morgado

Porque é que esta frase está eivada de má fé? Porque Pedro Morgado sabe, tal como eu, que o sistema de transportes urbanos com centro na cidade do Porto, propriedade exclusiva ou maioritária do Estado Central, sujeito de indemnizações compensatórias e gerido pelas empresas/entidades CP Porto, STCP e Metro do Porto, não se resume exclusivamente à Área Metropolitana do Porto. É um sistema de transportes de massa cujos eixos se estendem à Póvoa do Varzim, a Norte, a Famalicão, Braga e Guimarães a Nordeste, a Valongo e Gondomar a Este, e que a Sul abrange os concelhos de Gaia, Espinho, Ovar, Estarreja e Aveiro.

Gostem ou não, algumas pseudo- elites em Braga, esta cidade está integrada na rede de comboios urbanos da CP Porto e, segundo notícias ainda recentes, 5,1 milhões de passageiros, utilizaram a Linha Porto-Braga em 2007. Essas pessoas, que viajaram em comboios da CP Porto, são, todas elas, beneficiárias directas das indemnizações compensatórias atribuídas a este sistema de transportes por parte do Estado. O mesmo se passa no eixo Porto-Aveiro.

Como se prova, as indemnizações compensatórias, ao contrário do que Pedro Morgado afirma, não são apenas destinados à Área Metropolitana do Porto. Braga, assim como Aveiro, têm justas razões de queixa mas apenas no que respeita ao seu próprio sistema de autocarros municipais. Pedro Morgado sabe isto porque já várias vezes, tanto aqui como no seu blogue, este assunto foi discutido. A afirmação de Pedro Morgado não se deve a ignorância, deve-se a má fé. Não é a primeira vez. Até já foi capaz de encontrar tiques centralistas do Porto numa simples avaria de catenária na estação de Guimarães.

Se algum erro existe na imagem é o cálculo efectuado tendo como base apenas os habitantes da Área Metropolitana do Porto.

Constitui o facto da imagem comparar a NUT II Norte com a NUT II Lisboa um erro?

Não. Na minha opinião a comparação está correcta. Passo a explicar.

Numa jogada que pode parecer à partida de simples saloísmo oportunista, o Estado Central extinguiu a anterior Região de Lisboa e Vale do Tejo, reduzindo-a e transformando-a na Região de Lisboa que actualmente apenas inclui a Grande Lisboa e a Península de Setúbal. Esta medida tinha dois objectivos. O primeiro, de esperteza saloia, era tirar a Ota da antiga Região de Lisboa e Vale do Tejo e assim receber o máximo de fundos europeus possíveis para financiar o mega aeroporto. Esse objectivo foi em parte inglório pelo que todos sabemos. O outro objectivo, mais cínico, tem como meta o Portugal pós fundos europeus. Nessa altura, quando já não houver dinheiro da Europa para distribuir, a Regionalização acontecerá. Sem a ‘pimenta’ da União Europeia Lisboa pretende governar-se apenas a si própria e não está para aturar nem rebocar o resto do País atrasado. A única área que podia interessar, a Área Metropolitana do Porto, está longe, 300 km a Norte. Assim sendo Lisboa resguarda-se e constitui-se como uma região exclusivamente litoral e urbana agregando apenas a, embora pobre, industrializada Península de Setúbal. Os campos do Oeste e do Ribatejo que se amanhem. Não interessam e Lisboa já se descartou deles. Só nós aqui no Porto é que ainda continuamos, se calhar ingenuamente, a julgar que temos como missão preocuparmo-nos com o desenvolvimento de Trás-os-Montes, Alto Minho e até Braga.

Ora bem, como a comparação era entre NUTS II, e apesar de apenas a conurbação do noroeste receber indemnizações compensatórias na NUT II Norte, e porque esta, ao contrário de Lisboa, englobar vastas zonas rurais, a comparação está correcta. Lisboa é uma NUT II e as indemnizações, pelas características próprias da região coincidem com todo o território, mas as comparações devem ser sempre feitas entre entidades iguais. De qualquer modo, mesmo entendendo a comparação incorrecta - e dou isto de barato - não é razão para tanto alarido. Só a mentalidade doentia dos portofobos do costume é que podem descortinar aqui um escondido tique centralista a imputar ao Porto. Mas para esses até um simples espirro vindo do Porto é razão para se porem logo a ladrar, salivar e a tocar campainhas.

Os “jovens turcos” bracarenses

Braga, há décadas refém da trilogia serôdia, provinciana e beata “igreja-empreiteiros-mesquita machado”, parece estar a assistir à emergência duma suposta ‘elite’ de “jovens turcos” recentemente saídos da UMinho. Estes parecem ter como objectivo fazer de Braga ‘capital’ duma região. Apesar de jovens ainda estão no tempo das Províncias de Salazar.

Nos tempos que correm, só as regiões que concentram massa crítica suficiente, tanto nível económico, como populacional, tecnológico, de conhecimento, infraestrutural e financeiro é que poderão sobreviver na competição internacional. Condição fundamental é ainda ligarem-se ou transformarem-se num nó da rede mundial de fluxos informacionais e financeiros. Aqui, nesta parte do território ibérico, essa massa crítica concentra-se na metapólis que vai de Vagos a Braga, com epicentro na Área Metropolitana do Porto. Quem não for capaz de perceber isto é porque é incapaz de entender como o mundo funciona hoje em dia. A regionalização/autonomia que nós discutimos aqui no nosso território é tudo menos uma questão local. É uma acção local integrada numa estratégia global.



Imagem de satélite da Península Ibérica tirada à noite onde se podem ver as concentrações populacionais existentes. (Retirada do Blasfémias)


Todo este conjunto, que curiosamente é cosido em toda a sua extensão pela CP Porto, deve cimentar a sua autonomia política o mais rapidamente possível e atar-se o mais solidamente aos dois nós da rede mundial mais próximos: Londres e Madrid. Ambos a apenas duas horas de viagem. Principalmente a primeira porque é a principal praça financeira da Europa e uma das maiores do Mundo. É para lá que devemos olhar. É lá que devemos procurar financiamento e mercado para as nossas empresas. O dinheiro da União Europeia acabará em breve e a partir daí ou somos competitivos ou sucumbimos.

As grandes regiões da Europa. É onde se vê luz que está o desenvolvimento económico

Estes ‘turcos’, se um dia levarem a deles avante, arriscam-se a transformar a cidade de Braga numa realidade ainda mais periférica do que já é e entrar num processo de irreversível empobrecimento. Uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes isolada e ancorada num hinterland rural e pouco instruído não me parece que tenha grande futuro. Não acredito que na hora da verdade tanto Famalicão como Guimarães corram atrás da quimera. O Futuro está na sedimentação da meta cidade do noroeste e na interligação aos seus eixos interiores Viseu-Guarda e Douro. Caso isso não ocorra só o Grande Porto, embora fragilizado, poderá esperar ter um futuro medianamente risonho. E nesse cenário não haverá força económica, nem política, para alavancar o desenvolvimento de toda a região Norte.

A Escola de Ciências Socias da UMinho parece ter falhado a sua missão. Não incutiu nestes jovens a capacidade de alcançarem uma visão holística da realidade social. Falta-lhes a capacidade de ver como os pássaros. Isto é, ver a big picture. Se calhar a culpa não é da Escola de Ciências Sociais e o problema deve-se aos protagonistas serem oriundos de escolas mais 'tecnológicas', muito mais fechadas nas suas disciplinas e sem lastro humanístico suficiente para terem 'imaginação sociológica'. Mas enfim, eles lá andam trampolinando.

As Organizações

Todas as organizações, por mais pequenas que sejam, e este blogue é uma organização porque é um conjunto de pessoas que unem esforços para levar a cabo um conjunto de objectivos comuns, precisam de ter claramente definida e interiorizada a sua missão e objectivos inequivocamente delineados. Todos os seus membros têm que remar no mesmo sentido para que tenha sucesso. Organizações cinzentas, dúbias, com membros com agenda dupla e objectivamente a fazer o trabalho contrário ao rumo traçado, fracassam. Eu não participo numa organização assim montada. O albergue espanhol onde cabe tudo não faz o meu género. É altura de clarificações. Do separar de águas.

Nota Final

"Pedro Morgado disse...
Lamento a pessoalização da discussão. Ficaria melhor assumir o erro do mapa publicado anteriormente.
21 de Outubro de 2008 12:40"


Muitos, quando sentem que lhes faltam argumentos para se fundamentarem numa qualquer discussão, passam para a velha táctica de dizer que os estamos a atacar pessoalmente. É uma saída cobarde e desonesta. A mim não me interessa nada da vida dos outros, nem das suas próprias pessoas. Não me interessa saber se são gordos ou magros, se comem batatas, se fumam, se são casados, solteiros ou viúvos; se vestem calças vermelhas, pólos lacoste e calçam sapatinhos de vela; se são homosexuais, heterosexuais, metrosexuais ou, até, asexuais. Mas as suas ideias políticas e o seu comportamento político interessa-me, analiso, comento e classifico. E alguns são comprovadamente execráveis. Ponto!

PIDDAC 2009

Dotações do PIDDAC 2009 para alguns Concelhos significativos :



Fonte: OE/PIDDAC 2009

Eu nem me dou sequer ao trabalho de calcular a relação investimento por habitante para, por exemplo, os concelhos de Porto e Gaia, aos quais pertencem, respectivamente, a segunda e terceira cidades mais populosas do País. Ou então, no entender de muitos, uns pelas melhores e outros pelas piores razões, uma única cidade, a mais populosa de Portugal. No entanto, fico à espera das pavlovianas reacções do costume. Aposto que não haverá imediatas republicações desta imagem em certos espaços. E aposto singelo contra dobrado!

20081020

Utilizador-Pagador: Eles Usam, Nós Pagamos!

Eles usam e nós pagamos poderia ser a legenda desta curiosa imagem. Aqui se esquematiza aquilo de que já demos nota aqui, aqui, aqui e aqui. Perante a passividade dos políticos do Minho e do resto de Portugal para além de Lisboa e do Porto, os governos vão perpetuando uma situação de gritante injustiça social regional em que todo o país paga os transportes das duas maiores cidades do país.

Bem sei que por aqui "Norteamos", mas o Norte ainda não é o Porto e a área metropolitana do Porto ainda é a única beneficiária dos apoios da Administração Central a que António Alves aqui faz referência.

Outdoor!

Imagens como esta terão que ser afixadas por todas as cidades desta Região em gigantescos Outdoors. Só assim as pessoas serão sensibilizadas para a raiz dos problemas que as afectam.

20081019

Nota de imprensa: 2ª Reunião da Associação de Cidadãos pelo Porto

Realizou-se no passado dia 17 de Outubro, pelas 21h30, no Clube Literário do Porto, a segunda reunião da Associação de Cidadãos do Porto. A reunião, moderada por Alexandre Ferreira, assumiu a forma de uma tertúlia, com um elevado grau de informalidade. Neste segundo encontro, o movimento que pretende constituir-se como a Associação de Cidadãos do Porto, viu alargado o grupo de aderentes, relativamente à primeira reunião realizada em Setembro. O serão contou com uma agenda que incidiu fundamentalmente sobre dois pontos: uma análise da Região Norte tendo em conta o contexto nacional e um debate sobre soluções e instrumentos de futuro para a Região.

Na primeira parte foi traçado um diagnóstico, que teve como aperitivo uma apresentação de factos e números ilustrativos do potencial da Região e das desigualdades no tratamento relativamente a outras áreas do País, quando se fala de investimento público. Na análise colectiva que seguiu esta apresentação, foram abordadas questões como o empreendedorismo e investimento, factores de competitividade no contexto nacional e internacional, a captação e retenção de massa crítica ou características do tecido empresarial, tendo sido denotado, de uma forma geral, um descrédito na capacidade política do poder local e central para dar resposta às questões que mais preocupam as populações do Norte do País.

Na segunda parte foram abordados temas considerados fundamentais para o futuro da Região. Tendo-se verificado unanimidade relativamente à necessidade de a sociedade civil ter uma voz activa e do movimento que está a ser formado poder vir a desempenhar um papel fundamental na defesa dos seus interesses. Tendo sido identificados diversos temas relevantes para a Região, a discussão centrou-se num dos temas mais actuais: o modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro.

Tal como já se verificou uma convergência de opiniões de diferentes actores institucionais como a Associação Comercial do Porto, AEP, Associação Industrial do Minho ou Associação Industrial do Distrito de Aveiro, bem como de empresas privadas, também na plateia houve unanimidade relativamente à importância e urgência deste tema para a Região. A consciencialização para a importância do ASC na economia e da convicção de que não se pode permitir que discussões fulcrais para o desenvolvimento regional possam ser tomadas à revelia da sociedade civil, levou à decisão de haver uma associação clara ao movimento que defende a gestão autónoma do ASC, procurando-se criar uma voz até agora inexistente: a dos cidadãos. Esta tomada de posição será acompanhada de um conjunto de acções com o duplo objectivo de consciencializar a população para o problema e de criar um elemento de pressão na defesa dos seus interesses.

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Tendo em vista uma preparação conjunta da terceira reunião e da sua agenda, foi criada uma mailing list, podendo os interessados inscrever-se enviando uma mensagem para o endereço porto.agora@gmail.com. Alguns blogers presentes, como Tiago Azevedo Fernandes (“A Baixa do Porto”), Pedro Menezes Simões (“Norteamos”), ou Rui Farinas (“Renovar o Porto”) propuseram também os seus espaços online para catalisadores de ideias e opiniões relativas a este movimento em geral e à tomada de posição relativa ao Aeroporto em particular. Todos os interessados terão assim à sua disposição um espaço onde poderão encontrar as mais recentes informações relativas a estes temas e contribuir online para esta discussão.

20081017

Frase do dia





«Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.»




 Eça de Queiroz

Razão para expansão «lowcost» do Metro : Vale do Tâmega é a região mais pobre de toda a Europa

ASC em «Damage control»

Estou bastante céptico relativamente ao futuro do ASC e à estratégia da ACP/JMP/Sonae/Soares da Costa. Porquê ? Basicamente porque os agentes regionais são ridiculamente ingénuos. O futuro do ASC está estrategicamente encalhado devido aos erros passados e só nos resta o «damage control».

Vejamos:

  • A ACP/Rui Moreira baseou a sua estrategia para a gestão autónoma em armadilhar compromissos verbais com Teixiera dos Santos/Sócrates. Ora, estes, como é habitual, renegam o que fôr necessário para atingir os seus fins. Não resulta.
  • A JMP com Rio à frente só serve para retirar poder negocial. É que este senhor acha que não se deve berrar com Lisboa. Do lado de lá, já devem dizer «pois, pois, a gente compreende».
  • A participação da Sonae e da Soares da Costa é um caso de «moral hazard», como relata Honório Novo:
    • Efectivamente Belmiro, anda há muitos anos em dissonância cognitiva. Por um lado o Estado Central nega a posse de bancos, OPA à PT e agora a gestão do ASC. Por outro lado ele manifesta-se contra a Regionalização ou contra qualquer outra alternativa que altere o «status quo».
    • A posição da Soares da Costa neste filme é revelador do cínismo e do «lobby» do betão: Há uns anos esta empresa sacou do OGE uma expansão megalómana de fraca qualidade do ASC via Ludgero/Cardoso/Jorge Coelho/Guterres e agora propõe-se gerir o ASC.

É certo que a importancia do ASC me deveria fazer branquear o passado. Porém os erros estratégicos anteriores do poder económcio a Norte, cumplice habitual do Centralismo, AEP/Ludgero/ACP/AIMinho/Sonae/BPI/AICCOPN, continuam a manifestar-se ainda hoje. Efectivamente os privados andaram a baldar-se e agora invocam o desenvolvimento regional. Durantes decadas, foram ingénuos e cumplices com a Drenagem do território, a troco de negócios, incentivos, obras, juros bonificados, licenças administrativas. Agora, não grande tem credebilidade nem geram vaga de fundo da sociedade civil, claro está.

Sobrevalorizam o seu poder, julgando que por serem gigantes no nosso territorio também o são a nível nacional ou ibérico. Efectivamente não tem o peso político, económico, social que tem a mega região de Lisboa e seu bloco de interesses, «máfias», MSM, e população acéfala consumidora de propaganda. Não percebem que são David contra Golias. Desperdiçaram oportunidades de ganhar poder regional há 10 anos e agora é tarde. A gestão autónoma do ASC está condenada ao falanço e a prova disso é o contra ataque da artilharia pesada do Centralismo como revela António Maria a propósito do recente excesso de zelo alfandegário com turistas galegos no ASC:

Nada acontece por acaso! Eu, como alguns amigos galegos cultos e bem informados, temos a mesma teoria: sempre que a Galiza se aproxima de Portugal, alguém de Madrid ou de Lisboa, começa a provocar, e depois a sabotar. Desta vez, creio que as armadilhas estão a ser colocadas por gente do Terreiro do Paço (oriunda da nova loja sino-maçónica, envolvida na especulação da Portela, no assalto à ANA e na ocupação territorial das terras de Alcochete), e ainda por gente da Moncloa e do Palacio de Oriente, que detesta as teorias de Richard Florida sobre as mega-regiões, preferindo manter isolado o seu quintal galego. Porto, organiza-te!!

Resta-nos «damage control», exigir contrapartidas:

  • Direito à participação da JMP ou CCDRN na gestão privada da Ana;
  • CVE Porto-Minho-Vigo a passar no ASC via ramal de Leixões;
  • Muito importante: Reclamar o restabelecimento de algumas rotas TAP para principais aeroportoes europeus, Londres, Paris, Frankfurt em início e fim de dia de forma a permitir deslocações profissionais ao Norte num único dia de trabalho, sem ser por lowcost. Alternativamente, conceder uma taxa aeroportuária excepcional à BA, Luftanhsa ou AirFrance para o fazer.

PS1: Sugestão para as negociasções. Belmiro exigia o «write off» da toda a dívida para ficar com a gestão do ASC. Não poderá ser apenas parte da dívida. Isto é, não se poderá considerar que uma componente foi investimento público e que portanto não transita para os privados ? É que se Belmiro assumisse parte da dívida teria muito maior poder negocial. Depois até poderia revende-la fazendo um peditório pela região. Eu até era capaz de dar para tal.

PS2: Há cerca de 15 dias estive no ASC, na ala sul. A certa altura havia uma porta exterior aberta a cerca de de 20 metros de um difusor de calor. Não percebo nada disto, mas acho revelador de incopetenca na conceção do edifício.

PS3: Enquanto o trafego nos restantes aeroportos desce, no ASC continua a subir.

20081016

No sítio do costume

Não, não é o Pingo Doce. É o sector de dos Bens e Serviços Transaccionáveis em acção, no sítio do costume, isto é, a Norte:

Engenharia portuguesa chega à Volkswagen Navarra - A engenharia automóvel portuguesa já chegou a Espanha. O CEIIA - Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (Maia) acaba de estender a sua actuação à fábrica da Volkswagen em Pamplona para apoiar, para já com a presença directa de dois engenheiros, os processos de produção do Volkswagen Polo.

20081015

PIDDAC 2009: padrões usuais

Conclusões:

  • Os 100000 residentes no Alentejo Litoral recebem tanto como os 1,2 milhões de minhotos (Minho-Lima, Cávado, Ave);
  • Os algarvios recebem o dobro dos bracarenses (NUTS3 Cávado);
  • O Alentejo Central (Évora) recebe o dobro de Alto Trás Os Montes;
  • O 353 000 residentes do Oeste (Leiria) recebem mais do que o milhão de residentes no Douro, Tamega e Entre Douro e Vouga;
  • A penísula de Setúbal recebe 3 vezes mais do que que a sub-região do Tâmega;
  • O distrito do Porto litoral recebe 10 vezes mais do que o distrito do Porto interior;
Fonte: OE/PIDDAC 2009

20081014

Linha bi-bitola?

No Relatório e Contas da RAVE referente ao ano de 2006 pode ler-se, na página 19, o seguinte:

“Numa primeira fase, será construído de raiz um novo troço Braga-Valença, executado em bitola ibérica com travessas polivalentes, acautelando a posterior mudança de bitola que venha a ser decidido realizar conjuntamente com as autoridades espanholas, completado com a actual infra-estrutura Porto-Nine-Braga, valorizada ainda por intervenções a empreender no troço Contumil-Ermesinde e em Trofa;
Esta primeira fase deverá ter um horizonte de concretização compatível com o das restantes linhas prioritárias, devendo estar concluída até ao final de 2013;
Numa segunda fase e dependendo da evolução da procura e da taxa de utilização da capacidade da via existente, será concretizado o novo traçado entre o Aeroporto Sá Carneiro e Braga – cuja reserva do espaço canal estará garantida.”

O relatório de 2007 nada acrescenta nem retira ao anterior no que respeita à Linha Porto-Vigo. No entanto, hoje, no Público, podemos ler o seguinte:

“Em 2013, a viagem Porto-Braga, utilizando a linha actual com remodelações, demorará 33 minutos, enquanto o troço Braga-Valença-Vigo, em linha nova, será cumprido em 34 minutos, garantiu à Lusa Paulo Gomes, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, notando que é preciso ainda contar com "três ou quatro minutos" para a mudança de bitola em Braga, já que a linha nova não terá a mesma bitola que tem a actual linha.”

Ora é aqui que a bota não bate com a perdigota. A RAVE diz-nos que a linha é na fase inicial em bitola ibérica (mais larga) assente em travessas polivalentes e só depois, em sincronia com os espanhóis, será mudada para a bitola europeia (mais estreita). O vice da CCDRN diz-nos que não. Diz-nos que afinal o troço Braga-Vigo é logo em bitola europeia e que até vai haver em Braga um intercambiador de eixos para os comboios mudarem de bitola, daí a perda de “três ou quatro minutos”. Ou a RAVE mudou de ideias, ou então a RAVE e a CCDRN não estão a falar do mesmo projecto. Eu não sei. Mas gostava que uma delas, ou ambas, me esclarecessem. O que eu sei é que não ouvi dizer que os espanhóis tivessem mudado de ideias. Esclareça-me quem saiba.

Agora, o que eu também sei é que, caso seja como diz o vice da CCDRN, está provavelmente posta em causa a intenção da via ser mista, prevista para uma operação conjunta de passageiros e mercadorias, pelo menos durante a fase em que terá duas bitolas diferentes. Não estou a ver serem comprados dezenas, ou até centenas, de caríssimos vagões de eixos telescópicos para transporte de mercadorias, tanto por nós como pelos espanhóis, para serem utilizados durante a fase bi-bitola. Pior ainda, a operação de mudança de bitola de um longo comboio de mercadorias, aí com uns 500 metros, não levará apenas cerca de “três ou quatro minutos”. Consumirá bastante mais tempo, o que trará alguns problemas operacionais de conjugação de tráfego de passageiros e mercadorias. Mas enfim, manda quem pode. Mas eu gostava que me esclarecessem, lá isso gostava. Talvez o doutor Rio Fernandes, que nos momentos estratégicos cá vem informar-nos das excelsas intenções do governo, seja capaz de nos esclarecer.

APEPortugal e Partido da Emigração e Regiões

A APEportugal – Associação dos Portugueses no Estrangeiro é independente dos partidos políticos e das associações religiosas, não prosseguindo nem se associando aos interesses de uns e de outras, sem prejuízo de dialogar com todas as instituições que se preocupem com os direitos dos portugueses residentes no estrangeiro, com vista à realização do escopo social

A APEportugal manterá uma postura rigorosamente independente relativamente a todos os governos, sem prejuízo de cooperar com os que respeitem os direitos dos portugueses residentes no estrangeiro e de adoptar as acções que entender como adequadas à contestação das medidas que os prejudiquem.

A APEportugal - Associação dos Portugueses no Estrangeiro, que agora se forma, quer e vai constituir-se na alavanca que projectará os anseios legítimos desses Portugueses que vivem e labutam fora do território nacional. Funcionaremos como a verdadeira Associação de defesa dos Portugueses Emigrantes e ex-emigrantes.

Curiosamente esta associação tem objectivos idênticos ao «estatuto editorial» do Norteamos... Tudo isto para dizer que hoje me encontrei pessoalmente e brevemente com o presidente da APEPortugal, senhor José Morais e com o senhor Manuel Carrelo, dinamizador do Partido da Emigração e Regiões.

 

Como patinar o presidente da CM Porto mais submisso de sempre ao Estado Central ?

No Domingo passado, Rui Rio veio para o JN lamentar-se do governo Sócrates e do Centralismo. A incoerência e irresponsabilidade deste presidente de câmara é trágico para o Porto. O despertar tardio de Rio para a histórica dupla ética do Estado Central face ao Norte, significa que os portuenses elegeram um ingénuo para presidir ao nosso destino. O Porto e a AM são prejudicados porque tem à frente um político que adopta posições que colocam em causa as possibilidades de desenvolvimento regional e enrequecimento material e imaterial da população. Apenas 2 exemplos:

Durante os últimos anos andou sempre a reboque das posições públicas das forças vivas regionais, nomeadamente Rui Moreira, ACP, Blogosfera e comunicação social regionalista. A estratégia de não berrar contra Lisboa, porque ele próprio tenciona ir para lá, é inaceitável. Dentro do PSD de MFLeite cada vez tem menos poder. Ele próprio se caracteriza: «Acho, no entanto, que não é difícil de perceber que só nos tratam desta maneira, precisamente, porque também há cá gente que, comportando-se servilmente, não se dá, ela própria, ao respeito». É um «bluff» vergonhoso para o Porto. Como patinar o presidente da CM Porto mais submisso de sempre ao Estado Central ? Não sei. E isto é um grande problema.

 

 

20081013

Se eu fosse um geógrafo

Se eu fosse um geógrafo portuense filiado políticamente teria:

Porém eu sou um economista independente.

 

20081011

Resumo divertido e didáctico

Gato por lebre

«Algum tempo após a publicação do meu trabalho acima referido, tive conhecimento que o percurso espanhol entre Madrid e Badajoz, passando por Talavera, Cáceres e Mérida (actualmente com a extensão de 461 Km) deverá ficar mais comprido do que eu previa rondando, agora, os 430 Km; o que vem confirmar a ideia que os espanhóis não estão interessados na muito alta Velocidade, contentando-se - e bem - com a velocidade Elevada e que a Ministra do Fomento chamou de "altas prestaciones" para contento dos pacóvios de cá e de lá.»

Henrique Oliveira e Sá confirma neste texto, mais uma vez, aquilo que eu aqui já tinha alertado. Este facto vem tornar ainda mais imprescindível a ligação Porto-Braga-Vigo. Será a única via de ligação minimamente competitiva à rede ferroviária transeuropeia que restará a esta região.

António Alves

Ao cuidado dos imobiliários portuenses

O sector FIRE – Financials, Insurance e Real-Estate é o principal afectado pela contracção do crédito: WallStreetJournal: «Businesses are dumping office space at the fastest pace since the months after the Sept. 11 attacks, increasing the financial stress on commercial-real-estate owners and their lenders, many of them already ailing financial institutions».

O governo Sócrates, e bem, aprova Plano de Gestão de Imóveis que consagra o pagamento de rendas pelos serviços públicos. «Visa optimizar a utilização dos espaços ocupados pelos serviços do Estado no que diz respeito a custos e ocupação de espaços, levando em linha de conta as perspectivas de evolução do mercado imobiliário»

Ora, há aqui uma oportunidade para todos os portuenses de alguma forma ligados ao sector imobiliário: Captar para o Porto, AMPorto ou Norte, unidades organicas/departamentos da Administração Central.

Exemplos passados:

  • API
  • INE
  • Centro Português de Fotografia

Exemplos de organismos/departamentos de caracter nacional sediados no Porto

Exemplo de iniciativa idêntica em Castelo Branco: Até final do ano, entrará em funcionamento o único Contact Center nacional da Segurança Social.

A isto chama-se Desconcentração da Administração Pública (os serviços continuam na dependência de uma hirearquia central, mas estão territorialmente espalhados pelo território nacional). Cria empregos e actividade económica fora de Lisboa. Isto também se chama Capitalismo (operadores imobiliários regionais a mobilizarem-se para captar novos clientes).

PS: Este post é especialmente dedicados aos «bloggers» TAF, Rocha Antunes, Pedro M Simões e Carlos Ferraz, pelos contactos profissionais que tem e pela preferência que demonstram em colaborar no desenvolvimento regional via actividade profissional.

20081008

Défice e Divida Externa

Será que com esta crise financeira mundial, que encontra um Portugal (leia-se famílias e governo) fortemente endividado e com um défice da balança de pagamentos de 10% do PIB (leia-se "os portugueses consomem mais do que produzem"), o problema do défice e dívida externa vão finalmente passar a estar na agenda política?

Até quando vai o país tentar manter um nível de vida artificial através do crédito? É que nos EUA isso não resultou e a "almofada" de pertencermos ao Euro não vai durar para sempre.

Ministro da Ciência desafia Toshiba a criar parceria com Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia

"O Ministro da Ciência e Tecnologia propôs hoje à Toshiba a criação de uma parceria com Portugal e Espanha no desenvolvimento do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em construção em Braga, que deverá estar operacional no próximo ano.

Mariano Gago afirmou que Portugal e Espanha estão a operar conjuntamente no desenvolvimento daquele que será "certamente o maior laboratório da Europa e um dos maiores do mundo" nesta área e frisou que está aberto à participação de outros países e empresas.
"Portugal e Espanha quiseram que [este laboratório] fosse, por tratado, uma organização internacional, sujeita ao direito internacional e aberta à participação de outros países e empresas a partir do momento em que estiver construído e operacional", disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O governante adiantou ainda que "há contactos que estão a ser desenvolvidos com grandes empresas que têm capacidade de investigação no domínio da nanotecnologia". - Lusa

Leituras recomendadas